Tapa na Orelha – Sobre “panelinhas”, Microfonia e teoria da conspiração

Por Hugo Montarroyos em 8 de setembro de 2008

Entra ano, sai ano e a história é sempre a mesma: o termo “panelinha” volta a assombrar o RecifeRock!, praguejado por gente que acha que o universo conspira contra, que os produtores e jornalistas locais vivem reunidos para prejudicar bandas periféricas e ajudar os grupos de seus supostos amiguinhos, todos burgueses e sem um pingo de talento. Chega a ser engraçado. Mas a verdade é que dá pena mesmo, pois trata-se de um misto de ignorância e ingenuidade injustificáveis para os dias de hoje.

Vou apenas me fixar em um exemplo pessoal: em 2006, na segunda edição do Microfonia, fui convidado para fazer parte da curadoria. Ouvimos 180 bandas, e foi tarefa dura, sofrível, selecionar pelo menos 30 para uma segunda audição para dali selecionar as finalistas. A verdade é que simplesmente a maioria das bandas era tremendamente ruim. Sofrível. De um amadorismo absurdo (e olha que estou sendo elegante). Uma ou outra (minoria) acabou não entrando por pouco entre as selecionadas, mas a esmagadora maioria foi para o “lixo” de cara. Não adianta montar uma banda com os amiguinhos e brincar de ser artista. Há um “detalhe” chamado “talento”, e sem ele ninguém segue em frente na vida. Hoje em dia é fácil montar uma banda, e mais fácil ainda gravar. As tecnologias estão todas aí, a serviço de qualquer um. O difícil mesmo é fazer algo bem feito, com esmero, capricho e, principalmente, criatividade, já que tem gente que até hoje insiste em imitar Chico Science.

Tenho duas teorias para o número tão baixo de inscritos no Microfonia (apenas 80 grupos):

a) o evento foi muito mal divulgado.
b) Não estamos mais em período tão fértil quanto outrora.

Sem contar que a cena inteira diminuiu, entrou em crise. Os lugares para tocar hoje são escassos, quase ninguém paga um cachê decente para as bandas e é preciso um esforço hercúleo para ser músico hoje em dia. Mas, afinal, quem quer fazer algum esforço hoje em dia?

Aos bebês chorões que reclamam de panelinha e se sentem injustiçados por suas bandas não serem selecionadas nem para campeonato de porrinha: sigam o exemplo do Júlia Says, que no ano passado estava no Festival No Ar: Coquetel Molotov distribuindo material deles e vão tocar no palco principal nesta edição do evento. Acontece que eles traçaram um caminho antes disso, que incluía talento (que eles têm de sobra) e esforço para correr atrás de seus objetivos, enquanto muita gente espera que tudo caia do céu e prefere reclamar ao invés de fazer alguma coisa para mudar a situação. Francamente…

27 Comments

  1. Fernandinha
    Posted 9 de setembro de 2008 at 7h47 | Permalink

    Hugo, uma coisa não anula a outra.
    Seus comentários são pertinentes mas não invalidam outras teorias.
    Explico: é verdade que o que mais tem por ai é gente querendo ser ARTISTA, FAMOSO e BEM SUCEDIDO.
    Mais poucos se dispõem a lutar por isso.
    Qualquer profissão hoje é invadida por gente sem a menor condição de nada, musica não seria diferente.
    É de estarrecer a quantidade de bandas sem condições de tocar nem no pior pega pebo da cidade, mas falam como se fossem genious injustiçados. É foda meu! Inclusive as bandas que este site apoia, uma pior que a outra, tanto é que as apostas desse site não duram mais que um ano.

    MAS…

    é verdade tambem que Recife é a terra da panelinha, em virtude de nossos musicos manterem uma relação estreita com os politicos e longinqua com o publico e o mercado, confere?
    Um cara quando monta uma banda não procura o seu desenvolvimento musical. O principal pbjetivo é a esperteza e a malandragem, a melhor forma de se aliar a alguma figura politica cultural descolada.

    Bandas de sucesso são inventadas todos os dias em nossa cidade por jornalistas, produtores e lá vai fumaça.
    Nossa cidade, em virtude do sistema que adotamos, de sermos subsidiados pelos politicos não tem a figura do empresário. Aqui é produtor cultural. Isso sempre foi dessa maneira e assim sempre será.

