
CABIDELA pós-moderna, inexplicável…
em 09/04/2004 por Hugo Montarroyos
Resenha Mombojó – Nada de Novo (2004) – Independente
CABIDELA pós-moderna, inexplicável, bossa nova, quem sabe, pois é, DEIXA-SE ACREDITAR , envolver-se no balanço intraduzível, leve, usando todos os elementos possíveis para desburocratizar um discurso, como no falso DISCURSO BUROCRÁTICO de Felipe, que questiona o pós-morte, cheio de lirismo, peso, para o convite para A MISSA , sossegada, onde rezam no bom sincretismo, Benjor, Zeroquatro, Moby, João Gilberto, Mutantes, e, enfim, ABSORVA o passado em forma de futuro, imperfeito, pretérito, “mais um dia de céu azul”, sangue novo, balanço velho renovado, reescrito, “o sangue não é azul, nem vermelho como o sol”, canta Felipe, redefinindo as cores do CÉU, O SOL E O MAR , eletrônica de vanguarda, tropicalismo inteligente, ADELAIDE , musa do Bairro Novo, pedante, bronzeada, visual sessentista, dona de uma tecladeira desconcertante; o Mombojó não pode ser resumido em DUAS CORES , não é Chico nem Caetano, e ao mesmo tempo é, nega a tradição e, sem querer (será?) enaltece-a, mistura gostosa como uma brisa praiana, para deixar ESTÁTICO , com preguiça, na manha, criança marota, afinal, “alegre ou triste, o que é que vai mudar em mim?”, depois de ouvir este disco, nadadenovo, MERDA , homenagem à Lupcínio Rodrigues, inacreditável, letra mais que inspirada, perfeita, acompanhada de uma sonoridade cósmica, absurdamente simples e moderna, de dar inveja ao Los Hermanos (coitadinho dos barbudos quando ouvirem…), SPLASH SHINE , não quer dizer nada e diz tudo, “sai de banda, anda, se manda, o tempo não te pega”, Cazuza dança no inferno, Lenine morre de inveja, o que 40 anos de MPB não foram capazes de produzir, sete moleques produziram, passaram a FAACA , vida hilária, irônica, prosaica, doida, doce, como só Lobão poderia perceber, a continuação do tratado de Zeroquatro, dança melancólica, funeral intelectual, fardão da Academia Brasileira de Letras, BAÚ das novidades, da felicidade, gostoso, frenética como a gargalhada de Silvio Santos, econômico como Arnaldo Antunes, que deve estar roendo os cotovelos por não ter conseguido parir esse disco, puta que pariu, lá vem o CONTAINER , é o fim, na flauta, no violão, no sussurro, na poesia, “nas mãos e nas palmas”, nos sintetizadores, no carnaval do futuro do presente.
Não entendeu porra nenhuma ? Melhor assim. Diante de uma obra-prima, melhor não explicar nada.
Onde Comprar:
com a banda pelo e-mail: mombojo@ mombojo.com.br
ou nas bancas de jornal (encartado na Revista OutraCoisa de Abril) ou nas melhores lojas do ramo :)
Preço médio: R$ 11,90

Links:
» Mombojó no RecifeRock
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