Vamoz! na Montanha

Por Hugo Montarroyos em 7 de dezembro de 2005

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VAMOZ! NA MONTANHA
data: 03/12/2005 (Sábado) – local: Livraria Cultura
com Vamoz!
Resenha por Hugo Montarroyos – Fotos por Guilherme Moura

A Montanha foi até o Vamoz!
em 03/12/2005 por Hugo Montarroyos

A Montanha foi até o Vamoz!

Confesso que fiquei apreensivo quando soube que a Vamoz! iria fazer um show acústico. Acostumado que estava ao peso da banda ao vivo, às distorções proporcionadas pelo trio no palco e à zoeira que eles costumam praticar em suas apresentações, tive medo que tudo isso fosse diluído em formato desplugado. Ledo engano…

Inteligentemente, o grupo optou por privilegiar um ritmo na gravação de seu vídeo/cd: o bom e velho blues. Assim sendo, tudo o que foi tocado, do repertório próprio e até no excelente bom gosto para as covers, teve um forte acento blueseiro. Sorte da platéia (extremamente família, com muitas crianças) que lotou o auditório da Livraria Cultura, onde foram realizadas as gravações.

Além do tradicional trio formado por Gomão (guitarra/vocal), Henrique (guitarra/vocal) e Pedrinho (bateria), foram convocados para a ocasião os convidados Zé Guilherme (baixo/Badminton), Felipe Vieira (violão/gaita-Badminton) e Fernando Almeida (teclados/Suvaca di Prata).

Tendo como cenário um palco que ilustrava paisagens áridas do deserto americano, a banda entrou em cena e abriu com “Beatles com Chocolate”, meio nervosa e desafinada, mas que melhorou bastante do meio para o fim. A partir daí, fiquei relaxado. Notei a clara opção deles pelos adereços blueseiros, e curti, uma a uma, as versões lindas e diferentes do repertório da banda. “Beside Infinite” virou um blues caipiraço envenenado. Henrique caprichava nos solos, e parecia não ter feito outra coisa nos últimos dias além de ouvir blues. “A Cordilheira”, canção nova, foi apresentada com certo nervosismo, e deu para perceber uma desafinada aqui, uma atravessada ali e uma escorregada acolá. Foi o único desvio de rota de toda a excursão caipira.

Em compensação, “Letter” foi perfeita e emocionante. Idem para “You Are Right” e “Target of Rock”. Enfim, finalmente percebi o que o Vamoz! é: uma banda de blues que toca rock (ou seria o contrário?).

As covers merecem um capítulo à parte. “Take Run at the Sun”, do Dinosaur Jr, foi linda, desde as harmonias vocais do início e fim da canção até o ótimo entrosamento da banda, que, reverente, tratou com estranho (e bem-vindo) respeito todo o material alheio tocado.

“Oh Maria”, de Beck, ficou ainda mais blues do que o original. “Your Love is the Place Where I Came From”, do Teenage Fanclub é responsável por momento insano deste que vos escreve, teve só um problema: o discreto teclado da canção, peculiar charme da música, não deu para ser escutado.

O mestre Neil Young ficaria orgulhoso da versão deles para “Heart of Gold”, música que deveria ser obrigatória na formação de qualquer pessoa que pretende ser músico ou simplesmente se interessa pelo assunto.

Mas o grande destaque foi o apoteótico final com “Handshake Drugs”, do Wilco. de começo climático, calmo, com Gomão ao violão, a canção foi crescendo num baladão intenso, até Gomão trocar o violão por uma guitarra e começar um duelo de noise com o resto da banda de deixar a platéia de queixo caído. Na hora, pensei: “acústico é o cacete!”. Barulhentamente comovente.

E, assim como Neil Young, o Vamoz! provou que consegue ser muitos em um só. Não é para qualquer um…

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