Riot Grrrls ? Entenda Mais

Por Recife Rock! em 12 de dezembro de 2003

Dominatrix / Bikini Kill - fotos divulgação

em 12/12/2003 por RecifeRock.com.br

Dando uma pesquisada rápida na Internet, encontramos um texto bem interessante sobre as Riot Grrrls.

Olha aih:

Riot grrrl!!! O que é?

Pode-se dizer que movimento “Riot Grrrl” surgiu em meados dos anos 90 no cenário de Olympia (cidade universitária perto de Seattle) com as garotas do BIKINI KILL, que são consideradas os maiores símbolos deste movimento.

As “Riot Grrrls” tentam revitalizar ou florescer a liberdade feminina, a capacidade das mulheres de fazer Rock e quebrar seus dogmas, lutar por seus direitos e contra os velhos padrões estéticos e morais.

O rock sempre se mostrou um tanto “machista”, embora seja conhecido como “REVOLUCIONÁRIO”, a imagem mais difundida da “mulher no rock” é a daquela tiete histérica, ou de uma musa frágil e facilmente influenciável que dificilmente teria “capacidade” para tocar algum instrumento musical como guitarra, baixo ou bateria… É PRINCIPALMENTE CONTRA ISSO QUE AS RIOT GRRRLS LUTAM…

O movimento encontrou na ideologia PUNK os fundamentos básicos para se rebelar, embora até os “PUNKS” terem demonstrado uma cena um tanto “machista”, é complicado mas o RIOT GRRRL também “tem que” procurar espaço na cena PUNK. Os principais “meios de comunicação” entre as garotas são os Fanzines ( revistas, panfletos) que são distribuídos principalmente em lojas de CD`s e coisas do gênero, reuniões e páginas na internet e é claro as BANDAS FEMININAS.

Pode-se resumir dizendo que “RIOT GRRRL” é um movimento PUNK que luta pelo equilíbrio de forças entre os sexos, mas não são todas as garotas que curtem o PUNK nem o ROCK, cada uma tem seu estilo, é o que quer ser.

A grande maioria das meninas que se consideram neste movimento são de classe média e adolescentes, dependentes de mesadas ou então, quando adultas têm profissões liberais, são: Webdesigner , Publicitárias etc.

Significado: RIOT GRRRL

Em português RIOT é desorganização, encrenca e Grrrls (Girls), garotas. Isso não quer dizer que o movimento seja desorganizado, e sim revolucionário que luta por suas idéias e direitos preservando os métodos e morais punks e procurando não ameaçar nenhum outro grupo.

Feminismo+Punk+Defesa das minorias= RIOT GRRRLS

Estes são as principais características do movimento. Uma maneira de misturar a luta pelos direitos das mulheres e de vários grupos (homossexuais, negros e outros excluídos pela sociedade machista e preconceituosa) com a energia do Punk Rock e o respeito entre as “diferenças”.

O ponto principal é a luta pelo EQUILÍBRIO de forças entre os sexos e a quebra dos preconceitos existentes. As “riot grrrls” procuram destruir revistinhas que “tornam” as meninas “prendadas” com dotes domésticos e dependentes dos homens, além da imagem feminina aliada à fraqueza e aos moldes de estética, que forçam garotas a ser o que a MÍDIA impõe e não o que elas realmente querem ser ou são.

Para uma Riot Grrrl o mais importante é ter atitude, fazer protestos e não se conformar com os padrões machistas, além de ter opinião própria e principalmente aceitar as diferenças entre as pessoas, evitando que as “diferentes”sejam alvo de preconceito.

AS LÍDERES!

Não se pode dizer que existam “lideres” no movimento “RIOT GRRRL”, pois cada garota deve fazer o que quer e defender seus pensamentos e não ser “influenciada” ou “obedecer” alguma líder; contudo algumas mulheres conseguiram muito destaque, tornando-se verdadeiros símbolos das “Riot Grrrls”. Sem dúvida o maior destaque é a Kathleen Hanna, vocalista do Bikini Kill, cuja banda pode ser considerada uma das primeiras (ou a 1a) do movimento, além de ser muito radical.

