
Astronautas, Mombojó e Superoutro concorrem ao prêmio…
em 20/12/2004 por Guilherme Moura
Mais uma premiação com participação de Pernambuco… Dessa vez é o site carioca London Burning. Mombojó e Superoutro estão concorrendo na categoria Revelação Brasil e Astronautas participa na categoria Melhor Música com Não Faço Nada do cd Electro-Cidade.
Segundo o site, eles receberam mais de 300 discos e vídeos de todo Brasil que foram analisados pela produção do prêmio. Destes foram selecionados os finalistas que agora estão sendo avaliados por uma comissão de 10 pessoas dos mais representativos representantes e entendidos do cenário musical indie brasileiro.
Agora é torcer… o resultado sai em janeiro do ano que vem.
As bandas daqui tem chance ? Sou meio cético, principalmente quando leio frases como ano em que muitos indies foram contratados por grandes gravadoras. Afinal, o que está valendo é qualidade musical ou potencial comercial / jabazeiro ?
Acho que já foi uma vitória para as bandas daqui serem indicadas. Eu acho difícil concorrer com o pessoal do Rio, afinal a festa é deles… mas quem sabe não pinta uma banda daqui como revelação ? :)
Minhas apostas ? deve dar todo pessoal do Rio mesmo… Ramirez, Nervoso (muito bom), Laboratório Pop, Deck Disc (que vai dominar o mundo, segundo Luciano Matos da Bahia – hehehehe)…
Parabéns Astronautas, Mombojó e Superoutro! Boa sorte!
Release:
PRÊMIO LONDON BURNING DE MÚSICA INDEPENDENTE
Essa edição do London Burning vai ser um pouco diferente. Depois de mais de 300 discos e vídeos recebidos e analisados pela equipe de produção do Prêmio London Burning, chegamos à lista final dos indicados aos prêmios. 2004 foi um ano de muita coisa boa saindo no mercado independente e também um ano em que muitos indies foram contratados por grandes gravadoras. O London Burning tem orgulho de ter participado da história de diversas dessas bandas, especialmente de três: Gram, Leela e Brava, indicados no Prêmio LB ano passado e hoje em grandes gravadoras como, respectivamente, Deck, EMI e Universal.
Ao contrário do que foi feito em 2003, esse ano apenas os jurados poderão votar e escolher os vencedores. Escolhemos 10 dos mais representativos representantes e entendidos do cenário musical indie brasileiro. São eles: Luiz Cesar Pimentel (Diretor de Redação da Revista Zero), Lúcio Ribeiro (colunista do Folha Online e editor da Revista Capricho), Luciano Vianna (Sub-editor da Revista Laboratório POP e cappo do London Burning), Jomardo Jomas (produtor do festival MADA – Natal), Wilson Power (DJ), Cris Aspezi (editora da Revista Outra Coisa), Vítor Diniz (produtor cultural), Abonico Smith (editor da revista virtual BACANA), Marcos Bragatto (Editor da Revista Dynamite) e Pedro De Luna (editor do Jornal do Rock).
Abaixo você vai conferir os indicados desse ano, com uma pequena análise sobre cada um. O resultado final sai no começo de janeiro e a premiação acontecerá com uma super-festa aqui no Rio.
MELHOR BANDA OU ARTISTA SOLO
Ramirez, Gram, Nervoso, Réu & Condenado e Ludov
Vencedores da categoria Melhor Música do Prêmio LB 2003, o Ramirez passou o ano gravando seu disco de estréia e já está com diversas gravadoras interessadas em lançar a bolacha. Atração da festa de entrega dos prêmios do ano passaod, o Gram viu seu prestígio subir as alturas nos últimos meses, com seu primeiro disco sendo relançado pela Deck Discos e recebendo ótimas críticas da imprensa especializada. Ex-baterista de 9 entre 10 bandas bacanas da cena carioca do final dos 80 pra cá, Nervoso finalmente lançou seu disco solo, uma autêntica obra-prima. Com uma banda afiadíssima, ele está arrebatando fãs por onde quer que passe. A dupla Réu & Condenado vem da cena goiania, mas não faz o hard rock característico da cena local. Com seu primeiro disco lançado encartado na Revista Outra Coisa, eles alcançaram uma boa visibilidade nacional. Velhos conhecidos no underground, o Ludov assinou quase no fim do ano com a Deck Discos e, se continuarem com sua habitual categoria, 2005 promete ser um ano inesquecível para a banda.
