em 04/07/2003 por Hugo Montarroyos
Astronautas roubam a cena no primeiro dia do PE no Rock
Banda liderada por André Frank foi responsável pelo melhor show do evento
Tudo bem, galera, sei que essa resenha deveria ter sido publicada beeeem antes, mas, como diria Rubens Barrichello, “antes tarde do que nunca”. Apesar de todos (ou quase) os veículos especializados já terem expressado suas opiniões sobre o evento, acho importante deixar registrada as minhas impressões sobre o PE no Rock 2003.
Sendo assim, comecemos pelo local. Embora parecesse estranho à primeira vista, gostei da escolha do Clube Português como sede desta edição. O som, que costuma ser problemático no PE no Rock, estava melhor que nos anos anteriores (ainda que estivesse longe da perfeição).
Enfim, vamos ao que interessa. Foi muito prazeroso (pelo menos para minha pessoa) ver o Estrógeno inaugurando o palco um. As meninas mostraram coragem, competência e, acima de tudo, paciência, pois não deve ser fácil querer mostrar o resultado de anos de trabalho enquanto boa parte (da pequena) platéia se preocupava mais com os fatores anatômicos e estéticos da banda…De qualquer forma, foi um belo show. Pena que o horário (tocaram às 18h30) não tenha sido dos melhores, uma vez que muita gente ainda estava do lado de fora. Bem, azar deles, não sabem o que perderam.
Depois foi a vez do ótimo Fourpigs tocar no palco principal. Serei sincero e bem pouco imparcial. Gosto dos caras, acho o som deles muito bom e, tenho certeza, tratam-se de pessoas que têm o rock escorrendo nas veias. Foi genial testemunhar a reação da platéia ao ouvir “Os três porquinhos viciados e o lobo mau traficante”. Melhor ainda foi ver a enorme roda de pogo formada assim que os caras mandaram uma cover dos Ramones.
Bem, como já disse em outro espaço, não suporto surf e, sinceramente, o som do Shark Attack pouco me agrada. Mas agradou em cheio ao público e, num show, o que interessa mesmo é a opinião de quem pagou ingresso. E esses, garanto, em sua grande maioria, gostaram muito do show dos caras.
De volta ao palco principal, confesso que, de início, achei que a apresentação dos Astronautas não passaria de uma palhaçada do quilate dos Mamonas Assassinas. Totalmente desinformado, não conhecia nada da banda, e fiquei absolutamente chapado com o show deles. Beirou a perfeição. Tudo certo no lugar certo. Boa música, ótimo visual, imagens projetadas num telão….ah, se todo show no Recife fosse assim ! Talvez tenha sido a melhor performance da história do PE no Rock.
Para os fãs de emo (não é o meu caso) o Democratas se garantiu bonito, mostrando atitude e inconformismo (justo, diga-se) com a Ordem dos Músicos do Brasil. Confesso que na hora em que eles se apresentavam fiquei tentado a ir ao banheiro e depois comer um cachorro quente. O profissionalismo me impediu de tomar tal atitude e, pensando bem, os meninos fizeram a parte deles.
É difícil falar algo sobre o Rodox. Gosto do Rodolfo, o cara trata todo mundo bem, livrou-se das drogas, está numa fase boa e tal…mas não consigo entender direito a proposta sonora do cara. Ele quer ser hardcore, punk, gospel, ou tudo isso ao mesmo tempo? Como curiosidade antropológica, “Exodus”, de Bob Marley, em versão roqueira, deixou uma dúvida no ar…foi homenagem ou sacanagem?
O fato é que Rodolfo poderia ficar nu que, ainda assim, não conseguiria chamar mais atenção que os Astronautas. Em noite de Rodox, quem se deu bem mesmo foi a banda de André Frank.
Clique na foto abaixo para abrir a PopUp com as fotos do Primeiro Dia do PE NO ROCK 2003:

Links:
» Estrógeno no RecifeRock
» Shark Attack no RecifeRock
——–