    E me desculpe Hugo, mais para piorar a situação, temos quase toda a classe de jornalistas comprometida com esse sistema, que tem como objetivo afastar nossos musicos do publico para que fiquemos toda a vida DEPENDENDO dos politicos. Com um Bolsa Cultura entende?

    Ë lógico Hugo, que uma sociedade musical como a nossa que anda de mãos dadas com politicos, que tenhamos um ar, um jeito de espertolinos de plantão. Para que publico? Se o governo e a prefeitura te bancam?

    E é lógico que muitos comem nisso ai. Nem tanto ao céu nem tanto ao mar. O processo de nossa musica em nosso Estado é perdedor, corrupto, divisionário, cínico e fantasioso.

    Um beijo Hugo, e em todos os seus leitores.

  2. Fernandinha
    Posted 9 de setembro de 2008 at 7h57 | Permalink

    Como voce explica Hugo que todos os anos as bandas de Roge tocarem no Festival de Inverno, sendo que tocar todos os anos, pelo contrato vigente, é terminantemente proibido. Como voce explica Edie, Ortinho, Devotos , Isaar e outros estarem
    SEMPRE onde ROge esta?

    Como vce explica o fenomeno SIBA e a FULORESTA de espertos estarem em absolutamente todos os eventos de PAulo Andre, em todas as viagens possiveis, sendo o artista mais beneficiado com grana publica, numa carreira absolutamente BANCADA pelo imposto do contribuinte? Paulo Andre é EMPRESARIO de Siba ou produtor cultural? Sera que Roge e PAulo Andre não são uma panelinha?
    Sera que Silverio, China e Lula Queroga não são uma máfia?
    Sera que não temos jornalistas comprometidos e corruptos em nossas redações?

    Diante desse quadro, como motivar um musico genuíno a seguir nessa estrada incerta e lamacenta que temos aqui?
    Qual o estimulo que um musico tem diante desse quadro em que a meritocracia é coisa de zé mané , o que conta mesmo é seu grau de relacionamento?
    As pessoas passam um tempo na musica e pulam fora atras de um emprego que lhes de dignidade e sustento, então ficamos cada vez mais esvaziados. So tem garoto bobo fazendo banda, passa um ano ou dois e pula fora, tem que ter cunhão para enfrentar esses produtores , politicos , e jornalistas folgados e arrogantes.
    Por isso sou corretora de imoveis e toco meu pianinho nos fins de semana.
    Recomendações a todos!!

  3. Posted 9 de setembro de 2008 at 8h35 | Permalink

    boa….

    ao invés de ficarem reclamando…
    trabalhem!!!!

    grande exemplo o da Julia says…
    outro grande exemplo.. é o do PROJECT 666
    um ano eu os vi distribuindo adesivos e divulgando a banda… no ano seguinte… estavam no Abril Pro Rock!!

    não adianta ficar pagando de gatão dizendo por ai que existe um artista dentro de você..

    COLOQUEM A MÃO NA MASSA!

  4. Posted 9 de setembro de 2008 at 9h34 | Permalink

    boa mermo…..
    alguem ai pode por favore me esplicar o que foi aquilo de CARAVANA CULTURAL que o senhor roger de renor apresentou a nossa sociedade?
    alguem questionou alguma coisa?
    quanta grana se gastou nesse projeto?
    é verdade que a peaozada foi de onibus e roger de aviao?
    suassuna so e popular em campo de futebol e encontros promovidos com nossa grana!
    quem é aquele tal de Paulinho de Amparo, a desmunhecar no Rio achando que esta xocando a galera do rio? que mico estamos pagando? a tal de Lia que não sai de uma ciranda só.
    quem foi nesse casarão foi fumar cigarros proibidos e apreciar a vista,sendo que nos ultimos dias pouca gente viu as coisas,como aquele pianista de xurrascaria metido a Lirinha chamado Vitor araujo,muita forssação de barra.isso realmente nos representa ou apenas enche o bolso de nossos produtores culturais?
    é verdade que os musicos da panela de roger ficaram o tempo todo no casarão como uma comuna de matutos provincianos?
    nada contra isso tudo mass acho que não merecemos pagar essa conta, quem quizer que vá as suas custas!
    alguem nessa cidade ou nesse site questionou isso?

