em 24/04/2004 por Bruno Negaum
Estava muito afim de ver os shows de Devônia e Porão, mas chegamos atrasados ao Dokas e perdemos os primeiros shows ( Ala 7, Devônia Charlotte e a maior parte do show da Al Fatah).
Quando chegamos a nossa primeira surpresa foi o bom público do Dokas e a qualidade de som, que normalmente é muito alto, dessa vez estava no ponto, sem exageros. Mas vamos aos shows…
Eu não gosto de bandas com vocal gutural, mas gosto da Psycho Clown! É um new metal com vocal gutural e pedal duplo na bateria. Falando em bateria, esse show foi a estréia do novo baterista da banda, Tiba (que também toca na Kronnun e Zoikitá), com entrada dele o som da banda melhorou, está bem mais pesado.
Mas o melhor da banda é o vocalista Rafael, quando ele sobe ao palco parece que vira outra pessoa. Pula, dança, sai do palco pra entrar na roda de pogo e deixa o público cantar no microfone. Com isso quase não notamos o outro vocalista, Leanndro, que passa despercebido durante o show.
Os pontos altos do show foram a música “Insane Clown” (com Cadú, vocalista da Zôikitá), que fechou o show e a hora que Rafael começou a criticar as gravadoras. Segundo ele todas as bandas deveriam pôr músicas mp3 para baixar por que isso não prejudica a venda de cds. Pra fechar o discurso Rafael quebrou e jogou no público cds pirata do Nirvana e Coal Chamber, gesto que arrancou aplausos até de quem não curte a banda.
O show mais esperado por mim era da Porão GB, eles não tocavam desde de dezembro. Eu estava ansioso para ouvir as novas músicas da banda e os antigos sucessos. O público estava mais agitado do que nunca, acho que a maioria estava na mesma expectativa que eu.
Entre as novidades da banda para o show estavam o novo baterista Vina e seis músicas inéditas. A banda ficava mais instigada tocando as músicas novas, faz mais de cinco anos que eles cantam as outras e já devem estar “enjoando” das mesmas músicas…
Agora a gritaria das meninas pára e os “camaradas” Subversivos sobem ao palco. O show parece um comício (do bem), além das letras das canções, durantes os intervalos entre as músicas, eles discursam sobre o mal do sistema capitalista.
A apresentação contou com “Cavaleiro da esperança”, uma música em homenagem a Luís Carlos Prestes, o “Hino Soviético” que foi traduzido pela banda de russo para português, uma versão de “Até Quando Esperar” da Plebe Rude, “Aos Heróis da Luta Armada” (com participação de Amarelo, vocalista da IUPI) e o hits “Abaixo o Vestibular”, “Veja Agora Você Mesmo” e “Esmague o PFL!”.
Serpente Negra foi o “estranho no ninho” do festival, não entendi a escalação deles junto com as bandas de hardcore e metal. Essa onda de guitarras wah-wah com alfaias já encheu o saco, acho que esse som “mangue” de 10 anos atrás já “secou”… virou cimento. Algumas bandas pararam no tempo, outras evoluíram, o maior exemplo é a Nação Zumbi, que evoluiu e melhorou muito o som deles.
O show da Serpente Negra foi rapidinho e terminou com a banda reclamando da organização por causa do pouco tempo que tiveram pra tocar (cerca de 30 minutos).
Nessa hora a maioria do público já tinha embora, com isso a maior prejudicada foi a Grito Suburbano. Bem que eles podiam ter tocado depois dos Subversivos. Eles tocam punk rock, mas já estava tarde, ouvimos duas ou três músicas e fomos embora.
Gostei muito do festival, muito bem organizado, sem demora entre as bandas, nenhuma confusão, ótimos shows e uma ótima divulgação, que atraiu um bom público. Fazia muito tempo que eu não via tanta gente em um show no Dokas! Espero que o NA BASE – ANO 3 sirva de modelo para os festivais underground.
Resumo:
Psycho Clown
Integrantes: Rafael (vocal), Leanndro (vocal), Caio (guitarra), Alexandre (guitarra), Outro (baixo) e Tiba (bateria)
Setlist: The Way We Play, It, Daily Nightmare, Speed (Atari Teenage Riot), Aware, Insane Clown (participação de Cadú, vocalista da Zoikitá)
Porão GB
Integrantes: Nimal (vocal), André (guitarra), Carlinhos (guitarra), Felipe Snipes (baixo) e Vina (bateria)
Setlist: Dias Cinzas, Novamente, Chorar, O Nome da Rosa, Me Diz Ok, Verdades Emotivas, Sorvete de Flocos, Uma Canção Especial e Juventude Perdida.
Subversivos
Integrantes: Camilo (vocal), Leo (guitarra), Eduardo (guitarra), Fred (baixo) e Mané (bateria)
Setlist: Drak era um Skin, A Internacional, Todo Poder aos Soviets, Cavaleiro da Esperança, Realismo Socialista, Hino Soviético, Abaixo o Vestibular, Veja Agora Você Mesmo, Até Quando Esperar (Plebe Rude), Aos Heróis da Luta Armada (participação de Amarelo, vocalista da Iupi) e Esmague o PFL.
Serpente Negra
Integrantes: Júnior Chappa (vocal), Gustavo (guitarra), Popay (baixo), Edva (percussão), Nino Metralha (percussão), Adinã (percussão), Beto Balla (percussão) e Antônio (bateria).
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