Juliana Notari empacotando ‘Os Bonnies’.
‘Músicos embalados pra consumo’ ?
‘Música plastificada’ ?
‘Músicos de saco cheio’ ?
‘Músicos indo pro lixo’ ?
Segundo a artista plástica Juliana Notari: “podemos dizer que o trabalho ora proposto pela artista visa a discutir as relações de dependência e independência dos artistas frente ao mercado”.
release:
Projeto fotográfico “ Músico no Saco”
A artista plástica Juliana Notari – uma das homenageadas na edição do ano de 1999 do “Abril Pro Rock” –, estará realizando entre os dias 13 e 15 de abril um trabalho que redundará em uma exposição a ser exibida durante a edição de 2008 do “Abril Pro Rock”.
Um dos traços distintivos da produção de Juliana consiste no diálogo incessante que sua obra trava com o advento das novas tecnologias.
Recentemente, a decisão da gravadora britânica EMI de vender as músicas do seu catalogo no site iTunes, sem proteção anticópia, chamou a atenção de Juliana. Tal como nas artes visuais, o advento das novas tecnologias digitais reclamam dos artistas novas posturas e implicam a cada dia impactos e mudanças que ainda estão longe de se esgotar.
A partir de então, a artista elaborou uma proposta de trabalho com o intuito de buscar dialogar com o fenômeno e os impasses da indústria fonográfica e do sistema das artes visuais.
O trabalho a ser realizado durante a edição de 2007 do “Abril Pro Rock” consiste em uma vigorosa reflexão em torno das relações entre artistas, músicos, produtores e a indústria do disco em contraposição ao sistema das artes visuais. Enfim, trata-se de uma busca de problematização estética de questões práticas enfrentadas pelos artistas ligados à indústria fonográfica e aqueles vinculados ao sistema das artes visuais, tais como gestão de carreira, copyright, contratos de edição e de gravação, direitos autorais e distribuição, galerias, exposições, curadorias etc, que, regra geral, circunstanciam e tornam os artistas reféns do mercado. Em linhas gerais, podemos dizer que o trabalho ora proposto pela artista visa a discutir as relações de dependência e independência dos artistas frente ao mercado.
Para Juliana, o “Abril Pro Rock” é o cenário ideal para realizar este trabalho, uma vez que este evento envolve vários dos aspectos que ela pretende abordar, tais como a presença de grandes e pequenas gravadoras, a bajulação e a indiferença, e a presença de multidões de fãs à busca dos seus ídolos. O “Abril Pro Rock” reúne a um só tempo vários expoentes da indústria fonográfica, desde aqueles ligados ao mainstream àqueles que trabalham com a informalidade, com estratégias nada convencionais.
Para levar a cabo sua proposta, Juliana solicita a colaboração dos artistas e produtores participantes do “Abril Pro Rock”. Em tempo, a artista agendará encontros com os músicos e produtores e, em companhia de dois produtores, um fotógrafo e um assistente, realizará seu trabalho.
Contamos com sua colaboração.
Agradecidamente,
Juliana Notari
julinotari@yahoo.com.br