![]() ALEX MONO E ETA CARINAE NO PÁTIO data: 23/10/2004 (Sábado) – local: Pátio de São Pedro com Eta Carinae e Alex Mono Resenha por Bruno Arrais – Fotos por Guilherme Moura |
em 23/10/2004 por Bruno Arrais
Sábado. Noite de céu nublado. Quase ninguém no Pátio de São Pedro para assistir ao Sábado Mangue. Apesar da ameaça de chuva – que não passou disso -, fiquei surpreso com o não comparecimento do público ao evento para conferir os novÃssimos projetos musicais de Alex Mono (ex-Coração Tirbal) e Dirceu Melo (ex-Jorge Cabeleira), dois grandes nomes da cena manguebeat.
Ambos os projetos, que diga-se de passagem são compostos por excelentes músicos locais, misturam ao som tipicamente nordestino elementos de samba, mpb e música eletrônica. O Alex Mono tem um som mais refinado e intimista e até mesmo um tanto quanto minimalista; mais focado no violão e na voz de seu mentor. É um som que me parece similar ao que Lenine e Otto têm feito. Já o Eta Carinae de Dirceu tem muito mais apelo popular. É um som mais simples e direto. Localizaria o Eta Carina entre o Mombojó e Dj Dolores: Aparelhagem.
Chegamos ainda cedo, por volta das 21h15, e esperamos até à s 21h40 para assistir ao primeiro show, do Eta Carinae. Eles abriram a apresentação com “Samba Louco”, primeira música a tocar nas rádios locais, e mandaram ver também “Loa do Mar”, “Instrumental”, “Tive Que Ir”, “Puta”, “Noite Seca”, “Gravidade”, “Identidade”, “Delay Rock”, encerrando com um bis de “Samba Louco” a apresentação de aproximadamente 50 minutos.
O som estava perfeito – o que ajudou muito o grupo a passar sua mensagem. Acho que nunca tinha escutado um som de tão alto nÃvel no Sábado Mangue. Aos pouquinhos o público foi chegando mais perto do palco e se animando, também chegou mais gente e lá pela terceira música o público já era razoável, o que deu mais ânimo à banda.
Dirceu e seus colegas de banda são todos ótimos instrumentistas e é exatamente no quesito instrumental que o Eta Carina se destaca. Para mim os trechos sem vocais são os mais interessantes, afinal dos talentos de Dirceu, cantar seguramente não é o maior. Além de que são nessas partes das músicas que as batidas e programações eletrônicas mais aparecem.
No geral o show foi muito bom e me surpreendeu. O que eu esperava ver era uma espécie de manguebeat metido a eletrônico e na verdade a música do Eta Carina é muito mais que isso; é moderna e boa, muito boa. Foi ótimo ser surpreendido dessa forma. Uma prova que algo de muito bom está acontecendo atualmente na cena pernambucana e inspirando até mesmo os veteranos a se renovarem.
Quando Alex Mono subiu ao palco, por volta das 23h, provocou um efeito inverso ao da banda que os antecedeu. Se antes o público se aproximou e foi aos poucos aumentando, quando eles começaram a tocar as pessoas foram se afastando e deixando o pátio. Depois de um show animado como foi o do Eta Carina o público demonstrou não se interessar pelo som intimista de Alex Mono. Uma pena porque era o lançamento do CD “Atleta do Cotidiano”, que pelo que ouvi falar – preciso escutar o mais rápido possÃvel – é muito bom.
Mas o que o grupo mostrou ao vivo não me pareceu à altura dos comentários elogiosos que havia ouvido – o que em parte justifica a debandada do público. As músicas soaram todas muito parecidas para mim. Além disso o som é muito cheio de regionalismos e dá muita ênfase à percussão; ao menos ao vivo – o CD ouvi dizer que é mais focado nas bases e programações eletrônicas. As músicas não são ruins de forma alguma, mas acho que os arranjos que utilizaram no show não as valorizaram o suficiente. O som também não estava muito bem equalizado – não dava para ouvir uma nota que saia do violão -, o que só piorou as coisas.
Após a sétima música, deixamos o Pátio de São Pedro e nos dirigimos para outro show, mas aà já é assunto para outro texto…
Clique na foto abaixo para abrir a PopUp com as fotos do Eta Carina e Alex Mono no Pátio:

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