em 20/02/2005 por Bruno Negaum
Fui convidado para ser jurado do Rock Forever; que foi um concurso de bandas de hardcore e punk rock que deu ao primeiro lugar a oportunidade de abrir o show dos paulistanos do Fisst, que vai rolar agora em março.
Confesso que fiquei com medo de ser jurado do concurso. Sabe por quê ? Eu não conhecia metade das bandas que iam se apresentar… Mas acabei aceitando. Leiam abaixo o que achei das bandas:
Infelizmente a banda que seria a primeira a se apresentar, a En Harcore, não tocou. Parece que rolou um problema com o baterista…
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Nunca tinha visto a 12por8 ao vivo. Só conhecia porque baixei algumas mp3 na internet e a banda participou do Lado B da Coletânea RecifeRock: Um Ano de Rock. Tinha pouca gente no comecinho do show, só os jurados e alguns amigos da banda.
A 12por8 tem músicas legais, como Ninguém é de Ninguém e Chorar, mas o problema é que são longas, é muito chato ouvir um minuto de introdução em cada música. O baixista Samuel toca bem, segura as pontas direitinho, e usa umas linhas de baixo bem interessantes.
O melhor do show ficou pro final, em Chorar. Já tinha uma galerinha no Dokas, umas pessoas cantando, a banda agitou bastante quando viu que o público conhecia, mas já era a última música…
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Quando a Audiocard começou a tocar, o som estava mais embolado que nunca. As guitarras estavam muito altas, uma delas ficou desafinada o show inteiro, e a voz muito baixa. Não deu pra entender direito o que o vocalista estava cantando… E quando se entendia, deu pra notar que a banda gaúcha Fresno é uma forte influência da banda.
A banda tem letras que falam de morte e amor com uma batida forte e distorção no talo… mesmo assim, não gostei. Não estou desmerecendo a Audiocard, mas tem muita banda emo imitando esta fórmula…
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A 3 Acordes é interessante… Eles tocam hardcore podreira e tem uma menina no vocal. A vocalista Natália é o charme da banda, o problema é que ela fica parada o tempo todo. Ela precisa se soltar mais nos próximos shows… correr… gritar… pular…
O som continuava uma droga, não deu pra entender nada! Só lembro que eles tocaram Vote em Mim e Punk Lampião, porque essas músicas têm refrões berrados, e Se Vira Nos Trinta porque ela tem apenas trinta segundos de duração.
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Perdi o começo do show da Face The Reality, porque fui comer lá fora do Dokas…
Face The Reality é o novo nome da banda HIV. Eu já conhecia a banda do último Projeto Conjuração, que eu toquei com a minha antiga banda, a BlackHand!
O show deles foi bem família. Os pais dos integrantes, as namoradas e os amigos estavam lá dando uma força, isso é massa porque a banda fica mais segura no palco e toca sem problemas.
O problema é que o público estava agitando muito no show deles, mas não pelas músicas da bandas, e sim pelos covers do Dead Fish que eles tocaram. Rolou Você, Mulheres Negras, Zero e Um e deve ter rolado mais…
A Frango Cru seguiu os passos da Face The Reality e começou o show tocando Você, do Dead Fish. Putz! Começar um show tocando uma cover… No meio do show rolou mais Dead Fish, eles tocaram Afasia, que virou Afásia na versão deles.
Os integrantes não interagiram com o público, como os meninos do Face. De novo, o público só reagiu quando a banda tocava algum cover conhecido.
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O Rock Forever foi o primeiro show da LAG… Tá certo, eu sei como é primeiro show. Sei que tá todo mundo da banda nervoso e tal… e apesar do apoio dos amigos (levaram até uma faixa com o nome da banda), a banda estava com um pé atrás… Parecia que eles estavam com medo de agitar, pular e sair destruindo tudo! O guitarrista Neto, até tentou, jogando a guitarra no chão no fim do show.
A banda tocou Fich, Lats To You, e My Chemical Romance, Im Not Ok, muito bem, mas na hora de mostrar suas músicas próprias foi que rolou um problema. A guitarra de Neto, aquela que ele jogou no chão depois do show, estava com um som muito estranho, e esse som estava chamando mais atenção que as letras da música. Enquanto o vocalista Tiago cantava, muita gente do público estava preocupada com a guitarra… Mas tinha gente prestando atenção e cantando as músicas também! O melhor momento do show foi quando rolou 12 de junho… Todas as amigas da banda estavam na frente do palco cantando! Foi um momento emo do show, como disse Tiago.
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Quando a No Fame começou a montar o palco, eu tive um susto. A banda tinha teclado e sample! Nunca tinha visto isso em banda de hardcore de Recife…
O show da No Fame foi bem direto. Eles não falaram muito, mas se garantiram no som, que é bem criativo.
A mistura das guitarras pesadonas com o teclado e as vozes cria uns climas bem legais… E a presença de palco dos guitarristas Coxinha e Juara é demais!
Gostei muito da banda, mas acho que ainda falta música com um refrão marcante… O público estava gostando, mas não sabia cantar as músicas.
A Resto de Feira tocou pra poucas pessoas, mais da metade do público foi embora depois do show da No Fame. Das quarentas pessoas que ficaram, quinze estavam na roda de pogo que foi feita na frente do palco, quatro estavam no palco cantando com o vocalista Felipe e o resto da galera estava assistindo com aquela cara de O que é isso? . Felipe no palco é outra pessoa… Pula, dança forró, faz strip, dá tapa na cara e murro no peito… Até fiquei assustado!
Assisti o começo do show da [HM] , banda que também está começando agora. Eles tocaram vários covers, entre eles, um de ForFun e um de Dibob. Já passavam das dez da noite, a maioria do público já estava saindo, aproveitei para ir também.
E o resultado? Bom, o primeiro lugar (merecido!) do Rock Forever foi para a No Fame! (Pelo jeito, os outros jurados concordaram comigo).
Parabéns à No Fame e até o show de Fisst!
Clique na foto abaixo para abrir a PopUp com as fotos do Rock Forever:

Links:
» 3 Acordes no RecifeRock
» Audiocard no RecifeRock
» 12por8 no RecifeRock
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