Festival de Música Espanha-Pernambuco no Santa Isabel

Por Guilherme Moura em 13 de março de 2008

Festival Câmbio Sonoro

release:
Festival promove intercâmbio entre artistas pernambucanos e espanhóis

O Câmbio Sonoro – 1º Festival de Música Espanha-Pernambuco é uma iniciativa de intercâmbio que visa promover a música como dimensão fundamental da vida contemporânea, através do apoio às iniciativas culturais da música local e internacional.
O Festival contará com três apresentações de grupos musicais da Espanha, antecedidas por pocket-shows de artistas pernambucanos no Teatro de Santa Isabel, nos dias 14, 15 e 16 de março de 2008.

Numa segunda etapa do projeto, em setembro, durante a 20ª edição da Feira de Negócios da Música da cidade de Vic, Catalunha, Espanha, serão escolhidos três grupos de Pernambuco que excursionarão pela Espanha em 2009. Será formada uma curadoria para a escolha dos grupos pelos representantes das produtoras espanholas envolvidas no projeto: Mirmidon e Nordesia.

ATRAÇÕES:
SEXTA, 14/03 às 21h, no Teatro de Santa Isabel
Atração: NARF
Origem: Galícia (Espanha)
Um dos mais conhecidos músicos da Galícia, o compositor e vocalista Frán Perez esbanja originalidade e talento.
Excepcional guitarrista, Perez apresenta-se acompanhado dos músicos Marcos Teira e Pepe Sendón.
http://www.falcatruada.com/_site_/grupos/narf/

Pocket-show de Abertura: Zé Brown (PE)
Zé Brown há 16 anos vem desenvolvendo um trabalho social junto às comunidades carentes do Recife, voltado para jovens. O projeto utiliza o rap, o break e o grafite como forma de inclusão social.
Atualmente dá andamento ao projeto do álbum “Repente Rap Repente”, resultado da sua experiência pioneira em unir o Rap ao Repente, que inclui participações especiais de Lenine, Zeca Baleiro, Rappin Hood, Dj Hum, Caju&Castanha, Paula Lima, Silvério Pessoa e emboladores Pinto, Xexéu e Maturi.
www.myspace.com/repentistazebrown | zebrownrima@gmail.com

Data: SÁBADO, 15/03 às 21h, no Teatro de Santa Isabel
Atração: REFREE
Origem: Catalunha (Espanha)
Refree é um projeto do jornalista musical Raül Fernandez que mistura rock
vanguardista, folclore Catalão e free jazz. Fernandez é considerado um dos compositores mais criativos da Catalunha e também um dos personagens mais inquietos da cena independente. Sua proposta musical tem um sólido compromisso estético e sentimental
www.lamatrona.com | www.myspace.com/refree

Pocket-show de Abertura: Zaldorf (PE)
Um dos fundadores da banda de rock Aratanha Azul, na década de 70, Zaldorf é também escritor e lingüista. Em 2007, lançou um CD duplo e dois livros. Contando com um excelente time de músicos e com um acabamento gráfico bastante singular, o álbum “Pesado demais para a sua cabeça… leve demais para o seu coração” é um registro de algumas das várias composições criadas pelo autor nos últimos 30 anos, unindo passado e presente, num interessante mosaico sonoro.
www.zaldorf.com | zaldorf@bol.com.br

Data: DOMINGO, 16/03 às 19h, no Teatro de Santa Isabel
Atração: JOSÉ ANTONIO RAMOS
Origem: Ilhas Canárias (Espanha)
Artista canário que introduziu o timple – instrumento de cordas de origem espanhola – num espectro acústico completamente inédito. Suas incursões em vários gêneros (jazz, flamenco, celta, sinfônico) causam admiração de todos aqueles que escutam seu trabalho e suas novas propostas musicais.
Ao longo dos anos, José Antonio Ramos vem associando seu trabalho musical de concertos e gravações a projetos educacionais. Além das aulas em sua própria escola de timple, ministra cursos, conferências e seminários em diversas partes do mundo.
www.joseantonioramos.com

Pocket-show de Abertura: Nenéu Liberalquino (PE)
Violonista , compositor , arranjador e maestro, com formação nos Estados Unidos, Manoel Teodoro Liberalquino Ferreira, o Nenéu Liberalquino, nasceu na cidade de Canhotinho, agreste pernambucano. As limitações físicas não impediram de tornar-se um dos melhores violonistas do Brasil, desenvolvendo uma técnica considerada única e revolucionária. Maestro da Banda Sinfônica Cidade do Recife, Nenéu Liberalquino lançou dois discos, o primeiro, em 1993, o segundo, Aquarela do Brasil, em que passeia pelos mais diversos estilos, do baião à bossa nova.
www.neneuliberalquino.com

Festival Câmbio Sonoro
Data: 14, 15 e 16 de março de 2008.
Local: Teatro de Santa Isabel – Praça da Republica, s/n – 3232-2939
Ingressos: À venda na bilheteria do teatro
Valor: R$10,00 / R$ 5,00 (meia)
Informações pelos telefones: 3232-2940 / 8814-1984

3 Comments

  1. Posted 26 de maio de 2008 at 15h16 | Permalink

    Não conhecia o festival. Gostaria de mais informações. Haverá outra edição?

  2. Posted 2 de agosto de 2008 at 18h34 | Permalink

    Gostaria de saber como faço para enviar meu CD e DVD para o Festival de Música Espanha Pernambuco. Sou pernambucano de Olinda e trabalho com MPB que vai do blue, regae, samba etc.

