Depois do show da segunda noite do Cachorro Grande no UK Pub, o RecifeRock! levou um papo com os gaúchos sobre a nova fase da banda e os próximos projetos do grupo. A entrevista foi feita por John Heinz e você confere abaixo a conversa na íntegra.
A última vez que vocês estiveram aqui foi em 2006, no Abril pro Rock. De lá pra cá vocês tiveram o melhor show no VMB (Prêmio 2007), a participação no DVD de Lobão, e vai ter uma canção de vocês agora no Box set de Lobão (ainda não lançado). Como é que está sendo a tour do ‘Todos os Tempos’?
Rodolfo – Na verdade, desde que a gente lançou o ‘Todos os Tempos’ a gente não parou. Rolou todas as coisas que tu disse, e agora nós já estamos num passo pro disco novo. Já estamos no final da tour, estamos acabando agora. Pretendemos gravar um ao vivo no verão. E, cara, foi do caralho e estamos pronto pra outra. O lance do Lobão foi super importante, porque é um artista super conceituado, super respeitado, que a gente respeita muito, que deu muita força pra gente. Então está sendo só alegria, né?
Já são quase dois anos de tour e agora que vocês vieram pro Nordeste. Na verdade, vocês tocaram no Ceará, duas vezes (Ceará Music e Festival Ponto CE, ambos em 2007), tocaram também na Paraíba (2006) e no Piauí Pop 2007 (tocaram também no Festival DoSol, em Natal, em 2007). O Sul já tem uma cena consolidada, já tem um pessoal tocando há bastante tempo, principalmente o pessoal que tem a mesma influência de vocês, os anos 60 e 70. Por que é tão difícil ver bandas do Sul, não só do Rio Grande do Sul, mas, por exemplo, Reino Fungi, de Santa Catarina, fazendo circuito aqui no NE?
Marcelo – Eu acho que é mais a distância geográfica mesmo. Acho que é puramente isso. Pelas passagens serem mais caras, e não ser tão viável, principalmente o pessoal que está começando, as bandas mais independentes, principalmente as bandas do sul, tem esse lance de aqui ser mais longe e ser meio inviável, porque fica tudo mais caro. Mas tem uma galera, a gente sempre faz tudo pra vir tocar aqui…
Pedro – Também é não ter uma postura passiva quando a isso, saca? Não esperar as pessoas te chamarem pra vir. É tu fazer questão de vir mostrar o rock pras pessoas. Porque não é tão comum assim, geralmente é o cara que é do sul vende os shows por lá…
Já é o quarto disco de vocês, e, pelo menos eu senti isso, do primeiro disco pra cá, já é um rock mais sujo… Quando vocês tocaram com Iggy & The Stooges (Claro que é Rock, 2005), vocês falavam que tinha sido o melhor show e tal, e o som de vocês também ficou mais sujo, mais pesado, bem “no fun” mesmo. O que vocês podem falar disso?
Beto – Da influência?
De como está ficando o som de vocês, e falar dessa evolução…
Beto – Uma evolução, precisa né? Porque se tu ficar na mesma tu está fora. O lance com os Stooges é o seguinte: eles influenciaram a banda na época do primeiro disco. A partir do segundo a gente não tem mais tanta influência dos Stooges. Hoje, por exemplo, já acho uma ‘bichisse’ aquela volta deles, sabe? E a nossa evolução não é maturidade, é evolução. Musical mesmo. Maturidade é careta, e tal. O cara fica maduro, daí depois cai podre. O próximo passo de quem fica maduro é cair podre no chão. A gente aprende muito na estrada. A gente viaja muito, vê muita banda tocando, e vai aprendendo. Cada vez a gente vai descobrindo mais discos e vai atrás das coisas. A gente estuda música também, nós somos apaixonados por música. Antes de a gente subir no palco, nós já éramos apaixonados por musica, aí que está a diferença. O palco é a conseqüência do que nós somos. A gente não está ali por causa da roupinha, do cabelinho, da guitarrinha sagrada dos anos 60. Ninguém aqui se vê fazendo outra coisa. E os Stooges que vão pra puta que pariu com aquela volta deles! (risos)
Marcelo – A gente está sempre procurando fazer coisas ‘dêferentes’ (risos). E aí a gente experimenta com tudo que a gente gosta, a gente é super fã de Sabbath e Led, além das influências dos Beatles, Stones, John Lennon, e as influências contemporâneas, então não tem porque não botar uma pitadinha disso em uma ou outra música. Ou no caso dos Stooges, como foi no início da banda, a gente ouvia e achava bacana e achava que tinha que ter um pouquinho disso no nosso som.
Pedro – As bandas que a gente gosta, os Beatles, os Stones, o Traffic, os Mutantes, todas as bandas sempre mudaram o som, nunca ficaram com o mesmo som, saca? Tentaram chocar os fãs um pouco. Por mais que os fãs talvez não entendessem, os que ouviam os Stones no início, os caras não queriam saber, queriam mudar e não ser sempre a mesma coisa…
Beto – Olha só cara, a gente só quer fazer um som na onda do Tutti e do Lanny… E na onda dos Flying Burrito Brothers e da Spencer Davie Group… (risos)
Pedro – Dos “Flying Tapioca Brothers”… (mais risos)
Numa entrevista do Marcelo Gross, ele diz que está rolando uma fase diferente porque agora todo mundo está compondo. Como é que vai ser o próximo álbum? Vocês tão com um DVD no gatilho…
Beto – É melhor não saber…
Rodolfo – Tá tudo encabeçado, esperamos gravar no verão pra lançar em março, mas estamos batalhando.
Pra finalizar, as impressões de Recife…
Marcelo – Eu sou muito fã do Recife.Eu e o Beto alugamos um carro, fomos pra Porto de Galinhas… Aquela praia que tem depois, como é, Manguaípe, Maranguape…
Maracaípe.
Marcelo – Maracaípe! É! Nossa, passamos a tarde lá enchendo a cara, foi demais, cara! Fomos numa festa na beira da Praia de Boa Viagem, fizemos uma jam session na beira da praia ali com o Jorge Cabeleira, hoje tivemos um dia bastante agitado. E pô, sou apaixonado, principalmente, por Olinda. É super bom vir pra cá, tomar muito ácido… Parece que o cara volta 150 anos no tempo…
2 Comments
Que moça mais simpática!
opa
o site tem algum email pra contato?
desculpa comentar isso aqui mas é que não achei, e gostaria de entrar em contato com a equipe do site.
Beijos
One Trackback
[…] Entrevista – Cachorro Grande* *Publicado originalmente em http://www.reciferock.com.br […]