Volver faz novo show em São Paulo

Por Bruno Nogueira em 19 de março de 2007

Por muito pouco a banda Volver não perde de ver os Mutantes tocando no Abril pro Rock. Para não perder a prática e não saturar a noite recifense, eles partem para São Paulo onde se apresentam dia 24 de abril no Sesc Pompéia na programação do projeto Prata da Casa. Conhecendo o histórico batalhador da banda, podemos pressentir algo maior por traz da viagem. Seria a mixagem final do novo disco? Eu apostaria que sim.

Volver (divulgação)

release:
PRATA DA CASA
O projeto abre espaço para novos grupos e artistas. Conta com a apreciação de um crítico musical que seleciona os participantes a partir da qualidade e repertório, diferenciando o PRATA DA CASA de projetos similares.

Júlia Ribas (MG)
“Vou sair da toca, não vou marcar touca/ vou chamar o povo pra me acompanhar”.
Os versos são de Marku Ribas, veterano músico mineiro, suingueiro de primeira e ícone mestiço-brasileiríssimo do samba-rock. Quem os interpreta, no gingado das décadas, é Júlia Ribas, filha de Marku, que se lança ao fogo de cantar elegendo versos do pai, mas também de novos talentos mineiros e não-mineiros, como Makely Ka, Tattá Spalla, BiD, Jr. Bocca etc. E a combustão que se dá pode ser explicada já pelo título do disco de estréia, “Brasiliando” (texto de Pedro Alexandre Sanches). Choperia. 1 Grátis
Dia 03/04 Terça, 21h. / SESC Pompéia

Digitaria (MG)
Na devoção à música e à tecnologia, Digitaria é, ao mesmo tempo, um projeto eletrônico e uma banda (daquelas à moda antiga, com guitarra e tal). O grupo vem de Belo Horizonte, costuma trabalhar em parceria com John Ulhoa (Pato Fu), meteu o bedelho na produção do faiscante álbum de retorno do mutante Arnaldo Baptista (“Let It Bed”, de 2004) e caiu nas graças do selo alemão Gigolo, do DJ Hell, que lançou internacionalmente o CD de estréia. E a música brasileira, agora também eletro-tecnológica, segue atravessando fronteiras de países, continentes, linguagens e gêneros musicais (texto de Pedro Alexandre Sanches). Choperia. 1 Grátis
Dia(s) 10/04 Terça, 21h. / SESC Pompéia

Fábio Góes (SP)
“Eu ouso apagar o sol/ colocá-lo num escuro tão profundo/ que até o colorido mais raro/ se despede de mim.” Ancorado no borbulhante selo independente paulistano Reco-Head, Fabio Góes vai além da trajetória coletiva no grupo Paumandado e nas trilhas sonoras de filmes como “Cidade de Deus” e “Abril Despedaçado”, e apresenta o delicadíssimo “Sol no Escuro”, seu primeiro CD solo e 100% autoral. As tintas melancólicas são fortes e carregadas, mas não ocultam nem despistam a inspiração, a sutileza, o suingue e o esmero de que é constituída a música de Fábio (texto de Pedro Alexandre Sanches). Choperia. 1 Grátis
Dia(s) 17/04 Terça, 21h. / SESC Pompéia

Volver (PE)
“Posso aprender, já tenho idade/ suas idéias e palpites/ me interessam algumas, outras não.” Nadando contra a corrente, a jovem banda Volver é de Recife, mas não produz mangue bit, menos ainda coco, frevo ou maracatu. Seu rock básico faz referências abundantes à jovem guarda brasileira dos anos 60, com um pouco menos de fofura e um pouco mais de acidez – como se Roberto e Erasmo Carlos fossem jovens nos anos 2000 e estivessem um pouquinho contrariados com o excesso de influência de Chico Science e Fred Zero Quatro sobre os jovens caranguejos pensantes dos mangues brasileiros (texto de Pedro Alexandre Sanches). Choperia. 1 Grátis
Dia(s) 24/04 Terça, 21h
SESC Pompéia

2 Comments

  1. Sofia Egito
    Posted 20 de março de 2007 at 17h01 | Permalink

    Irruuuu!!!!! Eu vou!

    Como assim “como se Roberto e Erasmo Carlos (…) estivessem um pouquinho contrariados com o excesso de influência de Chico Science e Fred Zero Quatro sobre os jovens caranguejos pensantes dos mangues brasileiros”?!

    Jovens caranguejos pensante dos mangues brasileiros?
    WHA-DA-HELL?!

    :D

  2. Alan
    Posted 21 de março de 2007 at 9h00 | Permalink

    essa estória de anti-mangue já tá pra lá de caduca. desde a época que o movimento eclodiu existem bandas por aqui totalmente diversas dessa sonoridade (se é que chegou a existir alguma sonoridade mangue específica algum dia – logo, tô levando pro lado mais “cultura popular + universal” da coisa). e há vários anos que não surgem mais viúvas de chico science por aqui. me poupe.

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