Quando a gente começa a desanimar e a achar que as coisas não dão mais certo no Recife no terreno do rock, eis que, em plena noite de terça-feira, quatro bandas do mais legítimo rock n’ roll conseguem levar um público bastante numeroso para a Nox. Numeroso, interessante e interessado. Gente que foi ali para curtir os shows mesmo, e não por acidente cósmico ou pensando em encontrar os puf, puf, puf habituais que uma boate costuma oferecer.
Aliás, aqui vale abrir um parêntese para justificar como a Nox se transforma numa casa de shows quase perfeita. Ambiente confortável, climatizado, espaçoso e com boa qualidade de som, e com uma iluminação tão carnavalesca que chegou a atrapalhar alguns músicos no palco.
O fato é que Amp, The Sinks, Sweet Fanny Adams e Forgotten Boys garantiram o que uma boa noite de rock tem de melhor a oferecer: diversão de primeira…
Primeira banda a subir no palco – e em seu primeiro show na careira – o impressionante Amp “quebrou tudo”. Com formação experiente que inclui os ex-Astronautas Dudu (baixo) e Djalma (guitarra), a banda despejou camadas cavalares de “riffões” sujos, pegajosos, barulhentos e extremamente cativantes. Uma verdadeira maçaroca sonora – no bom sentido – que teve como grandes destaques as porradas “Acidez” e “Last Time”. Boa parte da platéia, constituída de músicos, ficou de queixo caído. A outra parte do público parecia perguntar: “alguém anotou a placa do caminhão?”. Melhor show de estréia que vi nos últimos anos.
O The Sinks, de Natal, conseguiu manter o mesmo pique do Amp, embora o baixista Anderson Foca reclamasse vezes sem fim – e com razão – que não conseguia tocar direito com uma iluminação tão espalhafatosa como a da Nox. No mais, o trio potiguar, que tem um vocalista talentosíssimo e carismático à frente (o tal do Dante), tratou de tratar a platéia com um respeito exemplar, fazendo um mix de sujeira, pop, rock pra cantar junto e o seu grande trunfo, uma música chamada “Ignored”, que dá título ao EP deles, produzido por ninguém menos que Chuck. Ali pode ser encontrado grunge, punk, distorções discretas e uma batida que lhe pega pelos ouvidos e parece que vai lhe arrastar rumo ao inferno. Recomendo a audição imediata de tal música. Fecharam o show tocando três músicas com participação do próprio Chuck (Forgotten Boys) e do baixista da banda paulistana, culminando no clássico “Kick Out The Jams”, do MC5, que contou com a invasão luxuosa e meio deseperada de Gomão, da Vamoz!, nos vocais.
Quem destoou um pouco da noite, até pela proposta sonora diferenciada, foi a Sweet Fanny Adams. Bela pedra bruta que ainda precisa ser lapidada, a banda faz parte da geração cabeçóide influenciada pelos Strokes. Pretensiosa – no melhor sentido do termo – dá a impressão de ser ótima em composições e apenas regular ao executá-las. Compõem de forma tão sofisticada que não conseguem segurar o mesmo nível de suas canções ao vivo. Sem contar que são apáticos, quase apagados no palco. Mas possuem jóias do quilate de “Once Again”, de batida irresistível e com uma levada de guitarra contagiante. Bem promissores, mas ainda muito verdes no palco. Defeito que pode ser corrigido com a experiência. E deveria ter sido a banda de abertura da noite, e não a que abriria para o Forgotten Boys. O constraste e o desnível acabaram sendo evidentes demais.
Falar do show do Forgotten Boys hoje é meio que chover no molhado. Tocaram com tamanho empenho que, na segunda música, a caixa da bateria já estava destruída. Precisaram interromper o show para trocar por outra. E aí não teve mais interrupção: foi pouco mais de uma hora de uma banda que tem à sua disposição o repertório do ótimo “Stand By The D.A.N.C.E.”, que cresce muito ao vivo. Têm em Chuck o apelo estético para agradar a mulherada e um time de músicos que parece não fazer outra coisa na vida a não ser tocar noites seguidas sem fim. E aí foi um festa só comandada por rocks certeiros como “All You See”, “Não Vou Ficar” e “Stand By D.A.N.C.E.”, entre tantas outras. E o melhor comentário da noite foi de um dos seguranças do show: “Caramba, são os Ramones?” Não, mas divertem tanto quanto.
