![]() COQUETEL INDEPENDENTE – SEGUNDO DIA data: 18/09/2004 (Sábado) – local: Barramundo com Volver, Lulina (SP) e Brincando de Deus (BA) Resenha por Breno Mendonça – Fotos por Bruno Negaum e Ariana Couto |
Segunda noite do Coquetel Independente. Repetir o público da primeira noite seria difícil, devido ao toró incessante, que não dava trégua e à concorrência com outras festas que rolavam na cidade. Mas o público se mostrou fiel, e compareceu em ótimo número ao Barramundo.
Também não era para menos. Além do Volver e Lulina (nomes em ascensão nas cenas local e paulista, respectivamente), teríamos os baianos do brincando de deus, uma verdadeira lenda viva do indie tupiniquim, há doze anos na estrada e com ótimos serviços prestados ao rock (ou indie-rock se preferirem).
Tão logo cheguei no recinto, o Volver começava a dar os primeiros acordes de sua primeira música. Rock é diversão, e eles levam esse preceito bem a sério. Ainda bem! O som do grupo é daqueles que agrada em cheio quem gosta de músicas vibrantes e despojadas. É carregado de melodias sessentistas, com claras referências à Jovem Guarda.
Isso, aliado ao enorme carisma do vocalista Bruno Souto e do batera Doug, só pode dar certo. E deu. Foi o melhor show deles que vi. Algumas músicas já são verdadeiros hits (‘Lucy’, ‘Canção Perdida’ e a mega ‘Você Que Pediu’). As recentes ‘Máquina do Tempo’ e ‘Mr. Bola de Cristal’ mostram que a banda está procurando dar uma cara bem própria ao seu som.
O público dançou e cantou junto, numa vibração contagiante. Foi o show mais animado da noite.
Lulina veio em seguida. Pra quem não sabe, trata-se de uma pernambucana radicada em São Paulo, que tem 6 discos gravados e está produzindo um para este ano ainda.
Canções com poucos acordes e com bases acústicas (mas com ótimas interferências do guitarrista que adicionou distorções e efeitos aqui e ali), vocais doces, e letras que falam de coisas ordinárias. Alguém falou Pato Fu? Tem a ver. Talvez o Pato Fu dos primeiros discos. Lulina tem uma veia indie que os mineiros perderam a algum tempo. O timbre da voz dela lembra um pouco a Fernanda Takai.
A primeira ‘Baygon’, ‘Pedrinho Pergunta’ e a engraçadíssima e esperta ‘Balada do Paulista’ foram destaques. O único porém ficou pela bisonha ‘Birigui’ que destoa bastante das demais músicas. No mais foi um bom show. O trabalho dela é interessante e vale a conferida. Uma curiosidade foi que a banda que tocou com ela foi montada de última hora e teve uma única tarde para ensaiar. Mas tudo saiu bem.
Já era bem tarde da noite quando, finalmente, o brincando de deus, subiu ao palco do Barramundo. Isso contribuiu para que eles tocassem para um público um pouco menor e mais cansado. Mas isso não foi empecilho para os baianos que fizeram uma apresentação impecável sob todos os aspectos.
Toda a segurança de uma banda veterana e a experiência dos vários anos de estrada, foi colocada à mostra. O show contou com canções de todas as épocas do grupo. Canções estas que remetem basicamente a grupos indies dos anos oitenta como Ride, Smiths e U2 dos primeiros discos. O vocal de Messias, e a guitarra estridente e cheia de ecos de César, denota o U2 como a grande influência da banda. O show mostrou as diversas facetas do grupo, com canções hipnóticas e cheias de guitarra, como a bela ‘Spleen’ e melódicas (numa clara referência aos Smiths) como em ‘The Best On You’ e ‘No Hay Banda’.
Destaque também para o bom humor do vocalista Messias, com suas clássicas piadas: “ok, eu sou Frank Sinatra e essa é minha banda”. Um grande show de música rock, que se não agradou a todos, pelo menos deixou uma grande parte bem satisfeita. Que venham mais e mais festivais como esse!
Clique na foto abaixo para abrir a PopUp com as fotos do Festival Independente Coquetel Molotov no Barramundo:

Links:
» Volver no RecifeRock
——–