
Faixa a Faixa
em 19/09/2004 por Bruno Simpson (Vocalista da Zantorriff)
Faixa a Faixa: Zantorriff – Zantorriff 2003 Independente
Por Bruno Simpson (Vocalista da Zantorriff)
01. Charque to Shark
“Porque tubarão come carne nordestina”?
“E se Tio Sam fosse “charquear”
A letra de Charque to Shark, faz uma referência direta aos ataques de tubarão acontecidos em nosso litoral, tentando de uma forma “irreverente”, fazer uma alusão ao lado caótico e crítico da massacrante relação 1º mundo x 3º mundo, onde a figura do Tio Sam se confunde com a do tubarão e a do 3º mundista com a dos surfistas nordestinos.
02. O Bloco Sujo
“O surrealisamo de Dali em trajes de Zé pereira…”
A letra de o Bloco Sujo faz uma alusão ao modo criativo com que a cultura nordestina sobrevive às mais variadas formas de ataque de músicas e estilos ” pré-fabricados”. É uma forte crítica aos estilos enlatados e de fácil consumo pelas rádios e desavisados em geral.
03. Seu Discurso
“Seu discurso não combina com seus atos…”
Crítica aos ditos formadores de opinião que, no discurso, são engajados em toda a sorte de projetos e causas sócias mas, na verdade, apenas os usam como promoção pessoal, não agüentando sequer, encarar a pobreza nua e crua das ruas da cidade.
04. O Santo é Black Power
“Siga reto e se garanta que você é livre…”
Uma alusão à luta travada por zumbi ao defender a liberdade do seu quilombo – virando futuro mártir na luta da raça negra pela igualdade racial – e a realidade dessa mesma raça que, apesar da passagem dos anos, encontra as mesmas barreiras e dificuldades da época colonial, agora em um âmbito mundial.
05. Surfando no Lodo
“Entender a metrópole de peito aberto… é surfar no lodo…”
Fala da metrópole como um grande emaranhado caótico onde pessoas, das mais variadas classes e pensamentos, coexistem em um grande mar de lodo, fruto de um sistema repressor, violento e segregante.
06. O Africano e o Patuá
“cápsulas de sonho, fazem o dia tranquilo…”
Balada onde sonho e realidade se misturam, criando um cenário ao mesmo tempo etéreo e concreto; personagens da música brasileira – que já se foram – confraternizam-se em lugares surreais, como um Barracão no Espaço ou em um inusitado banquete na Lua.
07. Casas de espetáculo
“… pacotes de ilusão”
Referência aos profetas modernos que pregam a salvação da alma através de sacrifício monetário; são dirigentes de verdadeiras Casas de Espetáculo, onde a fé é manipulada de acordo com a vontade, necessidade e tamanho do bolso de cada pregador…
08. Dois Personagens do Som de Vinil
“A conquista de Aleatória é o nosso plano, não permitam que ZANTORRIFF e CIDADÃ CALAMIDADE estraguem”
Visão caótica de uma recife futurística, chamada Cidade de Aleatória ( já tomada pelo oceano ) que se vê a beira de uma invasão alienígena (a dos seres batráquios ); dois personagens, Zantorriff e Cidadã Calamidade, são a única salvação ante a total destruição de Aleatória. Esta faixa conta a história de como surgiu o nome da banda e também, servirá de base conceitual para uma futura HQ.
09. Faixa Aleatória
Uma salada instrumental, onde vários elementos rítmicos são fundidos com trechos de letras do próprio álbum.
10. O Sol é o Deus
“Quem dera ver nascer um pé de água…”
Faixa emblemática, onde a situação do povo nordestino – mais especificamente a dos sertanejos – é retratada a partir de elementos como a seca e a falta de perspectivas de um futuro melhor.
11. Tô no Rato
“Não jogue pesado, meu bolso furado nem dá pro lazer…”
Narra as desventuras de qualquer cidadão da metrópole recifense que, literalmente “no rato”, só pode dar sombra e brisa para uma futura pessoa amada mas que ainda espera que o futuro clareie e traga com ele coisas melhores.
12. Subúrbio do Imaginário
“… Somos todos loucos e essa é a melhor loucura da vida…”
Um trecho da letra do “Subúrbio do Imaginário” traduz exatamente o seu conteúdo: “Loucos são aqueles que pertencem à vida / …sendo assim, somos todos loucos / …e essa é a melhor loucura da vida…”

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» Zantorriff no RecifeRock
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