TRIBUTO A BOB MARLEY data: 14/05/2005 (Sábado) – local: Ancoradouro com Planta e Raiz (SP), N`Zambi, Vibração Rasta (AL) e Libertária Resenha por Bruno Arrais – Fotos por (Cobertura sem fotos) |
Tributo a Bob Marley com Planta e Raiz (SP), N´Zambi, Vibração Rasta (AL) e Libertária
em 14/05/2005 por Bruno Arrais
Recebi um convite – aliás, uma convocação – para ir a um show de reggae no dia 14 de maio. Nunca tinha ido a um show de reggae de verdade; umas duas apresentaçõezinhas em bares pequenos, com públicos igualmente reduzidos, eram toda minha experiência. Resolvi aceitar o desafio e encarar a noite de Tributo a Bob Marley no Ancoradouro.
Então, na noite do sábado passado, por volta das 22h00 me mandei pro Ancoradouro pra travar conhecimento com os partidários da música de Marley. Cheguei por volta das 22h20 e dei um tempo do lado de fora. Dentro de 20 minutos a primeira banda começou a tocar e me vi às voltas com uma demorada e cansativa busca pela lista de convidados, para poder entrar no local. Após uma série de informações desencontradas e idas e vindas, consegui entrar, já por volta das 23h15.
Confesso que fiquei muito surpreso. Ao contrário das apresentações que havia assistido anteriormente, o público da noite era enorme. Já na primeira apresentação mais da metade da casa se encontrava preenchida e a partir da segunda a casa já ficou lotada. Além disso, o som estava muito bem ajustado, redondinho mesmo; de dar gosto de ouvir cada nota.
Devido à demora para entrar perdi mais da metade da primeira apresentação, os locais do Libertária. Assisti a apenas quatro músicas do set, que era composto de 11, das quais apenas uma era cover, “Is This Love”, um dos grandes hinos do estilo, canção que mais empolgou a platéia, levando todos a, além de dançar muito, cantar junto com a banda a letra inteira. Do pouco que vi, ficou a impressão de que o Libertária é uma ótima banda no seu terreno; bons músicos, boa presença de palco.
No intervalo, muito reggae e dub nas pickups e vídeos de surf nos telões, para delírio da platéia, que gritava a cada tubo. Engraçado como o comportamento do pessoal é diferente dos rockeiros. Todo mundo bronzeado, com roupas coloridas, cara de surfista e coisa e tal. Interessante.
O intervalo entre a primeira banda e a segunda, o Vibração Rasta, de Alagoas, durou uns 40 minutos – ponto fraco na produção, porque todas as bandas demoraram muito preparando o palco, o que acabou fazendo com que o evento terminasse muito tarde – e a segunda apresentação só se iniciou às 00h10.
O Vibração Rasta, como o próprio nome já insinua, segue a doutrina rastafári. O som deles segue a linha do reggae mais tradicional e as letras têm uma jeitão de discurso pela paz e harmonia, de espírito, com o próximo e com o universo. A platéia continuou animada, mas achei eles muito parados. Foi certamente a apresentação mais fraca – na verdade a única apresentação fraca – da noite e pareceu, provavelmente devido a isso e ao fato do vocalista sempre proferir um sermão entre cada música, ser longa demais. Mas, como já disse, mantiveram o público animado, dançando bastante e até cantando durante a canção “Jah”. Além do mais eram bons músicos.
Depois de mais um longo intervalo, veio a grande apresentação da noite: Planta e Raiz, banda que ficou bastante conhecida recentemente pelo cover da canção “A Dois Passos do Paraíso”, da Blitz. Antes de assistir ao show deles achava que não iriam além disso, mas o que vi ao vivo me impressionou bastante. Os caras são ótimos músicos e têm músicas muito boas, numa linha reggae mais moderna. O som é bem preenchido, vigoroso. Não é aquele reggaezinho feijão com arroz, em definitivo.
Fizeram uma apresentação de aproximadamente e levantaram o platéia com cada música que tocaram. Além das canções próprias e do cover da “Blitz”, tocaram duas de Bob: “No Woman no Cry” e “Redemption Song”, mais óbvias impossível, mas mesmo assim foi massa escutar as duas canções. Mas o grande destaque, por incrível que pareça, foi “Com Certeza”, música da qual nunca nem tinha ouvido falar. Não cheguei a virar fã da banda, mas certamente passei a ter muito respeito por eles.
Encerrando a noite o pessoal do N´Zambi – mais uma local -, subiu ao palco às 03h55. O pessoal mandou bem, fazendo uma apresentação muito boa, e conseguiu manter boa parte do público, apesar do horário já avançado e de estar tocando após a banda principal do evento. Os caras já tem um público, ainda pequeno, mas cativo, e eles ficaram até o fim, dançando e cantando. Nunca vi tamanha disposição pra cantar e dançar. Eu quase não me aguentava mais em pé e todo mundo lá dançando.Foi a melhor apresentação depois do Planta e Raiz. Destaque para a canção “Areguedub”.
Às 05h20, tocaram a última música, meio à força – cortaram o som da banda -, porque se dependesse da banda e do público tinha continuado. Mas mesmo assim todo mundo saiu deixou o Ancoradouro satisfeito depois de uma noite de muita festa. Parabéns à turma do Reggae pelo profissionalismo!
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» N´Zambi no RecifeRock
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