Love is All, Volver…
Após quatro anos de sementinhas plantadas (não confundir com outra coisa), eis que o festival No Ar: Coquetel Molotov começa a colher os frutos de seu trabalho. Finalmente o público entendeu que a proposta do evento é trazer o desconhecido até aqui, algo que só caberia no cast de um festival como esse. Assim sendo, foi de encher os olhos ver um público numeroso acompanhando shows de bandas que praticamente ninguém conhecia, como os suecos Love is All e o americano Prefuse 73. Enfim, o Coquetel conseguiu o que vinha almejando há tempos: criou um público interessado em ver coisas novas. Tudo bem que a produção às vezes exagera no obscurantismo de algumas bandas (não fica muito claro os critérios de seleção), mas a reação do público pernambucano ao festival vem sendo mais do que positiva.
Primeira banda a entrar no palco do Teatro da UFPE, o Volver fez um show diferente, maduro, consistente e que funcionou muito bem no teatro. Abriram com “Dispenso”, música folk que destoa de todo o resto do repertório da banda e que mostra uma faceta deles que pode e deve ser mais explorada: baladas com temáticas adultas, com arranjos bem elaborados e cadenciados, que contrastam bastante com o pop ingênuo que é a marca registrada da Volver. As músicas antigas, como “Você que Pediu” e “Máquina do Tempo”, soam bobinhas hoje frente ao novo repertório, mais consistente e maduro, ainda que esbarre aqui e acolá na sombra e nos cacoetes de guitarras dos Strokes. No fim das contas, a impressão que fica é que “Mr. Bola de Cristal” é a única que ainda acompanha os novos horizontes do Volver. Guardadas as devidas proporções (repito em parênteses e em maísculas: GUARDADAS AS DEVIDAS PROPORÇÕES), é mais ou menos o fenômeno (nas composições) vivido pelos Beatles em outros tempos: encheram o saco do iê-iê-iê bobinho e partiram para vôos mais ousados. A julgar pelo que foi visto/ouvido no palco, o segundo disco deve deixar o primeiro (que já é muito bom) no chinelo. Destaque para a presença de palco cada vez mais segura de Bruno Souto.
Quem decepcionou mesmo (embora pouca gente esperasse algo deles) foi o carioca Supercordas. Com formação interessante de três guitarras dialogando com o folk, a banda deu azar e pegou um sistema de som muito ruim. Mal dava para entender o que o vocalista falava/cantava. Sem falar que o show foi morno, não criou empatia com a platéia e acabou servindo de trilha sonora para bons cochilos no ar-condicionado do teatro. Uma pena, pois parece existir talento ali, e as letras são muito bem elaboradas. Mas, definitivamente, não foi desta vez que colou.
O mais que desconhecido Love is All fez o grande show da noite. Banda de pegada forte e com uma vocalista carismática, eles não têm a menor vergonha de adicionar um saxofone sem-vergonha, daqueles bem anos 80, às paredes de guitarra construídas com base em The Cure, fazendo uma ponta entre a banda de Robert Smith e os Pixies, mas ao mesmo tempo criando um som próprio baseado nas duas décadas passadas. A versão sueca de Bárbara Jones esbanjou competência e carisma, e a banda conseguiu conquistar um público que de início não parecia dar muita bola para ela. Showzaço.
Com uma proposta bem diferente de tudo que veio antes, o Prefuse 73 apresentou um som mezzo ambiente/mezzo eletrônico, formado por duas mesas de som e uma bateria. É o tipo de coisa que funciona melhor em festinhas ou raves, e que pareceu meio deslocado/desfocado em um teatro. E aí não deu outra. Um terço do público se acabou de dançar, outro terço dormiu e o último terço foi embora antes do show acabar. Reconheço que o problema é meu, que não freqüento rave, não saio de casa para dançar e não digiro facilmente uma banda que abre mão das guitarras. Para o resto do mundo, o Prefuse 73 deve agradar, embora deixe a sensação no ar de que são apenas mais um entre tantos iguais…
Mas o saldo da primeira noite foi extremamente positivo. E o da segunda deve ser ainda melhor.
22 Comments
Love Is All foi fantástico!!!!
\o/
Love Is All foi horrivel.
Melodias pouco originais, nada muito novo, e um vocal irritante e azedo.
O Show da noite foi Volver mesmo, seguido da banda Fossil.
Pra mim o show da noite foi o Judas: live in budokan… com direito a cerveja e pipoca no sofá..engordando a pança e a conta.
O show da noite pra mim foi Goro e a Gororoba. Destaque pra furia do irmao verdadeiro de Fred 04, que ao ouvir um ” toca um reggae ae doido” se esbravejou e disse maravilhas pro seu interlocutor!
Reggae é o ……….!
Os shows da noite foram, com toda certeza, os da Sala Cine UFPE. Fóssil foi muito bom, e Elma destruiu. Deu até uma tristeza em pensar que depois do show do Elma eu só veria shows, no máximo, legalzinhos até o fim da noite.
Para mim o show da noite foi a VOLVER… com certeza o novo CD vai dar muito mais o que falar…
ELMA!
só digo isso.
Me surpreendi com o Volver, mas posso dizer com toda a classe que o Supercordas funciona melhor em cd, é como se todos os detalhes em disco deles ficasse perdidos no grande teatro, pode ter certeza escuta supercordas no fone é de se apaixonar.
Rapaz se for a Bárbara Jones que sei, acho que ela vai ter que mudar bastante para tentar chegar ao que é o Love Is All, o show foi espetacular. E o Prefuse acho que ele tinha mais pinta “de negro” do que a festa permita, com todo o respeito aos que dessa cor forem, mas acho que Prefuse era muito hip hip demais para o que se aceitava.
