Entrevista e Intro por Tárcio Fonseca
Escute: Elma – A Maldição Encantada
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Anota aí na agenda. Quinta-feira agora, no Burburinho, a partir das 22h, você vai poder conferir duas das mais interessantes bandas nacionais que surgiram nos últimos anos. De passagem pelo nordeste para tocar no Festival DoSol, o Elma (SP) aproveitou para marcar mais algumas datas e fazer seu segundo show no Recife. O primeiro, e muito bem comentado, foi no ano passado durante o No Ar: Coquetel Molotov. Agora a banda volta, durante mais um evento do coletivo, para apresentar novamente seu metal que revigora o estilo e deixa para trás todos os clichês do gênero. Peso. Muito peso e densidade sonora. Isso somado à vontade de fazer algo novo e não muito tradicional é que fazem o som do Elma. Coisa de quem ouviu muito Melvins, Neurosis, Helmet e Fugazi, decorou a cartilha destas bandas e agora dá suas próprias aulas com status de mestre.
Pra completar a noite também vai rolar o Monodecks, banda que há dois meses não realiza shows, mas que vêm de uma última apresentação bastante elogiada no Cinema da Fundação onde sincronizaram suas músicas com cenas do filme Pi. Deles, o que podemos esperar são músicas instrumentais climáticas e mergulhadas numa aura experimental que brinca com os contrastes entre o calmo e o barulhento. Imperdível para quem gosta de Syd Barrett, Sonic Youth, Slint ou Explosions in the Sky.
Confira a entrevista com Ricardo Lopes, baixista da Elma:
Quando tocaram aqui no No Ar 2007 vocês tiveram uma ótima resposta do público, teve até bis. Acham que o público está mais receptivo à sons mais “difíceis” e incomuns?
Quando tocamos em Recife pela primeira vez, não somente pelo Bis, mas pelo número de comentários em blogs e sites relacionados ao festival, as entrevista que demos e até pelas conversas com algumas pessoas que assistiram ao show, fiquei impressionado com o interesse pelo nosso som e por bandas relacionadas ao que fazemos. Parecia que todo mundo que conversamos conhecia neurosis, High on Fire, a relapse, ipecac, Boris, Pelican, fossil, isis, sunO))) e sabiam falar sobre cada uma dessas bandas ou selos relacionados e diferenciar tudo isso dentro dos devidos contextos. Conheci uma pessoa que tinha nossa demo de 2004, na ocasião prensamos alguns 300 ou 400 desses manualmente. Não acho que se trata de ser um som tão difícil e sabemos que não é tão comum mas o que parecia é que por conhecerem todo esse universo onde essas outras bandas estão orbitando, ninguem vinha com perguntas do tipo: “mas aí, porque que não tem vocal?”
Que lugares no Brasil você enxerga um caminho nesse sentido, de maior abertura ao novo?
Acho que dos lugares que tivemos a oportunidade de tocar Recife e Goiânia foram onde mais me impressionou nesse sentido, em GO acontecia um pouco diferente, os festivais pareciam ser mais responsáveis por apresentar as bandas para o público que estava super ligado em tudo o que estava acontecendo ali. No outro dia, blogs e mais blogs criticavam (+ ou -) minunciosamente tudo que aconteceu na noite passada. Em Recife ficava claro que não era o Festival que estava apresentando aquelas bandas.
O que alguém não iniciado ao som do Elma deve esperar de um show da banda?
Difícil falar por alguém que ainda não ouviu, acho que elma pode ser interessante de se conhecer através de um show, talvez para alguém que nunca ouviu nada próximo de elma seja até a melhor maneira de nos conhecer. Convencer através de um show minunciosamente bem executado sempre foi um grande preocupação nossa.
Qual a expectativa para esses shows aqui no Nordeste?
Estamos bem ansiosos com Natal, primeiro por ser a primeira vez por lá, segundo porque adoro tocar em teatros fechados com poucas bandas tocando, em uma noite de horas e horas de barulho incessante elma não faz tanta diferença assim. Em Recife nossa principal preocupação é que o show seja bem interessante pra quem estara vendo pela segunda vez. O intervalo de um ano pode ser bem curto já que não lançamos nenhum disco no meio do caminho, mas temos mais músicas novas que vão fazer a diferença pra quem estava lá no ano passado.
Quais os próximos passos do Elma?
Um disco completo sempre foi nosso maior objetivo desde o lançamento do EP em 2006. Por outro lado temos um tempo muito particular para fazer as coisas do nosso jeito e procuramos não nos precionar por especulações fora da banda. Imaginamos que 2009 seja um ano onde daremos muitos passos nesse sentido, mas eu não encararia isso como uma promessa de forma alguma.
Se quiserem acrescentar algo o espaço é de vocês!
Não tenho nada a acrescentar às respostas, mas sim o que agradecer a você e todos no Coquetel Molotov que marcaram nossos shows por aí. Fico encantado com a ajuda de Ana (Garcia), me impressiona a sua disposição em trabalhar com o underground no Brasil e mesmo com as bandas que trás de fora. Desejo-lhe muito sucesso em todos os seus planos pessoais e profissionais. Obrigado!
Serviço:
Elma (SP) e Monodecks no Burburinho
Quinta (13/11/2008) 22h
Burburinho (Rua da Tomazina – Recife/Antigo)
Preço: R$ 7,00 – Info: n/d
Elma (SP) e Monodecks
3 Comments
Elma é do caralho demais. Quem não for vai perder um show fuderoso!
elma é foda ok
Perfect Stranger, que comparação infeliz.
One Trackback
[…] a entrevista com Ricardo Lopes, baixista da Elma, feita pelo pessoal do Recife Rock. A banda toca hoje aqui em Natal no Festival Dosol Música Contemporânea e amanhã em Recife em […]