Rdo e Autoramas na Casa do Frevo

Por Sofia Egito em 24 de janeiro de 2006

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RDO E AUTORAMAS NA CASA do FREVO
data: 21/01/2005 (Sexta) – local: Casa do Frevo
com Rádio de Outono e Autoramas (RJ)
Resenha por Sofia Egito – Fotos por Bruno Negaum

Sensacional…
em 21/01/2005 por Sofia Egito

Sexta-feira, 20 de Janeiro de 2006. Às 22h30 existia na Rua do Apolo um certo rebuliço, provocado por uma concentração de roqueiros que aguardavam o início das apresentações da banda local Rádio de Outono e da carioca Autoramas, tomando cerveja e escutando o CD genérico dos recifenses – vendido por um ambulante a cinco reais em frente à Casa do Frevo.

Pouco depois das 23h30, Gabriel Thomaz, vocalista e guitarrista do Autoramas, assumiu o som da casa pra aquecer o público e atrair aqueles que ainda não haviam entrado. Somente perto da uma da manhã a Rádio de Outono subiu ao palco e começou o show com O Fim, última música do EP, que – diga-se de passagem – estava sendo lançado naquela noite.

O público enchia a casa: mais de 200 pessoas – lotação que provavelmente ficou abaixo da esperada pelos produtores do evento – dançando, empolgadas. Quando o baixo de Kleber Crócia, junto com a bateria de Gleisson Jones, iniciou o hit Além da Razão, as pessoas já estavam ensandecidas.

Lá pela terceira música – Popular -, Gabirel Thomaz se aproximou do palco, vindo do backstage, com os olhos vidrados no show. Perguntei a ele o que estava achando do show, ao que fui respondida enfaticamente: “Sensacional… e a Bárbara tem um domínio de palco de gente grande!”. Realmente. Considerando que o baterista e o tecladista (Dídimo Vieira) não tinham muito pra onde ir e que o baixista parecia um tanto tímido, coube à Bárbara tomar conta do pequeno palco e animar o público – tarefa que ela cumpriu com naturalidade.

As pessoas ficaram empolgadas ao longo das canções, mas ao som nervoso do teclado de Só o Pó, o povo se descabelou. Era uma cena ótima de se ver: a energia fazia aquilo tudo ter sentido. Bárbara – provavelmente absorvendo essa energia – também se descabelava no palco e eu olhei para Gabriel com um olhar de “tenho que concordar com você”. O melhor: com essa energia toda, ela não poupou pulmões para gritar “…quebrou minha conta corrente!!!” em certo ponto da música. Se aquilo não é Rock’n’roll…

A banda continuou com Espelhos Quebrados de Ronnie Von – que gravaram recentemente para uma coletânea -, músicas novas que poucos conheciam (mas isso não era motivo pra ficar parado, claro) e Eu Sou O Tao, onde Bárbara, Gleisson e Dídimo Vieira cantaram lindamente juntos. Depois de um cover de Elástica (Connection), a RdO mandou Uma Janela Para o Sol e, para surpresa de todos, Gleisson deixou a bateria para cantar o último refrão da música com a platéia que fazia coro e batia palma. Lindo. Aplausos, claro. Para a despedida, a já clássica Sabe-Tudo, que fez o povo dançar e cantar como se estivessem ouvindo a primeira música da noite. Uma hora de show passou desapercebida.

Enquanto Breno Soares botava um som e os Autoramas espalhavam setlists pelo palco, Gleisson Jones passou por mim com um sorriso de orelha a orelha. Vinte minutos depois – duas e quinze da manh㠖 as luzes se acenderam e no palco se viu Gabriel, a la Elvis Presley: topete, costeletas, camisa de botão e calça coladas, um cigarro na boca (Elvis fumava?) e tocando um… brega?? Nem eu entendi, mas deixei pra lá. Logo depois, eles largaram nas nossas cabeças um peso que eu nunca poderia imaginar que sairia de uma guitarra (Gabriel Thomaz), um baixo (Selma Vieira) e uma bateria (Bacalhau). Tratava-se de Você Sabe, música de trabalho da banda e que rendeu vários prêmios a eles no VMB do ano passado. A platéia se empolgou e eu pensei – erroneamente – que eles tinham servido o prato principal antes da entrada, mas o melhor estava por vir. Gabriel e Selma dançavam e aumentavam a euforia da galera.

O Rei da Implicância, Eu Era Pop e Carinha Triste vieram ainda com mais peso, mas sem deixar de lado a base jovem guarda que a banda tem. Imagino que se Roberto e Erasmo tivessem feito o movimento hoje em dia, ele seria assim. E quando o pessoal pensava que ia descansar as canelas, lá vinha a bateria louca do Bacalhau de novo. Eu fiquei pensando num termo pra descrever o show que causava essa inquietude incontrolável nas pessoas e tive que criar um: “Imparável”. Quem precisa de música eletrônica, meu deus?!

Em Nada a Ver, Gabriel e Selma foram à frente do palco e exibiram uma coreografia ensaiada. Motocross, Megalomania e Fazer Acontecer caminharam no mesmo ritmo. Ao riff de Fale Mal de Mim, um dos sucessos da banda, a platéia explodiu em pulos e gritos, dando um grande coro à última estrofe. Gabriel elogiou a Rádio de Outono logo antes de tocar a melodia e cantar a letra brega de Música de Amor. O público não parava de ferver e o Elvis lá do palco mandou Blue Suede Shoes para delírio das pessoas. A banda se despediu, mas o público pediu mais e foi atendido: duas outras músicas antes do adeus. Aquelas praticamente três horas seguidas de shows deram vazão à ótima energia da platéia e não deixaram nada a desejar.

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Links:
» Rádio de Outono no RecifeRock
» Site dos Autoramas

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