Concordo contigo, no saldo, que foi deveras positivo!
Discordo,Prefuse foi muito bom,nada a ver definir como som de rave…
é impressionante como esse pseudo jornalista fala merda… meu garoto… vc falou que o show de wado foi ruim e que prefuse ficava melhor em um rave?! se vc não tem oq escrever.. economize seu dedo… fique coçando o seu OITI que é bem melhor…
Hugo, na moral, voce achou bom o SOM do love is all?! O som no show?! Porque eu curti as mp3s e queria sacar a banda mesmo, era a banda sueca que eu mais esperava algo e eu achei confuso pra caralho o som, não dava pra ouvir o sax e o mig que a cantora usava, ela é gasguita pra caralho, realmente me decepcionei! :P
heheeheheheh
E fossil e Elma foram digno de lugar no teatro!
Queria ter visto “Volver” mas quando cheguei já estava no final.
Fui das que esperavam mais da “supercordas” mas a única coisa que me rendeu foi mais sono!
Realmente “Love is all” foi o grande destaque da noite, bem divertido!
E de musica eletrônica é que não entendo msm, então sem comentários sobre a “Prefuse 73”!
E talvez, prefuse funcionasse melhor na salinha, mas o show foi fuderoso demais porra!! :D
Esse Diego é groupie. Eu vi ele tentando transar o gordinho da Fossil
Uma coisa que é importante ressaltar: a qualidade do som do teatro varia muito dependendo do lugar que vc está…ouvi relatos de gente dizendo que o som, em um mesmo show, estava cristalino ou péssimo dependendo do lado em que a pessoa estivesse no teatro. No geral, o lado esquerdo era melhor do que o direito. Pelo menos foi o que disseram.
Realmente, o som estava muito ruim. No palco e fora dele.
Trabalhando numa estrutura de grande porte eu reparei pela primeira vez que a estrutura nao e’ totalitaria. E’ preciso bom manejo, afinco, determinacao e principalmente boa vontade.
Os tecnicos de PA do festival deixaram a desejar em todos os aspectos. Os de palco, em alguns deles.
O retorno do meu violao sumiu na segunda musica e eu toquei outras tres sem ouvi-lo. Mesmo depois de reclamar ao roadie.
O baixo estava completamente estourado no comeco do show, entao nao entendi se o tecnico de PA nao presetou nossa passagem de som ou se simplesmente vacilou.
Eu entendo quem teve sono dpois da metade do nosso show. Eu tambem tive.
E nao ‘e birra essa coisa nao, o som do Love is All estava sobrando nos graves e o do Prefuse estava super estourado.
Deixo, entretanto, que estes problemas tecnicos dizem respeito somente a esta esfera. Eu gostei muito da festa, gostei de ter tocado e gostei muito do povo da cidade.
Do povo povao mesmo. De motoristas a guardas municipais. Mas os tecnicos….
Volver no dia 14 foi do caralho!
E dia 15 Vamoz! foi muuito bom!
Sem falar, claro, das atrações internacionais que, ao meu ver, cada uma com sua alta significancia!
Luis, eu converso com o camarada do Fossil faz um tempo já, para de falar besteiras e entra no esquema de shows de post-rock dessa merda de cidade e voce vai ver do que se trata! :P
Por sinal, te conheço?!
heheheeh
No geral, o lado DIREITO era melhor do que o esquerdo. Pelo menos eu achei isso, mas nao to falando da qualidade do som, to falando da execução po, foi confuso pra cacete o show! :P
hahahahahaha
cheguei no show do Supercordas (a banda que mais queria sacar ao vivo no Teatro) e sentei do lado esquerdo (de quem está de frente pro palco). o som tava totalmente inintelingível, com os caixas fritando (som de frigideira total) e duas das três guitarras/violões sem o menor sinal de vida… fiquei umas duas músicas nessa tortura até que mudei-me pro lado direito e comecei efetivamente a escutar a banda. mesmo assim, estava tudo muito baixo. as ambiências de Giraknob, um dos guitarristas, que dão o efeito mais psicodélico nas músicas estavam muitíssimo “no fundo”. é uma pena porque muita gente que não se liga nesses detalhes deve ter saído de lá achando a banda fraca.
Caso antigo! Mas conta, transasse os dois lados dele então?
Não é groupie, é band-aid, tb vi esse filme, “só boquetes”.
Concordo com Kaue. O do Prefuse 73 estava estourado, a ponto incomodar, não gostei da Love is all, a voz aguda da cantora não me agradou, apesar de seu carisma. Os graves chegavam a doer na apresentação da Prefuse, mas o som, apesar de ritmado, é monótono , dava a impressão de que se você ouve 2 ou 3 músicas não precisa mas ouvir as outras, saí antes de acabar, em parte por causa do som muito alto. Gostei da VOLVER e concordo com Hugo sobre o som dos caras quando diz que está mais maduro e puxando para os Strokes, foi exatamente esta a impressão que eu tive. O Supercordas me decepcionou, queria ver como ficava a mistura do rock com a música rural. Muito se deveu ao som que não permitia que se entendesse as letras, mas também pela proposta que não me agradou. Talvez ouvindo-se um CD eu possa ter uma outra impressão. Mas entendo como são essa coisas, inclusive sou carioca e torço pela banda.
Um abraço
estranho… consegui ouvir razoavelmente bem, inclusive letras, no show de Supercordas… sentado do lado direito.
a banda sem dúvidas foi a melhor da noite
e ruim eh esse cara que vos escreve esta “resenha”