
em 09/12/2003 por Guilherme Moura
Na nossa ‘clipagem’ nas Revistas Rock pegamos mais uma matéria sobre os Astronautas.
Esta saiu na Revista Dynamite 67, olha ai:
ENTRE EM ÓRBITA COM OS ASTRONAUTAS
Por Marcos Bragatto
O incauto que meio sem jeito entrou em um dos endereços que abrigos os shows da turnê que o Astronautas fez em várias cidades do Sul e Sudeste certamente deve ter tomado um susto. No palco, um cenário com muito alumínio onde os quatro integrantes se vestem com macacões, usam máscaras antigas e ainda projetam imagens. Tudo dentro da temática espacial/futurista adotada pela banda, desde o próprio nome até as letras de todas as músicas que estão em ..De Algum Lugar Do Sistema Solar, o disco de estréia, à exceção do cover para Rio Bahia/ La Paz Song, do Fellini.
O Astronautas nasceu há cerca de três anos em Recife, capitaneado pelo guitarrista e vocalista André Frank, que teve uma experiência com Frank Jr. Ele convocou outros três tripulantes Djalma Rodrigues (guitarra), Dudu (baixo) e Arthur Carioca (bateria) e partiu para viagem. Não temos nenhum especialista em astronomia, nem nada deste universo, nossa temática surgiu enquanto escrevíamos as músicas e foi dando uma unidade conceitual bem legal para o que pretendíamos fazer, explica o comandante André. Quem já tomou conhecimento da chama surf music do espaço, desenvolvida nos anos 1990 por bandas como Man or Astro-Man?, vai se impressionar com as letras do Astronautas, pelo menos a julgar pelo disco de estréia que a banda lançou, nos moldes independentes.
O disco traz a temática espacial – futurística traçando um paralelo com o cotidiano e metaforizando tudo que o cerca. Foi um disco concebido para ser nosso cartão de apresentação, afirmar Frank. Como exemplo, podemos citar títulos como Orbital, Atmosfera e Nós Robôs.
Musicalmente o som da banda tem o mérito de misturar muito do que foi feito na música pesada nos anos 90 ( ecos de Helmet e adjacências) e traz ainda sérias referências aos anos 8, e não é só na bateria à Stewart Copeland, presente na cover do Fellini. Há na parte eletrônica (sutil, exceto em dois remixes ), ecos de Devo e do tecnopop.
Tudo muito bem produzido e embalado por Alex Zhort, o americano responsável por trabalhos com bandas como o próprio Helmet, Motörhead e Deftones. Deu para entender o que é o som do Astronautas? Não? Vamos ver se o André Frank consegue explicar melhor: Nós somos uma banda difícil de rotular e que recebe influências de tudo o que vemos e ouvimos. Tudo é muito importante para nós, termos uma capacidade criativa cada vez melhor e com mais informações. Ao nós nos encaixamos num estilo de rock contemporâneo, com sonoridade atual e sem rebuscamentos.
O fato de o disco de estréia ser tão identificado com essa temática do espaço, por outro lado, não seria uma forma de limitar conceitos e restringir possibilidades futuras? Até porque o assunto pode não render tanto, não é? Não, responde Frank, porque não somos uma banda que fala uma língua só. O disco de estréia teve a concepção realizada dentro do que nós havíamos traçado. Queríamos chegas na cena nacional de maneira convincente, e conseguimos, completa.
Disso não resta dúvida. Afinal, no mercado independente nacional, não é qualquer banda de fora o eixo Rio/ São Paulo que consegue vender quase 3 mil cópias de um disco de estréia em apenas cinco meses. A explicação está na forma organizada na qual o quarteto trabalha, procurando eles próprios fazerem todas as funções de uma grande gravadora. Isso além de, claro, continuar invadindo os planetas, digo, as cidades mais inesperadas, buscando a saudável e onipresente conexão do rock com seu público. Câmbio e desligo.
Contatos: André Frank: (81) 91398288 andreastronautas@hotmail.com
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Revista Dynamite
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Capa da Dynamite 67

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