MELHOR ÁLBUM
Nervoso – Saudade das minhas lembranças (Midsummer Madness)
Brinde – Histórias sem meio, começo e fim (Monstro Discos)
Gram – Gram (Deck)
Os Poetas Elétricos – Poemas Eletri-ficados e outros que foram embora (Mudernage)
Réu & Condenado – Um compêndio lírico de escárnio e dor (L&C)
Os baianos do Brinde chegam enfim ao seu primeiro álbum, lançado pela Monstro Discos, que resolveu apostar na sonoridade power pop da banda e foi brindada com um belo disco. Vindos do Rio Grande do Norte, os Poetas Elétricos é aparece como a grande surpresa dessa categoria. Desconhecidos fora de Natal, o som da dupla brinca com poesia e música experimental, numa mistura de Bjork e Lou Reed com Phillip Glass e Assigo Barnabé, com ecos de Durutti Columm e Tom Zé.
MELHOR MÚSICA
Astronautas – Não faço nada
Nervoso – Já desmanchei minha relação
Réu & Condenado – Funcionário do mês
Bidê ou Balde – É preciso dar vazão aos sentimentos
Ramirez – Me diz
Direto de Recife, o Astronautas apareceram para o resto do país quando fizeram uma extensa excursão no ano passado até o Rio Grande do Sul e foram brindados com um contrato com a Monstro Discos, que lançou o novo disco do trio, de onde tiramos a excelente “Não faço nada”. “É preciso dar vazão aos sentimentos” é o primeiro single do novo álbum dos gaúchos da Bidê ou Balde. Típico rockão bideano de não deixar ninguém parado.
REVELACÃO RJ
Columbia, Nove, Moptop, Farsantes? e Lavajato
O Columbia emergiu das cinzas do Quem?!, uma das maiores revelações da cena indie carioca dos últimos anos. Com seu indiepoprock eles ainda trazem bastante ecos de sua antiga banda e já parecem ter um grande futuro pela frente. Representante da efervescente cena carioca de hardcore, o Nove teve sua primeira demo produzida por Pedrinho Garcia, baterista do Planet Hemp e mostram personalidade dentro de um estilo já tão castigado pela mesmice. Quando surgiu, o Moptop era considerado o Strokes carioca. Em sua nova demo, a banda foge um pouco desse rótulo, com músicas em português, mas mostram a mesma categoria de sempre. Único representante do interior do estado, o Farsantes? traz seu bom poprock diretamente de Nova Friburgo para todo o Brasil. Impossível de se decifrar, o Lavajato é primo-irmão do Sensorial Estéreo e lançou algumas das mais instigantes e malucas músicas desse ano. Zappa teria orgulho.
REVELAÇÃO BRASIL
Válvula, Mombojó, Suzana Flag, Superoutro, Bugs, Lbfs, Duplodeck, Gongshow, Os Poetas Elétricos e Deus e o Diabo
O Valvula vem de Vila Velha, Espírito Santo, mostrando que a cena de lá também tem representantes do pós-punk nacional, com sua mistura de PIL e The Fever. O Mombojó dispensa apresentações e, seguramente foi a banda saída da Revista OutraCoisa que se deu melhor. Diretamente do Pará, a banda Susana Flag mostra que mesmo no finzinho do Brasil pode-se encontrar boas bandas de poprock. Distribuído pelo Midsummer Madness, os baianos do Superoutro é um bom exemplo de indierock experimental cantado em português. Segunda banda de Natal a concorrer no Prêmio LB, o Bugs é um velho representante da cena rock local e uma das bandas potiguares mais conhecidas na cena roqueira nacional. Os baianos do LBFS são uma espécie de Grenade nordestino e isso é o melhor elogio que a gente poderia dar a eles, que bebem na fonte de Neil Young, Wilco e power rock. O Duplodeck poderia ser considerado o Stereolab brasileiro. Vindos de Juiz de Fora, a banda traz nos teclados e na vocalista o seu destaque principal. O disco do Gongshow apareceu na nossa redação sem release e com um capinha muito da furreca. Mas o CD foi uma revelação. Apesar de serem paulistas, eles fazem um rockão garageiro sem querer soarem sujos e inaudíveis como 99% das bandinhas hypadas de SP. Os gaúchos do Deus e o Diabo são praticamente veteranos na cena indie nacional e lançaram um excelente CD em abril de 2004.
MELHOR VÍDEO
Gram – Você pode ir na janela
Lasciva Lula – Olivia Lik
Jet Set – Universo Technicolor
Farsantes? – www.sem.voce
Pic-Nic – Falei demais
Tirando o vídeo do Gram, todos os outros são praticamente inéditos na Mtv, mas mostram o crescimento da boa produção de vídeos independentes do mercado indie brasileiro. Todos poderiam perfeitamente estar passando não só na Mtv, como em programas de clipes de TVs abertas e fechadas, já que, em matéria de produção, acabamento e boas idéias, eles não deixam a dever para nenhuma produção nacional de majors.
