Zôikitá – “Only We Can”

Por Hugo Montarroyos em 28 de março de 2004

Zôikitá - Only We Can (2004) - Independente

Agressivo, bem tocado, violento…
em 28/03/2004 por Hugo Montarroyos

Resenha: Zôikitá – Only We Can (2004) – Independente

Nada mais datado do que, em pleno 2004, fazer thrash metal. Os indies estão cada vez mais em alta, o pop vem garimpando seu espaço e o rock, bem, este está cada dia mais longe de morrer. Por que diabos, então, insistir no Thrash Metal ? Algumas pistas: o sistema capitalista começa finamente a expor todas as suas chagas, o terrorismo assola o planeta, a indústria armamentista fatura como nunca e, como diz Zeroquatro: “os sonhos murcham feito maracujá velho”. Aí, meu amigo, ou você faz terapia (que custa uma fortuna), ou entra para a Universal do Reino de Deus, ou pira de uma vez ou então monta uma banda de metal. Ainda bem que os caras do Zôikitá preferiram a última opção.

Agressivo, bem tocado, violento. Já tinha conferido duas apresentações deles ao vivo. Demorei muito para escutar o disco, pecado que foi logo corrigido, e justamente numa daquelas semanas em que tudo o que você precisa é de uma fonte de escape para não enlouquecer de vez. “Only We Can” abre o disco mostrando logo as credenciais do grupo, a saber; belos solos de Pedro Augusto e Mathias, vocal podreira de Cadu, paradinhas manhosas e apocalipse sonoro. Aposto que eles ouviram muito Pantera e Metallica pré- “Masters of Puppet´s”. Pitadas de speed, de death e de metal também permeiam o trabalho. Embora o que predomine mesmo seja o bom e velho thrash. Cadu parece que engoliu três litros de fanta uva antes das gravações. Os guitarristas, salvo engano, devem ter estudado em algum conservatório, tamanha a técnica e rapidez. O baterista Guilherme, bem, este tem um preparo físico de dar inveja ao Cafu.

“Illusion” tem começo gregoriano, para depois descambar para o pau. “O Governo” já começa no talo, porrada das boas, de tirar o fôlego. “Nordestino do Nordeste”, apesar do título ridículo, é a melhor do álbum. Cadenciada, permeada por peso nos momentos certos, com uma ótima linha baixo de Jaime e excelente entrosamento entre os músicos, é o tiro certo para bater cabeça . “Fim dos Dias” faz justiça ao título. Esporrenta, direta, sem cuspe!

Anda com raiva da vida ? Indignado ? Desiludido ? Pois bem, ouça Zôikitá e tenha pelo menos o consolo de saber que, se a vida é uma grande bosta, pelo menos dá para transformar todos os perrengues do cotidiano em lapada das boas. Nessa arte, os caras provam que são mestres.

Onde Comprar:

com a banda pelo e-mail: zoikita@hotmail.com ou por telefone: 9921.9984 (Cadu)

Preço médio: R$ 5,00

Cadu (vocalista da Zôikitá)

Links:
» Zôikitá no RecifeRock

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