em 16/04/2004 por Bruno Negaum
Na terceira e última parte da série de Momentos APR conversamos com Marcelo Campello, da Mombojó, que já subiu ao palco do APR em 2002 e esse volta para colocar a galera pra dançar; Berna, percussionista da Bonsucesso Samba Clube, que falou do show em que tocou com a Eddie depois de Tom Zé; Marcelo Benevides, jornalista da Folha de Pernambuco, contou vários de seus momentos inesquecíveis; e para fechar: Érika Martins, vocalista da Penélope, falando da emoção de tocar no APR de 97.
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Marcelo Campello (Violão, cavaquiho e escaleta da Mombojó): Pulando no lamaçal …
Com certeza os shows de Chico. Rolava uma energia do caralho! Eu era muito novo, tinha 12 ou 13 anos, ainda ali ano Maluco Beleza. Não era nem calçado ainda, chovia e ficava com lama até a canela, a galera se melando toda…pulando instigada. Também aquele show logo depois que Chico morreu, que veio Max Cavalera, achei fuderoso aquele dia.
Berna (Percussionista da Bonsucesso Samba Clube) : Show inesquecível!
O show em que toquei com o Eddie depois do show de Tom Zé (Nota: Foi no Abril Pro Rock de 1999). Foi massa, uma responsa do caralho, e agente segurou a onda. A gente viu o show de Tom Zé, se emocionou pra caralho com o som que ele tinha tirado…foi absurdo aquele dia! A gente chegou no camarim, olhou um na cara do outro e pensou que responsa do caralho.
Como músico, a melhor lembrança foi esse show depois do Tom Zé. Outro que eu me lembro foi quando cheguei atrasado, era umas cinco e meia da manhã, o dia estava claro e Chico e Nação Zumbi tocando no palco de dia. Tinha um grupo de umas 150 pessoas na frente do palco dançando. Isso foi show!
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Marcelo Benevides (Jornalista da Folha de Pernambuco): A gafe da farofa…
Algumas das lembranças que tenho, sem ordem cronológica: Chico Science e Nação Zumbi tocando até o dia amanhecer (em 1996); Max Cavalera e NZ juntos, no ano em que Chico morreu (1997); a galera do Mercado Pop (não lembro se ainda tinha esse nome) protegendo os stands durante o corre-corre do público para ver o Sepultura; a chuva que fez com que a
programação da noite do domingo fosse suspensa, em 1996. Os shows que faltaram rolaram no meio da semana no saudoso Moritzdadt; o estado deprimente em que se encontra Arnaldo Baptista, meu ídolo; da minha gafe em dizer que não curtia Farofa Carioca para um cara (do Farofa Carioca); as noitadas paralelas na tenda da Soparia; o show da Devotos
em que comprei a demo “Vida de Ferreiro” (acho que 1995); do estranhamento no show de Loop B; show de Jon Spencer; Júpiter Maçã; Pin Ups; Cachorro Grande…
Sei lá, tanta coisa que fica difícil lembrar de uma só vez!
Fred Elesbão (Baixista da Subversivos): Esmague! Esmague o PFL!
O que mais me marcou no Abril foi ver o Camilo rasgando a bandeira do PFL em pleno palco,enquanto tocávamos Esmague o PFL. Foi até engraçado pois ao lado do nosso palco tinham duas bandeiras enormes fazendo propaganda do maldito
governo do Estado, que é um dos principais parceiros do evento. Adorei ver todo mundo cantando o refrão, e pedindo para esmagar essa Direita atrasada e fascista de nosso Estado. O momento foi tão especial que o Camilo saiu correndo pelo
palco pedindo para que todos os membros da banda cuspissem naquela maldita bandeira Pefielista, o problema é que os palcos do Abril são enormes e aí o solo de guitarra da música teve que se estender mais que o previsto para dar tempo de todo mundo cuspir na bandeira.
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Érika Martins (Vocalista da Penélope): A música inédita…
O melhor momento, na minha opinião, foi quando tocamos uma música nossa O Ponto (na época ainda inédita e nunca tocada em show) e o público começou a aplaudir no meio dela. Foi muito emocionante!
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