    hugo, é justamente isso que acontece, nossos produtores e jornalistas CONSPIRAM sim contra nossos musicos em detrimento das personalidades a elas ligadas, tem comissão sim, troca de favores e indicações politicas. Qual o jornalista que vai negar um pedido de um grandão da politica?
    por causa de que alguns tem materia no jornal e outros não/ não vai me dizer que as boas são incentivadas certo?o que tem de porcaria incensada pela midia vale registro.
    e vamos neste eterno faiz de conta,uma fantasia,um teatro magico de ilusões e axismos.agora vim aqui defender jornalista e produtor cultural é subiestimar dimais nossas cabeças hugo!

  5. Raphael
    Posted 9 de setembro de 2008 at 9h52 | Permalink

    Galera, um mínimo de consciência no meio do chororô: vejam que esses artistas ditos da “panelinha” sao pelo menos bem-ensaiados. N adianta nada ter uma banda de fim de semana, ensaiar de vez em quando, criar músicas na pressa, sem esmero. Quem tem competência, cedo ou tarde, com panelinha ou nao, uma hora aparece. Vão ralar!!!

  6. Maria D.
    Posted 9 de setembro de 2008 at 12h57 | Permalink

    Hugo você disse que não há panela em Recife, então vamos a alguns relatos e vamos ver se podemos considerar panela ou não. Começaremos pelo Pátio de São Pedro, a maioria das bandas rock “de não brothers ou que não tenham um produtor”, chegam para entregar material, o Fred Salin, já tem uma frase, que parece uma gravação” Olhe, estamos dando um tempo em bandas rock, e deixando tudo para o Pátio do rock” ok, ai você vai ao sábado mangue e o que esta tocando, Rock! , e vale salientar se for banda pequena, ele chora, diz não ter dinheiro, mas se for: Carfax, Volver, Vamoz, Radio de Outono ou a galera do Rap que sabem com funciona a máquina, ganham seus 2Mill reais. O finado Sopa Diário, conheço várias bandas que chagavam entregavam material e quando ligavam a garota dizia ” não tenha nem previsão de quando vocês iram tocar” e olhe que o programa era diário”. Mas se tivesse show das bandas dos brothers, eles desmarcavam com a banda que tocaria, para os brothers divulgarem seu show.

    E agora voltemos ao querido Recife Rock; gostaria de saber o que se passa na cabaça de um crítico de música, que se tratando de Você e Guilherme são tão controversos ou devo acreditar que tenha um péssimo gosto musical? Não sei, mas vamos lá, certo dia estava no Porto Musical e lá estava você e acho que o Bruno N no show da Abrafim, e quem tocaria seria a Volver, quando eles começaram a tocar, você olhou para Bruno e fez uma cara de (eca) ou nojo, talvez não goste da volver, mas fala bem, é estranho, pois as outras bandas estão à mercê do seu gosto pessoal, que vamos lá não é dos melhores, pois aqui mesmo você falou que gostava da banda Estrógeno, isso para mim, já caracteriza ter um mau gosto imenso. (nada pessoal com a banda), gosto da banda do Zeca (a Asteróide) agora esse clip que está aqui, se fosse de qualquer outra banda, não estaria aqui, pois existem dois pesos e duas medidas, seus amigos podem fazer merda, que é engraçado e Cult, mas os outros não, e se postasse o cip, o caracterizaria como a pior coisa que já viu na vida; não sei o credencia um jornalista a ser crítico de música, seria só o fato de ele gostar de música? Ou ele acha que o conhecimento osmótico dele em música é suficiente, já vi você dizer que tal cantora canta muito, mas até onde vai sua percepção musical? Ex: a queridinha de todos Mallu, desafina horrores, lógico que isso não tira o talento dela, mas dizer que canta muito, já é outra história. Eu poderia passar dias aqui falando, o que seus amigos podem fazer e é legal e os que não seus amigos mesmo se fizerem igual, seriam tachados de ruins e toscos.

    O erro está em nós que temos ou tivemos bandas e não somos brothers. Por ter desde o inicio super estimado este site, que até agora só serviu para alavancar bandas de amigos, e que poderia ter um papel fundamental para a cena local, que é quase inexistente e quem sabe não por causa dele.

