Lançamento do Site do Mellotrons

Por Recife Rock! em 7 de março de 2005

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LANÇAMENTO DO SITE DO MELLOTRONS
data: 07/03/2005 (Segunda) – local: Teatro Maurício de Nassau
com Mellotrons e Retrôvisores
Resenha por Tiago Barros – Fotos por Ariana Couto

Festa de gala indie…
em 07/03/2005 por Tiago Barros

O evento ocorrido nessa sexta passada – o show de lançamento do site do Mellotrons, com a abertura do Retrovisores e a discotecagem de Daniela Arrais e Flávio Pessoa – tinha toda uma cara de festa de gala indie. Desde do convite pomposo que foi divulgado massivamente em vários fotologs, até a escolha do local, o Teatro Maurício de Nassau, tudo corroborava para o capricho que a dita festinha proporcionaria a quem estivesse por lá. Fora que a escolha do Teatro Maurício do Nassau além de muito apropriada também foi um alívio para muitos, pois o bom sistema de ar-refrigerado do local era mais do que bem vindo em uma época na qual a cidade passa por um calor de dar inveja a qualquer verão senegalês.

Eu ainda estava a entrar no recinto quando o Retrovisores já começava a disparar os primeiros acordes de sua apresentação. E já de longe era perceptível que a ausência de um baixo ficava cada vez menos presente com o decorrer do show. Muito volume de som e frequências graves disparadas em profusão pelo tecladista Márcio Lobo mostravam claramente que ao vivo as quatros cordas faziam pouquíssima falta a sonoridade do grupo. E sem deixar de citar que o trabalho do batera Nil, que esmurrava com muita propriedade e pegada seu kit percussivo, e do guitarrista e vocalista Daniel cooperavam ainda mais para a preencher o som gordo que a banda exibia no placo, coisa que infelizmente não podíamos perceber na demo gravada por eles.

Sobre o som do Retrovisores em si, acho que algumas considerações devem ser feitas. A banda esta longe de fazer qualquer tipo de som vanguardista ou que possua algum experimentalismo hermético de difícil assimilação, mas, ainda assim é uma tarefa complicada tentar definir sua sonoridade, já que uma quantidade ampla de referências pode ser sentida ao longo do arremate das músicas na apresentação. Dizer que na parte vocal – e vou salientar bem para os mal entendedores: NA PARTE VOCAL – o Retrovisores mostraria uma certa influência “Los Hermanica” ou “MPBística” seria um supra-sumo do lugar-comum, já que tal como o cultuado grupo carioca eles também produzem letras muito bem trabalhadas em português? Bem, claro que seria, porém vou comprar esse baita “clichezão”, já que as melodias vocais que fogem do esquema excessivamente linear e quadrado do rock feitas pelo vocalista Daniel acabam lembrando um pouco o quarteto carioca mesmo. O instrumental do trio possui referências que vão de pinceladas do college básico de bandas como Teenage Fanclub, Superchunk, até chegar a um flerte não muito discreto com o pós-rock à la Explosions In The Sky, onde a excelente instrumental “Houston” é o melhor exemplo disso. No mais, os destaques do show foram as já conhecidas “José” e “Maicon“, sem falar na performance desencanada de toda a banda ao vivo, que chega a contrastar com a densidade poética de suas letras. Ah, o momento “festinha”, onde uma parte do público subiu ao estrado na hora de “Love Will Tear Us Apart” do Joy Division, também vale ser citado.

Depois de uma sessão de discotecagem cheia de groove feita pelos Djs Daniela Arrais e Flávio Pessoa, foi a vez dos anfitriões da festa subirem ao palco. O Mellotrons deu a graça de mais um de seus belos shows, mostrando que a banda esta cada vez mais coesa e compacta a cada apresentação. Começaram com aquela que deve ser a música oficial de abertura de show deles, “Colors To Remind Me”, e a partir daí, com o público majoritariamente nas mãos, foi só correr para o abraço.

Entretanto, como vários shows da banda já foram devidamente cobertos por diferentes colaboradores do Reciferock, vou me ater de forma particular agora as 4 novas composições apresentadas pela banda nessa noite:

Antes do Inverno Chegar” – Possui uma levada bem ao estilo The Smiths, mas a camada de guitarras tipicamente “Mellotrônica” me fizeram lembrar as músicas mais rockeiras do Broken Social Scene. Também senti uma certa referência do Stereolab na melodia principal, mas acho que é porque eu devia ter comido drogas nessa hora. Tudo bem que o refrão da música remete até demais a uma música do Smashing Pumpikins (“Stand Inside Your Love”, pra ser mais específico), mas nada que não pode ser aparado no futuro. Uma canção bacana, no geral.

Equador” – Essa já espanta de início por ser diferente de tudo que o grupo já nos apresentou antes. Uma espécie de disco-dub psicodélica, um cruzamento de Out Hud com !!! e algo de Gang of Four no meio disso tudo. A música tem um clima indisfarçável de Jam Session, o que a deixa mais divertida ainda. Provavelmente será um dos destaques das próximas apresentações da banda.

Mirante” – Essa é da leva à la Interpol, tal como a também tocada na noite “Tongue”. Talvez seja a música nova que menos se distingue do repertório anterior da banda, o que a torna a mais assimilável das quatro novas composições apresentadas nesse show.

Prismática” – Uma típica balada do Mellotrons, da mesma estirpe de “Slow Motion” e “You Ain’t Gonna Find”, ambas também tocadas nessa noite. Possui uma singela e longa introdução baixo/guitarra/vocal que depois desencadeia em uma balada guitarrística ao estilo de guitar bands como Drop Nineteens ou Slowdive. Bela música.

E essa foi a noite de 04/03, coroada com 2 shows excelentes, uma discotecagem competente e um público receptivo, coisa não muito presente na dita cena indie de outrora. E mais uma salva de palmas para o ar condicionado do Teatro Maurício de Nassau!

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