em 19/11/2005 por Bruno Negaum
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A sexta favorita da casa já era favorita antes mesmo do RecifeRock! nascer. A Phonopop toca um rock influenciado pelos britânicos e é considerada por Fernando Rosa, grande amigo nosso e editor do site Senhor F, como uma das melhores entre a nova geração de bandas brasileiras.
Phonopop nasceu em 2001, em Brasília, e já começou tocando para 50 mil pessoas no festival Porão do Rock e inaugurando a festa Noite Senhor F! Com músicas de melodias tão bonitas que chegam a ser hipnotizantes, os rapazes ainda conseguiram viajar pelo país e ganhar o respeito e amizade de pessoas como Philipe Seabra (Plebe Rude), que produziu a demo e recém-lançado primeiro cd da banda, chamado Já Não Há Tempo, que saiu pela T-Rec/Indie Records, de Brasília.
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A banda é formada por Fernando Brasil (vocal e guitarra), Ju (guitarra), Daniel Cariello (teclado, baixo e vocais) e Bruno Daher (bateria).
Trilha Sonora: Baixe agora Cidade Labirinto e Love Is Just Love, que estão no primeiro cd da banda.
Entrevistei Fernando Brasil e Daniel Cariello por e-mail. Falamos sobre a história da banda, o primeiro cd, o rock de Brasília e muito mais. Confira a entrevista abaixo:
Explica pra quem não conhece o Phonopop como é o som da banda. Que som vocês curtem e quais são as suas influências?
A gente costuma dizer que o som do Phonopop é o resultado de 50 anos de rock. Tem influências que vão desde os primórdios do gênero, como Chuck Berry e Dylan, até bandas mais atuais, como Radiohead. Não da pra apontar as influências diretas no som, é mais fácil dizer o que a gente gosta.
Escutamos muito rock inglês, principalmente dos anos 60 e 90, de bandas como Beatles, claro, Kinks, Who, Richard Ashcroft, Jam, Elvis Costello, Echo & The Bunnymen, e as atuais Franz Ferdindand e Kaiser Chiefs.
As letras da Phonopop falam de quê?
Em geral as letras falam de temas do cotidiano, como rejeição e perdas, e sentimentos como desespero, solidão, dúvidas e medos. Nada de muito diferente do que acontece na vida de todo mundo.
Fala como a banda surgiu…
A banda surgiu quando o Fernando voltou da Inglaterra, em 2001, trazendo na bagagem várias músicas e o desejo de registrá-las. Foi o Philippe Seabra, guitarrista da Plebe Rude, que o incentivou a gravar em português. Ele acabou produzindo a demo, que resultou na primeira escalação do Phonopop para o Porão do Rock, com uma formação ainda provisória.
Dessa primeira leva, apenas o Fernando e o Ju continuam. Depois de algumas mudanças de formação, o Phonopop está assim atualmente.
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Vocês lançaram “Já Não Há Tempo”, o primeiro cd da banda, esse ano. Fala um pouco sobre a gravação, a repercussão e o que mudou da demo para cá…
A gravação foi ótima. Tivemos tempo e calma para fazer o disco exatamente da maneira que queríamos. A produção, pela terceira vez na carreira da banda, ficou a cargo do Philippe Seabra. Extremamente cuidadoso em todos os detalhes, ele soube captar muito bem o que a gente quis passar.
Com o disco em mãos, começamos a divulgá-lo por várias regiões do país. Já tocamos no Centro-Oeste, Sul, Sudeste e Nordeste, no Festival Mada, em Natal, sempre com uma receptividade muito boa.
O que mudou é que a gente agora planeja vôos maiores, para que a música atinja a maior quantidade possível de pessoas. Estamos tentando viver de música no Brasil, o que não é uma tarefa fácil. Mas é o que a gente quer fazer. Então, estamos trabalhando para isso.
Quais são os planos da banda para o resto de 2005 e pro próximo ano ?
Para o final de 2005 temos alguns shows marcados e pretendemos ainda divulgar o disco da melhor maneira que pudermos. Também já estamos engatando o que vai ser a pré-produção do segundo disco. É um dos momentos mais empolgantes, ver como as musicas podem ser formatadas. Já temos algumas na manga.
Por que vocês nunca tocaram em Recife? É difícil vir tocar no nordeste?
A dificuldade maior de tocar no Nordeste é que fica muito caro ir para fazer apenas um show. Então estamos planejando uma turnê para o começo de 2006, passando pelas capitais e por outras cidades que tenham espaços legais para se tocar. É claro que Recife estará incluída no roteiro. E quem sabe Olinda também?
Como são os shows de vocês? O que não pode faltar neles?
Nossos shows têm sempre muita energia. Por tocar junto há muito tempo, a banda desenvolveu um grande entrosamento e uma grande cumplicidade, o que se traduz em shows cada vez melhores para a gente.
O que não pode faltar é leitura de uma música que a gente goste. Atualmente temos tocado sempre Ziggy Stardust, do Bowie, e Sunny Afternoon, do Kinks. Mas de vez em quando encaixamos um Small Faces ou até mesmo uma do Doves.
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Como é pra vocês viajar pelo Brasil tocando o seu som pra uma galera desconhecida? Quando é que vocês vem aqui em Recife?
É empolgante, mas pode ser assustador também. Encarar uma platéia que nunca te viu tem algo de excitante e desafiador. É como andar numa montanha russa pela primeira vez. Você fica com frio na barriga, mas acha aquilo o máximo! A gente queria ter ido antes, mas não conseguiu conciliar. Certamente em 2006 a gente aparece por aí.
Vocês conhecem bandas de Pernambuco? Se sim, quais são?
Claro. Acompanhamos a cena daí desde a explosão do mangue bit, em meados dos anos 90, com Chico Science e Mundo Livre. O Recife tornou-se um celeiro produtor de muitas bandas legais. Sempre tem coisa nova surgindo aí. Atualmente conhecemos o trabalho dos Astronautas, do Mombojó, do Vamoz! e do Volver, que é uma das preferidas do Phonopop.
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O que é que tá rolando de rock em Brasília?
De uns anos pra cá, Brasília desenvolveu uma cena roqueira muito boa, com ótimos grupos surgindo a toda hora. E, principalmente, com iniciativas fundamentais como as Noites Senhor F, organizadas pelo jornalista Fernando Rosa, editor do site Senhor F, além do Festival Cult 22 e o Porão do Rock.
Tem muita banda legal, mas entre as nossas preferidas estão Prot(o), Watson, Suíte Super Luxo, Bois de Gerião, Móveis Coloniais de Acaju, Disco Alto e o Beto Só, um compositor extremamente talentoso, e que também é irmão do Ju, nosso guitarrista.
É isso! Se quiser acrescentar algo, o espaço é seu!
Muito obrigado pelo espaço! Espero que os leitores possam conhecer um pouco mais as bandas de Brasília. E aproveitem para visitar o nosso site!
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Links:
» Phonopop – Site Oficial
» Senhor F
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