    Atenciosamente

    Zé Trovão

    083 31 8838 9645

    Produtor para shows internacionais

    Roberto Lessa
    lessa.44@gmail.com

    Jornalista e divulgadora

    Cristina Guedes
    escritora@infinito.it

  3. Posted 2 de agosto de 2008 at 18h39 | Permalink

    Trovão um artista surpreendente

    Por Cristina Guedes
    Escritora e jornalista

    Provocante em cena, o pernambucano Zé Trovão fechou o mês de abril em grande estilo. Tempestades de Ritmos, o show que estreou no dia 30 de abril no Nordeste do Brasil, mexeu com o público do Teatro Paulo Pontes por sua maturidade e versatilidade. O espetáculo transmitiu o que Trovão concebeu em cena, um reinado personificado por um palco ritualmente cheio de êxtases performáticos. Algo de desafiar positivamente as maiores tempestades dos nossos gêneros musicais brasileiros. Trovão surgiu como um xamã saudável, usou seu capacete subterrâneo, curou a tribo e não caiu vítima das possessões arquetípicas que afligiram tão bem os seus ídolos dos anos 60.
    Certamente, o público saiu do Paulo Pontes mais consciente sobre os nossos incômodos mundiais, as tantas guerras e fomes que assolam esse planeta que assumiu definitivamente a era de Aquário. Trovão não empurrou para debaixo do tapete todas as coisas com que não queremos lidar, mas mostrou diretamente os domínios do inconsciente coletivo, esse departamento não muito adequado para a humanidade neste momento. Ele dançou à luz do ovo cósmico e não mordeu sua própria calda. Tentador e ao mesmo tempo redentor, Trovão não deixou que lobos, leões, leopardos e abelhas zumbidoras interrompessem seu caminho. Descobriu que Vênus estava na cor do blue, ungida com glamour e que ela não trocaria do seu lugar muito forte no mapa de ouro do amor interior.
    Um processo similar também foi visto nas impressões dos convidados que ficaram ligados e viajaram à mesma velocidade de uma época em que o racismo, os preconceitos e as injustiças terão sua melhor chance de serem superados e dissolvidos. Afinal o herói Zé Trovão como um verdadeiro filho de Netuno pode agir nas erupções dessa nossa sociedade tecnológica e atacou logo nossos sentimentos de medo, trepidação e descontrole. Tudo funcionou no palco em ritmo de espelhos conforme os céus e as estrelas da manhã que anunciaram aos guardiões da verdade o nome de Zé Trovão.
    A voz de Trovão estava revolucionária e muito além dos limites do mundo invisível. A iluminação foi sensível às performances do artista, que mostrou em cena que sabe dançar com firmeza um samba fado de sua autoria e sendo por ele muito aplaudido.
    E os figurinos? Surpreenderam. Zé Trovão foi o acontecimento para o nosso cenário musical. Um artista único na coragem e no entretenimento. E sem medo de ser feliz, ele fez um retorno cuidadoso pela nossa MPB, dessa vez com elementos do folk, blues, samba, rock, bolero, galope, guarania entre outros.
    A direção geral ficou por conta de Zé Trovão, assessorado por Archidy Picado, em adereços que remetem a um musical da Broadway, principalmente no momento em que Zé Trovão se vestiu como um gangster meio malandro e também quando entraram as participações das dançarinas do sapateado da coreógrafa Alessandra Melo. Houve muito trabalho e dedicação dos músicos e de toda equipe de produção, muito empenho e uma cuidadosa assessoria por parte da Jornalista Fátima Farias. Houve muita disposição energética liderada pela voz de Trovão. Uma coleção de veias e artérias, músculos e membros, nervos e células dentro de um trabalho de equipe vital para a construção de um musical possível de realizações.
    Concentrado, Trovão mostrou muito calor estilizado e compreendeu esse relacionamento desafiador entre palco e público. Musicalmente outros talentos brilhavam ao lado de Trovão, músicos como Archidy Picado, China, Paulo Batera, Clodoaldo, Letinho, Zé Mauro. Também artistas que impressionavam como figuras onipresentes dos palcos nordestinos, como se demonstrou na apresentação humorada da atriz cearense Suzy Lopes, que pregou suas brincadeiras ao ler sobre a vida do artista.
    Tempestades de Ritmos combinou prazer, união e versatilidade às canções de Zé Trovão que tem a marca de trazer um repertório universal inusitado bem ao jeito de ser e de viver do povo brasileiro. O espetáculo estreou em João Pessoa, com excelente repercussão. Agora pretende fazer temporadas e muitas tempestades em outros estados brasileiros. Pra não esquecer da Paraíba Trovão gravou um DVD com o registro de sua performance pela TV Cidade. No repertório exclusivo do DVD só trovoadas finas. Trovão canta Cor do Blue, Samfado, Beijo Violado, Natureza Orbital, Semiótica do tempo, Volta por rima etc. Na abertura ele cantou Vietnovo e no encerramento fechou com letras de ouro na canção Balada do pedinte e o não do pedante. Em todas as músicas do repertório do show uma merece destaque: Deus se auto define, é uma das mais belas canções do repertório desse compositor pernambucano surpreendente.

    Divulgação
    Roberto Lessa
    081 31 9932 7061

One Trackback

  1. By Hermanos bem recebidos no Recife « o linguarudo :-p on 19 de março de 2008 at 9h53

    […] Diante da semana de entraves na relação Brasil-Espanha, a cidade do Recife abrigou o projeto Câmbio Sonoro: 1° festival de música Espanha-Pernambuco. Foram três dias de intercâmbio cultural, onde artistas pernambucanos dividiram o palco com os […]

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