![]() VAMOZ! NO SÁBADO MANGUE data: 12/09/2003 (Sexta) – local: Pátio de São Pedro com Vamoz! Resenha por Hugo Montarroyos – Fotos por Bruno Negaum e Guilherme Moura |
em 12/09/2003 por Hugo Montarroyos
Há uns dois meses, Guilherme Moura perguntou-me se conhecia o Vamoz. Não satisfeito, ainda acrescentou dizendo que a banda era “do caralho”. Fiquei puto por dois motivos. Primeiro porque, tenho que assumir, detesto quando alguém cita alguma banda que desconheço. Segundo, e pior, quando o grupo em questão leva o rótulo “do caralho”.
Pois bem, dias depois, no pátio de São Pedro, antes da apresentação dos Astronautas, conheci Marcelo Gomão, guitarrista e vocalista do Vamoz. O cara foi educado, receptivo e gente fina. AÃ, meu amigo, fiquei desconfiado. A essa altura do campeonato muita gente já tinha me falado sobre o Vamoz. E, sabe como é, quando a propaganda é demasiada, fico logo com um pé atrás.
Enfim, durante o percurso de carro até o Pátio de São Pedro, Guilherme coloca o CD dos caras para tocar. Logo na introdução, antes de entrar o vocal, pergunto se era o novo do Neil Young. Não era… tratava-se do Vamoz mesmo. Comecei então a quebrar um dos dez mandamentos do crÃtico de música. Criei uma expectativa. E isso, acreditem, é extremamente perigoso.
Chegando ao Pátio, a surpresa. Alpha Petualay (é assim que escreve?) já estava em ação, para azar dos meus nervos. O público (basicamente composto por pessoas que não tiveram coragem de desembolsar 60 paus para ver o Deep Purple) parecia bastante entusiasmado com a apresentação da moça, que é uma versão mais magra e rastafari da Tracy Chapman. Como sou insensÃvel, não gostei do show, achei todas as músicas iguais e, pior, senti um calafrio na espinha quando ela voltou para o bis. Acho que São Pedro também não gostou, pois foi só o tempo da apresentação dela acabar para o pároco “desabafar” em forma de chuva.
Pontualmente à s onze horas e trinta minutos da noite o Vamoz começou seu show, abrindo com a linda “Beside”. A formação do grupo por si só já chama atenção. Duas guitarras, bateria. Ou seja, não existe baixo. no palco, os meninos parecem incorporar o espÃrito do Crazy Horse, banda de apoio de Neil Young. Fiquei de queixo caÃdo. Finalmente tinha encontrado, em plena cena pernambucana, a banda que eu queria ter formado. Influenciados por Neil Young, Wilco e Teenage Fanclub, os caras fazem um som consistente, gostoso de ouvir, sem frescura ou virtuosismo. Aqui e ali eles arriscavam-se no Blues e, coisa rara, assumiam erros. Em determinado momento do show, Marcelo Gomão disse em alto e bom som “Alguma coisa está desafinada aqui. Deve ser eu!”. Era o espÃrito de Neil Young em pessoa. Os caras tocam com a mesma naturalidade de quem está ensaiando, deixando a impressão de que estão participando de uma “jam session”.
Acompanhados pelo ótimo e econômico teclado do convidado Leo D, o Vamoz ainda arrasou (no bom sentido) com uma versão para uma música do Jon Spencer Blues Explosion, que, confesso, demorei a reconhecer.
Músicas como “Fire Baby” e “Beside Infinite” são a prova concreta que a alma do rock reside mesmo na simplicidade (não confundir com descaso, por favor). Faltava uma banda como o Vamoz na cena local. Só não comprei um CD deles depois do show porque a bolachinha estava sendo vendida por 10 reais. E eu, como todo jornalista que se preze, só possuÃa 9 reais na carteira.
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