  7. Bruno Souto
    Posted 9 de setembro de 2008 at 15h49 | Permalink

    Gente,
    em relação ao Microfonia, posso dizer que não existe favorecimento em favor de banda A ou B. O que existe, e é obvio, é o bom senso e o gosto pessoal de quem está julgando (por mais que se tente ser imparcial, acaba acontecendo um pouco).
    Falo isso não pra defender ninguém, mas pra ser justo. Até pq já passei por isso. Minha banda, Volver, entrou no primeiro Microfonia com a minha total desaprovação, pois pensava como muitos de vcs em relação aos arrumadinhos que a gente sabe que existe em muitos lugares… Não queria me inscrever e só o fiz por muita insistência dos outros caras da banda. Fazia pouco tempo q a banda existia e só tinhamos feito uns 2 ou 3 shows. Não conhecíamos ninguém na cena, não tínhamos contato nenhum (até pq eu estava morando em Gravatá e fazia 5 anos que estava totalmente por fora da cena)…
    Mas como quase tudo no Brasil tem arrumadinho, eu pensei logo: “esse concurso já tem ganhador. É roubada!”. E é o que acontece com a maioria das pessoas que estão começando alguma banda. Já é natural por aqui… Muitas vezes (não todas) é querer colocar a culpa em algum fator externo quando as deficiências e limitações podem estar na própria banda.
    Acontece que acabamos ganhando o festival e foi úma grande surpresa. Mérito da banda! De ter o esmero de gravar uma demo decente, com músicas boas (isso é fundamental. E antes q alguém reclame, gosto é gosto), e fazer um show com confiança pra ganhar! E foi o que acabou acontecendo. Pode ter sido sorte? Também! Talvez se fossem outros jurados, a gente nem sequer teria ido pra final (volta a questão do gosto de quem tá julgando).
    Fiz parte da comissão julgadora da segunda edição e posso afirmar que não ouvi nenhum comentário a respeito de algum consenso pra ajudar banda A ou B. Pelo contrário, na final cada jurado tinha o seu preferido e o que desempatou foi a pontuação de segundos e terceiros lugares na lista de cada jurado.
    Reflitam sobre isso! Só resolvi postar meu testemunho pq vi que os comentários estão num bom nível e não com besteiras e baixarias, como acontece muitas vezes por aqui.
    E só pra terminar, pra quem acha q somos filhinhos de papai e temos panelinha, todos na banda são lisos e nunca conseguimos apoio pra lançar um disco ou fazer uma viagem sequer, através de governo ou prefeitura. Tudo foi com muito sacrifício e suor da banda. Pensem nisso antes de julgar e generalizar. Cada caso é um caso.
    Volver neles!!!

  8. Márcio
    Posted 9 de setembro de 2008 at 23h17 | Permalink

    Muitas bandas boas acabam aqui em recife, por não ter como veicular sua música de forma satisfatória e se manter estabilizado financeiramente falando.
    Então o que acontece é que muitos desses músicos passam a seguir outras profissões e até “desistem” da música;
    Não por falta de talento, mas quando se vive num estado em que todas as Rádios/TV tocam gêneros musicais contrários do rock e derivados,

    Aí segue a pergunta…

    Qual a expectativa de viver de música em nosso estado?

    Então os poucos concursos musicais sérios que rolam como o Microfonia, só contempla um artista dentre vários outros que também tem a mesma pretensão.

    Isso gera uma dependência de várias bandas nos poucos veículos que rolam como: Reciferock, Sopa Diário (Que já acabou!), Abril Pro Rock, Rec BEat e ponto final!

    Aí como alguns desses poucos veículos escolhem os seus favoritos, sem ser imparcial,

    daí surge a tal “panelinha”.

  9. Flavia
    Posted 9 de setembro de 2008 at 23h28 | Permalink

    e afinal de contas para que serve esse Microfonia? será que o tal de Paulo andré não tem tempo para andar na cidade e ver quem faz algo de concreto e arrasta platéia para seus shows? não é possivel todo ano procurar uma renovação na nossa cidade via Festival.
    Por isso pergunto a Hugo e a todos os internautas, quem banca o microfonia? Logico que não é com a grana de Paulo, ele não é disso. Alguem pode me responder?

