em 28/09/2006 por Hugo Montarroyos
EquilÃbrio marca primeiro dia de eliminatória
Por Hugo Montarroyos
Quem quiser que diga o contrário, mas o Microfonia é a melhor idéia surgida em anos no meio musical pernambucano. Além de dar espaço e revelar novos nomes, o festival incentiva a cena (na falta de outra palavra vai essa mesmo) local, com média de 300 inscritos por edição. É também bem organizado e oferece boas condições de som para as bandas se apresentarem. O resultado não poderia ser outro: o nÃvel das bandas selecionadas subiu muito em relação à primeira edição do evento.
O local pareceu apropriado também. Embora pequeno, o Downtown é aconchegante e acolhedor, lota com facilidade e dispõe de um bom som. Único senão: o palco é muito pequeno.
Primeira banda a se apresentar na noite, a Astar não deu bola por tocar com casa ainda vazia e fez um belo show. Grupo que adiciona ousadia ao já ousado Pato Fu, a Astar teve como destaque a vocalista Juliana Orange, que encarnou uma Madonna morena em “Like a Prayer”. Banda segura, madura (apesar de nova) e forte candidata à final.
O Black Flowers deu mais sorte e tocou com casa já cheia. Quarteto que faz o tÃpico hard rock californiano, possuà o mérito de trafegar no estilo sem derrapar na farofa. Mas estavam visivelmente nervosos. Se o repertório autoral é interessante, eles não tiveram pudores em destruir (no mau sentido) “Detroit Rock City”, do Kiss. Enfim, boa banda com ótimo potencial, mas dificilmente ficará entre as quatro.
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Quem se mostrou em estágio já bem avançado foi o The Dead Superstars. Apesar do susto inicial com uma das guitarras, o grupo desfilou uma sonzeira calcada em Pixies, Jesus and Mary Chain, Joy Division e afins. Um pouco apáticos no palco, compensam tal limitação no som. Deve ir à final.
Único equÃvoco da noite, o Sonetech se mostrou ainda bem verde, inseguro e até ingênuo. Com uma sonoridade que apela para os clichês já mais do que surrados do new metal, a banda acabou agradando a um público que parecia ser dela. E só. Na hora do cover, deu impressão que iriam tocar algo da Pitty. Preferiram System of a Down. Melhor seria não tocar nada..
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O Monomotores mostrou o que é preciso para fazer um rock legÃtimo. Ou seja, quase nada. Apenas despojamento, despretensão, um pé na jaca e outro nos riffs. Ganchudo, redondo, cheio, a banda fez o melhor show da noite, apostando única e exclusivamente na diversão. Letras simplórias, de elaboração zero, aliado ao que o rock tem de melhor: vagabundagem e sacanagem. Fecharam com “Posso perder Minha Mulher, Minha Mãe, Desde que Eu Tenha Meu Rock nÂ’ Roll”, dos Mutantes. Arrisco a dizer: estão nas finais. Com todos os méritos.
O ótimo Sweet Fanny Adams conheceu o céu e o inferno na mesma noite. Se atrasaram por conta de um acidente de carro envolvendo o baixista e o baterista do grupo. Mas isso não pareceu afetar em nada o emocional deles. Pediram desculpas pelo acidente (!) e despejaram uma distorção pop amparada por Strokes e leve (bem leve) influência do The Cure. Outra forte candidata à final.
E agora? Ainda restam seis bandas e, se tudo continuar no nÃvel em que está, os jurados vão ter uma trabalheira danada. Bom sinal…
Clique na imagem abaixo para abrir a PopUp com as fotos do Primeiro dia das Eliminatórias do Microfonia 2006:

Links:
» Astar no RecifeRock!
» The Dead Superstars no RecifeRock!
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