Volver e Asteróide B-612 Na Gororoba

Por Sofia Egito em 3 de novembro de 2005

VOLVER E ASTERÓIDE B-612 NA GOROROBA
data: 28/10/2005 (Sexta) – local:
com Volver e Asteróide B-612
Resenha por Sofia Egito – Fotos por cobertura sem fotos

em 28/10/2005 por Sofia Egito

É noite de Gororoba! Numa esquina da Rua da Moeda, decido comprar uma dose de vodca, ansiosa para ver os shows da noite. Com coca-cola para refrescar. “Roquenrrooouu!”. A moça quase derruba a garrafa, tamanho o susto que o vocalista da Asteróide B-612 dera na coitada. Eram 23:30 da noite quando Zeca Viana chama a platéia mais para perto. Todas as mesas ocupadas nos quatro cantos da rua. Muitas pessoas em pé, talvez duzentas. “Me dá logo esse troço, moça!” e corro com dinheiro, copo, garrafa, papel e caneta na mão. no palco, me deparo com quatro figuras de preto. Uma introdução deixa a rua inteira apreensiva e vidrada. A pergunta “que diabos é isso?” paira no ar. Logo, “O Fantasma Elétrico” surge e deixa a platéia – e a banda – um pouco mais à vontade. Vejo umas bocas cantarolando, uns quadris chacoalhando e muitos olhos atentos.

Em “Bossa Supernova”, que é instrumental, vejo o baixista David Adonai ensaiar uns passos, porém o resto da banda se retém aos movimentos que seus instrumentos exigem. “Hey, Mr. Trouble Boy” surpreende pela ausência da bateria. Enquanto isso, Syd Barret acena pra mim, lá do palco. Lá pela oitava música a platéia se dá conta do que se trata: guitarra elétrica e melodias atraentes. Melancólico-dançantes, eu diria.Um bêbado celebra “Dorian Gray”, se esbaldando entre o palco e a platéia, que só faz observar. Um riff pop aqui, uma bateria à la Franz Ferdinand ali e o show se desenvolve, parando apenas para a troca do cabo do baixista (os equipamentos de som não estavam colaborando, mesmo).

Nos intervalos das músicas, o vocalista grita uns “ouraite” e insiste para que todos bebam uma cerveja (umas quatro vezes…). “Serve vodca?”. Ele só não respondeu porque estava ocupado cantando a melodia singela de “Rua da Aurora Boreal”. Então, Bárbara Jones (Rádio de Outono) é convidada ao palco para cantar uma música que “fala de amor sem ser brega”, segundo Zeca. Trata-se da “Antidotal”, canção da Rádio de Outono, onde o rapaz já tocou bateria, em outros tempos. O dueto vocal agrada aos ouvidos e a presença da moça – afinal um movimento no palco! – parece familiarizar o público, que até canta junto.

Aplausos encerram a participação e introduzem “A Incrível História de John Tristonho”. Bem executada, até o eco que se ouve na gravação foi cantado pelo vocalista. Já com uma dose de vodca na cabeça, arrisco meus passos, juntamente com uns gatos pingados na platéia. Mais aplausos. “Côco A Go! Go! ” (Ei, não me olhe assim! É como estava escrito no set list!) – uma homenagem à Selma do Côco – tem a letra em inglês e trata de bossa nova, rock´n´roll, côco… Interessante. Mais interessante ainda é o jogo de pernas – Oh! – que Zeca faz num dado momento da música. Com uma loucura programada no teclado, a banda se despede menos de uma hora depois de subir ao palco.

Vinte minutos se passam e, distraída, só noto a banda Volver quando eles já estão no palco, tocando o hit do verão, “Você Que Pediu”. Oh, my! O movimento na rua foi tão intenso que fiquei meio assustada. Várias pessoas dançando pela platéia agitada. Inclusive o mesmo bêbado que dançara o show inteiro do Asteróide. Erros técnicos deixam a música sem baixo por um tempo considerável e uma microfonia atrapalha um pouco as primeiras músicas, mas Bruno Solto compensa cantando mais animadamente ainda e a platéia não deixa por menos. Em “Não Trate Ele Assim”, seguida de “Máquina Do Tempo”, o som melhora e a ninguém fica parado.

Depois de pedir desculpas em “Lucy” e mandar às favas em Charminho”, Bruno Solto convida Rodrigo Chagas, vocalista da banda The Honkers (que tocou no projeto uma semana antes), ao palco. Ele toma parte no vocal da cover “It´s You”, do Milkshakes, Bruno faz o backing vocal e a banda interage melhor no palco. Depois de arder nas “Chamas do Inferno”, Volver se despede com a guitarra embalada e o refrão eletrizante de “Mr. Bola de Cristal”. A Rua da Moeda deu espaço para a loucura de cada um e o final do show foi só a premissa para o resto da noite que estava por vir.

Links:
» Asteróide B-612 no RecifeRock!
» Volver no RecifeRock!

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