  10. Posted 9 de setembro de 2008 at 23h49 | Permalink

    Enquanto rolar essa coisa de acharmos que existe sempre uma conspiração rolando ou que a tal panelinha manda na cena, não chegaremos a lugar algum. Nunca nenhuma banda chegou a lugar algum reclamando e reclamando e reclamando. Existe. Ponto final. Pra mim é simples isso. E é bastante lógico até que existam bandas já firmadas com determinados produtores e etc. Quem tá fora quer entrar, no chamado “mainstream” recifense, se é que isso existe de fato. Enquanto essa cambada de músicos não se unir para se movimentar sem depender de produtor ou empresário, nada vai mudar nessa cena estagnada e amadora de recife. É difícil? é! mas como outros já comentaram por aqui, nós não podemos ficar parados reclamando de teorias de conspiração ou coisa parecida. Se acha que no microfonia tem panelinha, não se inscreve, ponto final. Se acha que vale a pena, se inscreve, se não se classificar já valeu. Não tem nada perdido. A música nesse ponto fica em segundo plano né galera? não pode ser assim. O que eu acho que é que nesse site poderia existir uma divulgação bem maior de bandas que não as que já estão batidas por aqui. Via de regra a coisa sempre se repete, as matérias, as resenhas. Então, tem muita banda que tem um myspacezinho e faz um som legal, mas não tem um veículo como esse, que poderia apoiar toda essa parte, já que se propoe a atuar via internet. Enfim, deixemos de reclamar e vamos produzir. vamos fazer música que é isso o que importa.
    abraços.

  11. jonas
    Posted 10 de setembro de 2008 at 8h31 | Permalink

    Infelizmente nossa cultura é do frevo e da cultura de massa.

    Segmentos como rock blues jazz etc…vão ser eternamente marginalizado por aqui…

    até que vc coloque uma alfaia, uma roupa de maracatu , se vista de cabloquinho etc…ou seja, “regionalize seu som”.

    Agora surge o preconceito das bandas “da periferia” isso não existe galera. Se o cara for bom e o som for consistente. Não importe a sua origem, um dia alguém vai escutar e botar pra frente. O que não dá é para forçar a barra. Nâo é porque uma banda é de peixinhos ou outro suburbio que é boa. Nada haver. Como hugo falou o que importa é o talento. Se isso houver a banda entra no microfonia.

    Pelo menos é o que tenho notado nesses anos.

    e quanto a regionalização eu discordo que a banda tenha que resgatar as origens…nada haver !!

    a banda tem que fazer o seu som. e se for boa vai rolar! não tem jeito!

    No mais vamos abrir a mente galera. e trabalhar!

  12. Dr. Verde
    Posted 10 de setembro de 2008 at 8h53 | Permalink

    Pode não rolar “panelinha” , mas rolou uma estranha coincidência nas edições passadas.

    Johnny Hooker foi para 2 finais consecutivamente do microfonia … e vimos a relação das bandas, tinha muita banda legal, não precisava ter repetido.

    Foi suspeito!

  13. Posted 10 de setembro de 2008 at 9h01 | Permalink

    nao gosto de acreditar nessas teorias de conspiração…

    acho q o que causa essa insatisfação é o fato de algumas pessoas não acreditarem na sua PROPRIA FALTA DE TALENTO.
    ou até a própria falta de CAPACIDADE ORGANIZACIONAL
    e ficam culpando o meio em que vivem ao invés de tentar batalhar e realmente MUDAR a cena em que se encontram

    analisem direitinho..

    as bandas que vc’s dizem que fazem parte das “PANELINHAS”
    são as únicas de RECIFE/REGIAO METROPOLITANA que realmente tratam a música como um empreendimento cultural, são as únicas bandas(empreendimentos) que se articulam para conseguir os TÃO SONHADOS CONTATOS para fazer shwows e com isso ganham crédito na cena cultura… enfim.. eu poderia listar milhares de atributos a esses empreendimentos..

    essa galera SIMPLESMENTE TRABALHA!! o que é bastante diferente de vc montar uma banda na esquina de sua casa com dois vizinhos, ficar pagando pose de artista e ficar esperando que a tão sonhada chance de sucesso caia do céu… GALERA ACORDEM ISSO NÃO EXISTE!!

    quem conseguiu algo até hoje é pq tem um histórico de trabalho… ou até mesmo NASCEU COM RECURSOS FINANCEIROS SUFICIENTES para aplicarem em algo em que acreditam… enfim….

    acordem pra vida e trabalhem..!!!

    flw..!

