ARMANDO O CIRCO data: 10/06/2004 (Quinta) – local: Bar Garraffu’s com Parafusa e Mula Manca e a Triste Figura Resenha por Bruno Arrais – Fotos por Bruno Negaum |
Duas ótimas apresentações
em 10/06/2004 por Bruno Arrais
Armando o Circo
data: 09/06/2004 (Quinta) – local: Bar Garraffu’s
Com as bandas Mula Manca e a Triste Figura e Parafusa.
Resenha por Bruno Arrais
A Parafusa e a Mula Manca são bandas que fazem sons diferentes, mas que têm algumas características que as aproximam bastante: ambas são daqui de Recife, são novas, tocam rock com forte influência de MPB, têm letras em português, entre outras coisas. Ah! Já ia esquecendo de dizer: elas são destaque e grande promessa da cena recifense. Não bastassem todas essas similaridades, as duas bandas nutrem uma grande admiração mútua. Dessa admiração surgiu uma grande vontade de dividir o palco, que culminou com esse show excelente – fruto do trabalho sério de Léo Salazar, empresário da Mula Manca.
Quem compareceu ao Bar Garraffu’s na véspera do feriado de Corpus Christi pôde conferir duas ótimas apresentações; a última da Parafusaeste semestre, já que o baterista deles, Lucas, estará, ao longo dos próximos dois meses, excursionando com o Quinteto Violado pelo Sul/Sudeste do país. Já a Mula Manca toca novamente no Garraffu’s hoje (sábado 12/06), na festa “Eu Odeio o Dia dos Namorados”, a partir das 21h.
Com o bar lotado – tinha gente até no meio da rua -, contra todas as expectativas, a Parafusa subiu ao palco às 23h10, para deleitar o público, formado por amigos, parentes, pessoal de outras bandas, agitadores da cena cultura recifense, frequentadores do bar. Todos pareciam hipnotizados, só se permitindo piscar nos intervalos entre as músicas, quando aproveitavam também para aplaudir a banda e trocar exclamações com os amigos, ressaltando a qualidade absurda daqueles músicos que se apresentavam ali para eles – é incrível como eles são bons; a cada novo show que assisto, aumenta a minha certeza de que são a melhor banda recifense.
Durante aproximadamente uma hora, Diogo, Tiago, Lucas e Juliano, passearam por todo seu repertório; desde as canções do EP “Não Ria de Mim” de 2002, como “Ei” e “Michel”, até as novíssimas “Parece Filme” e “Carnaval Se Foi” – que rendeu um dos melhores momentos do show, com sua levada super-tensa, como uma bomba prestes a explodir -, que deverão provavelmente estar no novo EP que a banda está para lançar. Outros momentos espetaculares foram a execução belíssima de “Me Remete”, um escracho de música, a versão para a “Balada do Louco” d´Os Mutantes – infinitamente superior à original -, “O Frevo”, que contou com os passos de várias garotas da platéia, e “O Boi”, momento de grande nostalgia, devida à letra que nos transporta de volta aos tempos de infância. Resumindo, foi um dos melhores shows da Parafusa que já assisti. Eles estavam muito à vontade e se permitiram improvisar, o que rendeu uma apresentação ainda mais genial que de costume.
A Mula Manca & A Triste Figura subiu ao palco já tarde, às 00h05 – o que fez com que perdessem uma parte do público – e fizeram um set curto, com aproximadamente 45 minutos. Ao longo da apresentação foram tocadas seis das 10 canções de “O Circo da Solidão” – “Ireny”; a instrumental, “Introdução”; “Vira-lata”, uma das melhores do disco; o mantra da banda, “Arrebata Tudo”; a espetacular “Carnaval”; e “Ratos Adestrados” -, três novas – “Samba”, “Bagunça” e “Paletó” -, todas muito boas, e a versão simplesmente extraordinária de “E Agora, José?” , poesia de Drummond, musicada por Paulo Diniz. Ficaram de fora inexplicavelmente “O Palhaço e a Bailarina” e “Ainda Sou Louco o Bastante Pra Rir”, duas das melhores músicas da banda. A platéia que permaneceu no Bar Garrafus era composta em grande parte pelo público cativo da banda, que curtiu bastante e cantou todas as músicas, com excessão apenas das novas. Uma pena que o show tenha sido tão curto.
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