Projeto Conjuração 3 – Primeiro Dia

Por Hugo Montarroyos em 19 de setembro de 2003

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PROJETO CONJURAÇÃO 3 – PRIMEIRO DIA
data: 19/09/2003 (Sexta) – local: Dokas
com Grito Suburbano, Putz Duranga, Fiddy, Ala 7, Zôikitá, Tension, Pecapta, HIV e Pluck
Resenha por Hugo Montarroyos – Fotos por Bruno Negaum

Conjuração peca pelo excesso de bandas
em 19/09/2003 por Hugo Montarroyos

Prometo explicar pela última vez. Minha opinião não reflete necessariamente a verdade, até porque estou longe de ser dono dela (a verdade). Então, por favor, procurem não ficar magoados ou até mesmo felizes com o texto que segue abaixo, pois sou apenas um cidadão qualquer que estuda “análise do discurso” e “teoria crítica”, entre outras bobagens que só servem para os jornalistas.

Dito isso, vamos aos fatos. Chegamos ao Dokas no começo da apresentação do Grito Suburbano, e tive a primeira surpresa da noite. A banda, que tocou para um público pequeno, esbanja presença de palco, sem falar que o som que produzem é dos melhores. Punk rock e hardcore sem firulas, com destaques para o excelente baterista Guto e o vocalista Estevão. Ótima abertura para uma noite que seria mais longa que o previsto.

Ainda melhor foi o show do Putz Duranga. com cinco anos de bagagem, os caras abriram o set lista com “Da Lama ao Caos”, de Chico Science, com direito a já clássica citação de Refuse-Resist, do Sepultura, no meio da música. A banda pode ser considerada uma versão mais pesada do som mangue (se é que algum dia existiu um som “mangue”). Mais uma vez o baterista roubou a cena. Zé demonstrou extrema habilidade na condução dos bumbos e baquetas e o carismático vocalista Cerva conseguiu empolgar a ainda tímida platéia.

Agora, estranho mesmo foi a apresentação do Fiddy. Imagine uma banda de thrash metal com tambor e teclados à la Faith no More e que possui nada menos que oito integrantes! Foi absurdamente bizarro. Além da ótima performance, os caras avacalharam geral ao tocar uma versão thrash para “Manguetown”, de Chico Science. Cara, dizer o que? O som deles é estranho, original, curioso e surreal. Se é bom? Pior que é.

Já vi o Ala 7 em dias melhores, mas, ainda assim, o show dos caras foi legal. E sempre é prazeroso lembrar que o Raimundos prestou um dia. Gosto muito da versão deles para “Andar na Pedra”. no mais, uma apresentação correta, sem grandes novidades. Mas, enfim, a galera gostou, e é isso que importa.

Zôikitá é foda! Os caras abusam do direito de tocar bem. “Fim dos Dias” faz justiça ao título, assim como a infernal “Nordestino do Nordeste”. Que ninguém estranhe se os caras forem escalados para a próxima edição do Abril pro Rock. Showzaço, onde imperou um respeito silencioso por parte do público, que parecia hipnotizado com o som do grupo.

Não gosto de rock progressivo. E é apenas por esse motivo que não gostei do show do Tension. Sei que os meninos são excelentes músicos, que são capazes de tocar, fazer malabarismo e chupar cana ao mesmo tempo, mas, definitivamente, não tenho paciência para o estilo. Trata-se de música feita para músicos. O público reagiu muito bem à performance deles, numa prova cabal que o velho ditado “gosto não se discute” é mais que verdadeiro.

Alguém conseguiu anotar a placa do caminhão chamado Pecapta ? O que foi aquilo ? Um pesadelo sonoro ou o melhor show da noite ? As duas coisas, meu amigo. O vocalista Rodrigo Colaço é simplesmente um monstro (no bom sentido). Vai ter gogó assim no inferno, meu filho. Quase fiquei surdo. Para se ter uma idéia do que foi a apresentação dos diletos rapazes, contei pelo menos oito moshes!

Ainda detonaram um belo cover para o clássico “Crucificados Pelo Sistema”, do Ratos de Porão.

Sem falar no fã que invadiu o palco durante a última música, e que foi barrado pelos seguranças, que insistiam em dar “gravatas” no sujeito. Não deu outra. A banda parou de tocar, exigiu que o maluco fosse solto e, melhor ainda, o cara dividiu (e bem) os vocais com Rodrigo. Não bastasse tudo isso, e ainda teve como “brinde” um mosh do baterista Eduardo Barbicha e outro do baixista Marcelo. Delírio total.

Deu pena do HIV, que tocou depois do Pecapta. A essa altura do campeonato, muita gente já tinha ido embora. Eles fazem um punk rock básico. Na verdade é um power trio de moleques que ainda está bem verde. Mas, em alguns momentos, deu para perceber que os meninos têm futuro se continuarem na estrada.

Definitivamente, o Pluck não merecia entrar na roubada que entrou. Tocou para 23 heróis da resistência, que conseguiram testemunhar a apresentação (boa) deles. Como estávamos bastante cansados e ainda íamos trabalhar no dia seguinte, pulamos fora logo depois da versão demoníaca de “Asa Branca”, de Luiz Gonzaga.

Fica aqui a sugestão. Procurem organizar um festival mais “enxuto”, com menos grupos. Será melhor para todos os envolvidos, ou seja, público, bandas e mídia.

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Links:
» Grito Suburbano no RecifeRock
» Pecapta no RecifeRock

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