  14. rique
    Posted 10 de setembro de 2008 at 9h06 | Permalink

    Só acho que o comentário do Márcio segue lógicas antigas… em cima da nova realidade que vemos hoje, as bandas são hoje pontos distintos na mesma cadeia… são consumidores e produtores, além de músicos, claro.

    Portanto, reclamar que não dá pra viver disso, é só ler a entrevista do Eduardo Ramos da Slag pro Bruno Nogueira e ver que com um pouco de trabalho e talento dá pra se conseguir mais do que apenas ficar em casa se achando o compositor iluminado…

    Boa Diogo, gostei das suas palavras.

  15. Márcio
    Posted 10 de setembro de 2008 at 10h22 | Permalink

    Lógicas antigas, mas que ainda funcionam.

    Não existe uma banda de rock radicada em recife que vive de música!
    Salve as exceções: NAÇÃO ZUMBI, MUNDO LIVRE S\A, DEVOTOS.

    Acha que essas bandas da nova geração vive de música….pergunta aos caras se eles não tem alguma profissão paralela, e olhe que tem banda q já está no seu 2º ou 3º CD e ainda são bem apoiados pela midia independente.

    Precisamos de “leis reais” do Ministério da Cultura para acabar , e reinventar a profissão de músico aqui em PE….Pra não acontecer do cara deixar sua banda de Rock, e tocar numa banda de brega/forró que dá mais futuro, ou seja , dá mais dindin, Se é que me entendem.

    É possivel sim o cara ter uma banda de rock massa e viver da banda aqui em PE, mas pra isso acontecer tem que mudar muita coisa, a começar pela mídia forte(TV’s, rádios, jornais comerciais)…que simplesmente não existe pra cena!

  16. rique
    Posted 10 de setembro de 2008 at 10h51 | Permalink

    Marcio, o que tem que mudar é a cabeça das pessoas que produzem o ”rock”… se as bandas virem que na nova lógica dá pra viver da cadeia toda, fazendo a produção de seus eventos, assessoria etc… buscar visibilidade no novo mercado independete, no circuito fora do eixo, ler os editais, disse LER COM CALMA, vê o que Gil deixou do seu mandato como ministro etc…

    O lance é viver na música, dela e com seus frutos, não só de cachêszinhos… hoje o público pode ser muito maior que em outros tempos, a mídia tá descentralizada e não precisamos ficar esperando a música tocar na rádio…

    Quer um exemplo? O macaco bong, banda instrumental de cuiabá que fatura uma boa grana mensal e os caras vivem disso… como? em cima de novas lógicas…

  17. jonas
    Posted 10 de setembro de 2008 at 10h52 | Permalink

    apoio do governo!

    criar um departamento para a múisca alternativa no estado.

    não só favorecer as culturas populares. Mas toda e qualquer forma de arte do estado!

    tem um mercado para isso. Basta ir nas casas de show…sempre tem gente nos espaços alternativos. O problema é que as bandas “pagam para tocar” o que é um absurdo!

  18. Márcio
    Posted 10 de setembro de 2008 at 11h23 | Permalink

    Pode crer que não foi facil dá um exemplo.
    e ainda Macaco Bong não é de PE.

    Torço pela cena independente, mas ainda tá longe

  19. Márcio
    Posted 10 de setembro de 2008 at 11h34 | Permalink

    Outra, os caras que produzem rock na sua maioria não são profissionais, são amadores … o que torna a cena ainda mais amadora.
    A Internet ainda não é mais forte que as emissoras, ou seja, não formam um publico de massa pra sustentar um artista.

    Tem que rolar algo mais inovador e mais forte:

    – Surgir canal de Tv (como a Tv universitaria), so que mais focado na cena independente com programas ao vivo de bandas.

    – Surgir novas emissoras de rádio com novo formado que toque musica independente (rock, reggae, hip-hop, etc)

    ou mudar radicalmente com leis as que ja estão aí.

    Você escuta uma rádio clube, recife, caetés…que até tem uma boa audiência no estado adentro, mas toca o quê!? nem me pergunte!