Nos seus shows, as garotas do Bikini Kill costumavam “mandar” os rapazes para as filas mais longe do palco, deixando as garotas nos melhores lugares, além de tudo, elas entregavam folhas com as letras das músicas para que AS FÃS pudessem acompanhar melhor as canções. Kathleen costumava fazer os shows com os braços, abdômen ou costas escritos com slogans como : RAPE (estupre) ou SLUT (vagabunda), isso era uma forma de protesto contra a violência sexual, e os comentários “machistas” que determinavam as “Garotas do Rock” ou as mais “liberais” como vagabundas… O costume de escrever os “slogans” no corpo não parou com o Bikini Kill, até hoje várias bandas femininas se apresentam e se rebelam com o corpo riscado.

Apesar da banda Bikini Kill ter sido a principal e mais influente, a que realmente ficou com “mais fama” foi a Courtney Love, da banda Hole, que é CONSIDERADA o ÍDOLO máximo do movimento, apesar de várias vezes se negar de participar do “tal movimento feminista” e até ter brigado com Kathleen, entre vários outros motivos UM seria o de que Courtney não queria que a imagem da sua banda, HOLE, fosse associada com o RIOT GRRRL além de que Courtney Love Cobain não simpatizava com a “cena” de Olympia, que era tanto a do Bikini Kill quanto a do “Riot Grrrl”.

Querendo ou não a imagem de Courtney foi associada ao RIOT GRRRL…

É importante destacar que não só as mulheres defendem o Riot Grrrl, vários homens, inclusive ROCKSTARS já defenderam a causa feminina.

RIOT NO BRASIL

No Brasil a banda de maior destaque é o DOMINATRIX, liderada pela vocalista e guitarrista Elisa Gargiulo.

A banda é extremamente feminista e nos seus shows realiza verdadeiros debates sobre as diversas causas femininas e o direito das minorias.

Elisa também é dona de uma gravadora exclusiva para bandas de meninas, a Clorini.

Sobre o movimento Riot Grrrl, Elisa explica: “O Riot Girls nasceu para ganharmos espaço na cena punk. Os punks se dizem libertários, mas não dão espaço para as meninas”, e confirma: “O Riot Girls quer igualdade para as mulheres, os negros e os homossexuais. Não excluímos ninguém”.

Mulheres nos Primórdios do ROCK!!!

As Riot Grrrls, logicamente não foram as “primeiras” a ingressar no mundo do ROCK, só tentam “revitalizar” o poder feminino no ROCK… Mas por que REVITALIZAR?

Simples, já pelos anos 60 as mulheres estavam incluídas na música, assim como os homens, quem pelo menos nunca OUVIU falar na JANIS JOPLIN?

Janis tentou quebrar a barreira do preconceito nos anos dourados com sua voz poderosa e suas canções próximas ao Blues, porém havia os tais “compromissos morais” que até hoje as Riot Grrrls tentam quebrar…

Destaque também merecem as bandas PUNK, pois a presença feminina neste estilo desde seu surgimento era ( e ainda é) mais democrática.

Em suma, pelos anos 60 e 70 as mulheres tentavam se fortalecer mais, só que as bandas não se uniram em um “movimento”, contudo conseguiram bastantes avanços. Isso foi deixado um pouco de lado nos anos 80 então já nos anos 90, eis que surgem as RIOT GRRRLS… o resto da história vocês já conhecem…

IMPORTANTE!

Muitas pessoas pensam que as Riot Grrrls são contra os homens, isso não é verdade. O movimento procura a igualdade e o respeito entre as pessoas. Os direitos devem ser iguais, independentemente de sexo, cor, religião ou opção sexual…

Pode parecer uma utopia, mas ainda pode-se “tentar” acreditar em um mundo mais JUSTO e IGUAL para todas as pessoas…

“Não importa QUEM você é, e sim o que tem a dizer!”

Créditos do texto: Batidas do Rock (Coluna do Jornal Correio do Norte, By Voodoo Dolls)

Retirado de: http://www.cni.unc.br/realizacao/informacao/inconsciente3.htm

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