Massacration no Clube Português

Por Hugo Montarroyos em 27 de março de 2006

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MASSACRATION NO CLUBE PORTUGUÊS
data: 25/03/2006 (Sábado) – local: Clube Português
com Massacration (MTV) e Iron Maiden Cover
Resenha por Hugo Montarroyos – Fotos por Guilherme Moura

Massacration: é piada mesmo?
em 25/03/2006 por Hugo Montarroyos

Agora, com a saudável distância do fator tempo, fica mais fácil de analisar o fenômeno. Na verdade a grande pergunta a ser feita não é “como o Massacration pode angariar público entre os fãs de metal?”, e sim “como o Massacration não surgiu antes?”. Porque, ao que parece, o time do Hermes e Renato foi o primeiro a perceber o fio que separa o gênero da seriedade quase chauvinista do mais puro ridículo. Porque, sem querer ofender ninguém, por mais patético, exagerado e afetado que soe, o Massacration nada mais é do que uma encarnação nua e crua de todos os trejeitos metaleiros. Para quem viu a apresentação deles no Clube Português, ficou a sensação de se tratar de fato de uma banda de heavy metal. Ou seja, será que tal estilo está mais suscetível a virar chacota do que os outros? Talvez o fato de envolver megalomania, roupas de couro e letras medievais ajude um pouco a explicar tal questão. Mas, é inegável: é engraçadíssimo! O difícil disso tudo é saber quem é mais hilário: Massacration, Angra ou Shaaman. Mas aí já é outra história.

Com um público já bem numeroso e basicamente constituído de adolescentes (até algumas crianças deram o ar da graça), o Iron Maiden cover entrou em cena. Banda cover sempre dá a impressão de comprovar o famoso ditado que versa que “quem não tem cão caça com gato”. Ok, o grupo é competente, foi saudado com extrema reverência pelos fãs da donzela verdadeira e brindou o público com um repertório que cobre desde “Killers” até “Brave New World”. Mas é meio constrangedor ver um Bruce Dickinson que copiou todos os trejeitos dos DVDs do Iron (pode até ser que ele tenha assistido algum show deles ao vivo) e que parece se orgulhar disso. Se no vocal até engana (com exceção da falta de fôlego e da capacidade de alcançar alguns agudos), a necessidade de copiar todos os gestos de Dickinson é quase infantil. Mas são competentes, não há dúvida. E, no frigir dos ovos, fica a pergunta: qual o sentido em avaliar uma banda cover? Nenhum…

Depois da preliminar, o jogo principal começou da mesma forma do ano passado, ou seja, o tema do programa Hermes e Renato no talo como deixa para um dos personagens entrar para cantar uma música horrorosa servindo de escada para Joselito entrar em cena e descer o sarrafo no rapaz. A banda então entra e manda um tema instrumental (que no disco conta com a “participação” do humorista Costinha), até que surge Detonator em todo o seu esplendor metaleiro. Atacam logo com “Metal Milk Shake”. Emendam com “Metal is The Law”. Pronto, a platéia já estava na mão. Com sua voz de castrado, Detonator dizia, uma a uma, todas as regras para ser um verdadeiro headbanger. A mais importante delas, segundo ele, é nunca, jamais, em hipótese alguma usar bandana. Tem como não gostar desses sujeitos? O único senão de todo o show acabou sendo a qualidade do som. Aliás, deveria ter uma lei impedindo shows de rock no Clube Português. Não há som que funcione naquele lugar.

Enfim, tocaram “Metal Glu Glu”, homenagem ao maior chato da história dos anos 80, Sérgio Mallandro, e, logo depois, o ápice do show. Um imbecil (ou gênio) resolveu subir ao palco e puxar a peruca de Detonator. O vocalista teve que sair correndo do palco e cantou o resto da música fora dele. Pior, era a única peruca que a produção tinha trazido. E aí aconteceu o fato mais inusitado da noite: Joselito, o sem noção, entrou no palco para chamar a atenção do público. Disse que se a peruca não fosse devolvida, o show não prosseguiria. Cabeleira restaurada, Detonator surge “chorando” e dá seqüência ao show. Impressionante como ele, mesmo querendo fazer piada, canta horrores. Na verdade, como a reportagem do RecifeRock! pôde testemunhar em mais de uma conversa, eles são fãs de heavy metal. Só sendo mesmo, pois tocam absurdamente bem. E, goste-se ou não do gênero, ele (o metal) sempre foi marcado pela habilidade dos músicos.

“Metal Bucetation”, primeira composição do grupo, fechou o show em apologia não-feminista ao pé da letra (e das mãos).

Desde então, uma pergunta não pára de rondar minha cabeça: é piada mesmo?

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» Site do Massacration

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