Que a Nox promova mais noites de terça como essa. Recife agradece!
34 Comments
Foi muito legal! O lance da luz parecia o desenho pokemon, ehehehe incomodou mas nada demais! quem gostou e quiser baixar os trecos quie tocamos lá vai ai os endereços:
THE SINKS – IGNORED – EP FREE COMPLETO
http://www.badongo.com/file/2975160
THE SINKS – SUNSHINE (THE SPECIAL EP FOR THE DOSOL FESTIVAL 2007)
http://www.badongo.com/file/3730698
Que show do caralho!
fiquei sem voz!do caralhíssimo!porém,mais uma vez,na minha opinião,o público foi pequeno.Cacete!o que é que esse povo precisa pra sair de casa?só vão se for de graça?
achei um ótimo público para uma terça de noite…
a nox é a melhor casa pra ter show de rock que já vi nessa cidade. putaquepariu, que lugar do caralho!
tem mais fotos?
Eu achei que foi um evento massa, num lugar melhor ainda.
Os 2 pontos ruins dentre os milhares de positivos foram:
1-sweet fanny adams antes do Forgotten boys. Eu realmente não gosto desse estilo strokes-los hermanos.
Isso é um pé-no-saco. Dá vontade de dormir.
2-Eu achei que o som a partir do show do sweet fanny adams ficou mto emboloado. No show do Sinks e do AMP o som tava praticamente perfeito, depois ficou tudo muito alto e misturado. Não dava pra ouvir com boa definição cada instrumento. Talvez por eu estar perto do palco.
Independente de ser uma terça,achei pouquíssima gente.Tudo estava organizado da melhor maneira.Local central,começou cedo,terminou cedo,ingresso baratinho.Continuo sem entender o que falta pro pessoal aparecer.Quanta apatia.Depois vão reclamar quando ninguém mais meter a cara pra trazer bandas legais.A todos nós que fomos,nos resta a satisfação de ter visto a melhor banda de palco do país destruir tudo.Tenho dó de quem não foi.PERDERAM.
Porra.. achei todos os shows massa! o do forgotten foi foda!AMP incrivel, the sinks e sweet poney adams foi “marrom”
a iluminacao tava do caralho!!! foca nao gostou pq nao ta acostumado com o glamour e o ar condicionado e tanta gente bonita.. ele nao tava vendo ninguem nem nada, mas eu vi que ele é feio para caralho!!!
bom, acho que tercas sao rock!!!Beijosss
kkkkkkk, sem ressentimentos.
Eu achei o público muito bom para uma terça feira. Hoje foi dia de batente para quase todo mundo que estava lá. Esperava bem menos gente. E torço para que o local pegue como casa de shows. Fiquei muito bem impressionado com a estrutura!
BrainEater, uma dica que aprendi com a experiência: quanto mais próximo do palco, na maioria das vezes, pior será a captação do som pelo receptor (vc). Eu tava numa mesinha, um pouco afastado, e achei o som bem bom no show do Forgotten…
Parabéns, Pedrinho!
aahaha, essa foi boa! Sou feio mas tenho charme :)
Quanto a luz, volto a dizer: FU-DE-RO-SA. Só não serve para shows porque impossibilita da platéia ver as bandas (na contra-luz as bandas nunca vêm a platéia em qualquer lugar). Isso é um por menor, a casa é sinixxxtra, uma das melhores que já toquei e o show foi ótimo.
Quando eu perguntei se a luz estava incomodando quem queria assistir o show, geral concordou lembram?
Renata somos uma banda bem nova, que massa que vc achou marrom, se fosse rosa seria bem pior! Baixa aí os discos para vê se a impressão melhora. Links aí em cima…
esqueci de dizer que realmente não estou acostumado a tocar com ar condiconado, me dá sono, penso que é meu quarto uns trecos assim… coisa de roqueiro pobre :)
galera, q matéria bacana!! a presença de vcs contribuiu e muito pro sucesso do evento! obrigado a todos que foram lá curtir e apoiar este evento rock.
Esse lance da luz a galera de lá tem que rever mesmo, ou como o Foca fez, pede pra deixar uma luz fixa.
Ficar mudando toda hora só em show de Trance mesmo, hahahaha.
