Erasto no Apolo Para Música

Por Hugo Montarroyos em 5 de setembro de 2005

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ERASTO NO APOLO PARA MÚSICA
data: 04/09/2005 (Domingo) – local: Teatro Apolo
com Erasto Vasconcelos
Resenha por Hugo Montarroyos – Fotos por Guilherme Moura

Erasto, o Professor
em 04/09/2005 por Hugo Montarroyos

Há figuras que simplesmente nascem com o dom do carisma, com a áurea da espontaneidade e com o talento natural de cativar platéias. O percussionista Erasto Vasconcelos é um raro exemplar de tal espécie. Ele consegue se agigantar em cena, extrair poesia através das “banalidades” da natureza e fazer do palco a extensão de sua casa.

Tudo isso pôde ser comprovado no show de lançamento do disco “O Jornal da Palmeira ”, no Teatro Apolo . Aliás, eis um local que provou ser perfeito para este tipo de apresentação: som e iluminação impecáveis, o que contribuiu e muito para o excelente produto final que foi a emocionante performance de Erasto e sua banda, que foi testemunhada por um bom número de pessoas, fato surpreendente por se tratar de um domingo de jogo da Seleção Brasileira válido pelas eliminatórias da Copa 2006.

Tocando um repertório deliciosamente conduzido por forrós, afoxés, chorinhos e dança de salão, Erasto interagiu com a platéia, contou “causos” de sua extensa carreira e mostrou que não merece ficar à sombra do irmão mais famoso. Erasto tem lastro, consistência, criatividade e talento.

Seu grupo, com destaque para o ótimo flautista Manoel, que mostrou versatilidade na instrumental “Oxente ”, também bateu um bolão. A formação trafega entre o moderno e o barroco, com utilização de guitarra, baixo, bateria, percussão, backing vocais e violoncelo.

Uma a uma, várias canções de diversas fases da carreira de Erasto pontuavam as geografias de Recife e Olinda. E até de Nova York, caso da confusa e bela “Pipoca de Cinema ”, música composta por Erasto na “Big Apple” em 1980.

Dono de uma prolixidade ímpar e agradável, Erasto conduziu seu show como bem entendeu, improvisou de monte, e chamou ao palco seu amigo e parceiro Fábio Trummer, do Eddie. Juntos, tocaram várias músicas do repertório de “Original Olinda Style ”, só que com uma nítida inversão de papéis; desta vez, Erasto era o protagonista, e Trummer, um coadjuvante de luxo.

Com destaques para os deliciosos forrós “O Baile Betinha ” e “Forró das Meninas ”, Erasto ganhou de vez o público e até ensaiou coros com a platéia. Até o pequeno problema que teve com sua flauta ao tocar “O Jornal das Palmeiras ” foi superado com um misto de bom humor, angústia e diálogos inusitados que só poderiam sair da boca de Erasto: “A flauta vai tocar sim. Ela veio aqui só pra isso ”, dizia o percussionista. Pronto, era a senha para a platéia se deleitar em gargalhadas. Depois de brigar com o instrumento, que segundo Erasto não atingia o som ideal por causa da temperatura imposta pelo ar-condicionado, eis que a persistência humana prevaleceu sobre o clima artificial e o músico enfim conseguiu tocar lépido e faceiro sua flauta made in Noruega.

Dado o show por encerrado, o público pediu bis. Generoso, Erasto chamou Trummer ao palco, que cantou, com direito a acompanhamento de violoncelo, uma versão mais rebuscada de “Pode me Chamar ”. Depois, a sensacional “Baile de Betinha ” fechou a apresentação.

E ficamos assim tendo notícias de um jornal que merece ser ouvido com muita atenção e que atende pelo nome de “O Jornal das Palmeiras ”, maravilhosamente editado pelo professor Erasto, que, como sempre, “não está comendo nada”.

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