MELHOR DEMO / EP / CD-R
COLUMBIA – A soma das horas
STELLABELLA – Stellabella
SOM DA RUA – Demo 2003
JIMI JAMES – Não feche os olhos
ASTRONAUTA PINGUIM – Petiscos: sabor churrasco
THE MEDINA BROTHERS ORTESKRA – Presents 29 * 30
RONEI JORGE E OS LADRÕES DE BICICLETA – A dois
STUART – Releitura do tributo ao cotidiano chulo
RADIO 77 – Radio 77
BLANCHED – Blanched toca Angelopoulos
O Stellabella é considerado há vários anos como uma das trê melhores bandas independentes cariocas. Enquanto não finalizam seu primeiro disco, vão lançando demos para a alegria do seu grande contingente de fãs. De contrato com a Deck e com um disco pronto esperando para ser lançado pela gravadora, o Som da Rua gravou essa demo no final de 2003 como uma espécie de ensaio para o que viria no disco de esréia do grupo. Lançado pelo selo Cardume, de Bruno Levinson e distribuído pela EMI, o EP do Jimi James foi o que mais se destacou da leva de 4 EP´s lançado pelo Cardume em 2004. O gaúcho Astronauta Pinguim e seu moog diabólico fazem versões no melhor estilo churrascaria para hits do rock porto-alegrense. Uma das músicas que Pinguim toca é “Epilético”, de Diego Medino, que chega aqui em sua encarnação The Medina Brothers Orteskra. O vocalista e mentor do Video Hits (entre outras bandas) experimenta novos sons e texturas malucas na demo 29 * 30. O baiano Ronei Jorge aparece aqui com sua demo A dois, lançada pelo selo Big Bross e legítimo representante da nova cena poprock baiana. O bardo Stuart é uma espécie de Wander Wildner de Florianópolis. Em sua nova demo ele continua com suas histórias de amo e desilusão no melhor estilo Baladas Sangrentas. O Radio 77 poderia ser o nosso Clash, mas preferiu bandear para o lado do hard rock radiofônico. Como eles tem talento, até isso eles fazem direito. Blanched é a nossa melhor mistura de Mogwai, Fly Pan Am e Godspeed. Com canções longas, poucas frases e instrumental repetitivo, fazem um post rock da maior qualidade.
MELHOR COLETÂNEA
MONSTRO HITS (MONSTRO DISCOS)
LSDISCOS EP + 7 (LSDISCOS)
NOVA ORDEM MUSICAL (NIKITA)
BOAS NOVAS (INDEPENDENTE)
Como o nome não deixa enganar, Monstro Hits traz 25 artistas da Monstro Discos tocando algumas de suas melhores músicas, como Autoramas, Barfly, Violins e Vamoz! Já hit é o que não existe em EP + 7, coletânea de esquisitices sonoras experimentais da excelente gravadora paulista LSD(iscos). Mudando completamente de estilo, Nova Ordem Musical é aquela típica coletânea em que tudo poderia tocas nas rádios pop brasileiras. Voltando ao cenário alternativo, Boas Novas passeia por diversos estilos com 16 bandas e artistas da Bahia, Sergipe e Rio de Janeiro.
MELHOR SELO OU GRAVADORA INDEPENDENTE
Monstro Discos, Deck Disc, Nikita, Midsummer Madness e Lsd(Iscos)
Cinco exemplos de como a cena independente brasileira pode ser diversificada. Desde o puro rock da Monstro Discos passando pelo puro indie dos 15 anos da Midsummer Madness até o puro pop da Nikita e o puro experimentalismo da LSD(iscos). Fechando a lista, a gravadora que consegue ser o lar do FalaMansa e do Matanza, tudo na maior harmonia, a Deck Disc.
MELHOR VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO
Laboratório Pop, Comando Rock, Bacana, Dynamite, Outracoisa e Jornal Do Rock
Criada para suprir a lacuna da Bizz, a revista Laboratório Pop tem o ambicioso plano de ser a única revista de música no Brasil com distribuição nacional, sem deixar de apostar nos novos talentos e contando em seu quadro de repórteres e editores com alguns dos principais nomes do jornalismo brasileiro. A Comando Rock vem de São Paulo e trata essencialmente do rock brasileiro e estrangeiro em todas as suas vertentes, quase como uma espécie de Rock Press paulista. Bacana é uma das mais bacanas revistas sobre música da internet nacional. Sempre com bons textos, eles oferecem uma visão particular do que é feito no Sul do país. A Dynamite mudou de editor esse ano, mas continua com a mesma categoria de sempre e com uma profunda cobertura no hard rock e heavy metal brasileiro e mundial. Cheia de anúncios e com a mão de Lobão por trás, a OutraCoisa parece estar perdendo o gás pelos dois últimos números, mas merece lembrança por suas excelentes primeiras edições. Fruto de uma dissidência de editores do tabloíde International Magazine, o Jornal do Rock surgiu como uma alternativa barata para se saber o que de melhor está rolando tanto no cenário pop quanto no alternativo brasileiro e mundial.
Fonte: http://www.londonburning.com.br/adianto.html

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