Lugar central? Bem, não deu pra ir…mas pelo show do downtown no início do ano eu perdi um noite boa e de conhecer novas bandas =\
to ligado Juarez, tem que se pensar em outra maneira de iluminar no proximo evento! mas valeu a força!!!!
a iluminaçao tem q ser daquele jeito mesmo rapaz..
so peca numa coisa, deveria ter pelo menos um “olofote” na banda!
terça feira e foda….
Temos apenas que elogiar a iniciativa da galera que é do caralho meesmo! Recife a muito tempo precisa de um lugar bacana, com uma estrutura de primeira, para o público e bandas. Parabéns pra toda organização da festa.
Sobre a luz, é galera não dá pra agradar a todos – que bom ter este espaço pra críticas e elogios, a opinião de todos é importante, e com certeza a produção do evento irá melhorar cada vez mais. Não estive no show por estar fora do Recife, mas estive no primeira edição da Nox on the Rocks, com o River Raid, Vamoz! e Matanza, e foi simplesmente DEMAIS!
Pra finalizar, aos amantes do Rock, de olho na Amp, excelentes músicos, criatividade, ótimos arranjos…essa galera vai dar o que falar!
Keep on rocking!
porra, quero mais.
foi MUITO bom.
Mermão .. foi do caralho! tem q ter mais shows de rock na nox! A nox é o lugar do rock na regiao! entao vamos todos comparecer nas próximas ediçoes, que a gente só tem a ganhar vendo cada vez mais bandas legais num lugar do caralho ! ROCK!!!!
Todos os shows foram excelentes, fiquei chapado com o som da AMP, realmente estão de parabéns, da mesma forma que já sou fã do Sinks. Forgotten Boys é ducaralho e acho mesmo que o problema da Sweet Fanny Adams é experiência, a banda é boa, não tem como negar, com o tempo eles vão melhorando no palco, isso é mais que normal para uma banda iniciante.
Eu acho que a luz da NOX faz parte do clima de show lá, não vejo como algo que atrapalhe, é o lance do show, eu acho que só faz agregar mais valor ao que está acontecendo. Mas talvez se aquela luz branca atrás da banda ficasse ligada melhorasse para os músicos.
Enfim, Pedrinho é o Cara e a NOX é o lugar.
Parabéns mais uma vez pela iniciativa.
Gostei não!
Estava desanimado, muita barulheira, com meia dúzia de gatos pingados e sonolentos.
Muita pouse de Rockers e músicas desconhecidas até para quem não desgruda da MTV.
Mestre Salustiano dava um couro nesses paulistas pseudo-rebeldes, imitação barata dos SMELTICKS, cagado e cuspido!
ohh Alemão, também né tanto…
Achei demaisssssssssssss esses shows, amei o som dos AMP boys, só queria saber se tem algo a ver com a famoseeerrima marca A Mulher do Padre, voces sao patrocinados é? Achei bemmm legal a miscigenação que voces tentaram passar de Bel Marques com Kurt No Brain…foi show meninos, que o sex, love and rock’n’roll role sempre mais e mais e mais!!!
Marcos Rolla
Agradeço a todos que compareceram na segunda edição do Nox on the Rocks,espero que esse movimento, todos vejam como é dificil montar um evento com som de primeira qualidade de Rogerio e Mario que sao fodas , o Mesario Marcos tb colocou o som das 4 bandascom qualidade , agradecer a todos vcs por terem ido prestigiar a nossa cena rock obrigado
Pedrinho
Não fui, mas brinquinho tava lá,m com certeza deve ter sido uma boa produção, grande Do Brinco.
Pedrinho
Vc acha que é viavel fazer um show desse porte com bandas da cidade? Acho que tem muita banda boa aqui em PE que levaria publico.Fica a sugestao. Até!
Bel marques é sacanagem! rarará! e A mulher do padre tb eh foda, primeiro, padre nao tem mulher;e, segundo, somos todos devotos do satan!!! viva o rock satânico!!!!
uma pergunta: pq os bateristas não aparecem nas fotos?
abs.
Os guitarristas são sempre mais charmosos
principalmente os de guitarras vermelhas
pow muito massa o show um dos melhores q vi esse ano!!!!
e o espaço e bem legal comfortavel e tal mas a quela luz piscando eh foda!!!da proxima vou de oculos escuross pra garantir!!kkkkkkk
mas resumindo foi do caralho!!!!!quem num foi perdeu!!!!!!!!!
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