  20. Posted 10 de setembro de 2008 at 12h32 | Permalink

    Márcio, o fato de surgirem ou não novas rádios, emissoras de tv e por aí vai, nesse momento é irrelevante cara. O que acontece é que o público recifense muitas vezes não dá nenhum valor à produção interna. Minha opinião é que a classe da música alternativa e independente do Recife deveria ser mais chegada…Independente de produtores ou não…Deveriamos nos aproximar para fazer as coisas movimentarem cara. Se um dia a cena estiver bem movimentada quem sabe não nasce um programa decente de rock pernambucano tanto na tv quanto no rádio, e QUEM SABE ENTÃO, NA INTERNET! Acho que seria legal até o Reciferock fazer matérias em vídeo e colocar aqui, porque não?

    abraços…

  21. João do Ibura
    Posted 10 de setembro de 2008 at 16h07 | Permalink

    Diogo, grande parte da população recifense não dá importancia a produção interna por nem sequer conhece-la, haja vista a massificação dos meios de comunicação local e retransmissoras nacionais. Por isso muitos musicos talentosos preferem sobreviver de outras atividades profissionais.
    Agora ficar reclamando de Roger, Prefeitura ou Microfonia é ir no sentido inverso da coisa, tudo bem que existe panelinha,não podemos negar, mas, diversas pessoas ingressaram em eventos sem precisar disso e essas oportunidades somente existem por causa do Programa Sopa Diário(ou existia), de eventos patrocinados pelo Governo Municipal ou pela pouca iniciativa de entidades privadas(microfonia, abril pro rock),então, cadê a classe empresarial pernambucana que poderia valorizar mais e ganhar mais com o incentivo a cultura.
    E para não dizerem que estou somente defendendoa Prefeitura, já passou da hora dessa fazer cumpri uma promessa que é a criação da Radio Frei Caneca, para dar vasão a cultura local de qualidade.
    Bem, esse assunto tem pano pra manga,contudo, atualmente vejo muita reclamação repetitiva que não leva a nada, pois em qualquer lugar do mundo há favoreceimento a A ou B no aspecto musical,mas tambem há reconhecimento de quem corre atrás dos seus desejos, desde que tenha o minimo de qualidade musical.

  22. Posted 12 de setembro de 2008 at 19h55 | Permalink

    Não vamos fugir muito do foco da discussão aqui (brincadeira, se quiser mudar mude).
    Mas a questão que eu queria enfatizar aqui é que Hugo Montarroios, que assina a autoria do texto, logo no primeiro parágrafo, confessou sentir pena da “ignorância e ingenuidade injustificáveis para os dias de hoje” de pessoas como a Fernandinha (1º e 2º comentários), a Fê (4º comentário), Maria D. (7º comentário) e de outras pessoas que não chegaram a comentar aqui e/ou nem chegaram a ler esse texto mas que também compartilham da idéia de que se construiu um mainstream que está montado em cima do underground de Recife. A eterna esperança de um dia fazer parte desse mainstream não permite que o underground se organize. E se um dia conseguir se organizar, talvez acabem formando as novas “panelas”.
    Mais respeito às nossas inteligências, às nossas opiniões, argumentos e às nossas pessoas, por favor.

  23. Márcio Jr.
    Posted 12 de setembro de 2008 at 22h54 | Permalink

    Temos que ir direto a raíz do problema, chega de “Colher de Chá” – transamérica.

    As rádios do Rio vem para Recife e querem montar sua programação sem dar espaço para programação local.
    Não se pode ficar na dependência de cair nas graças de Paulo André (APR) ou Gutti (Rec Beat) ou do próprio Reciferock que tem um reconhecimento da mídia local (digo de passagem que não tenho nada contra esses veículos, muito pelo contrário, só acho que eles podem funcionar melhor!)

    Mas assim, exemplo: Tenho uma banda massa que tem um som legal, mas se o paulo andré e/ou o hugo montarroyos não curte minha banda, então já era.
    então são eles que estabelecem o critério de uma banda ser boa ou não.. isso está correto?

    Creio q não, então uma questão gera outra e uma insatisfação gera outra insatisfação.

    Por isso que se as bandas fossem mais “auto-suficientes” com a mídia rádio/Tv funcionando como deveria…ninguém estaria preocupado se estaria escalado ou não pra tocar no microfonia ou abril pro rock, porque uma banda não dependeria mais desses festivais e nem estaríamos discutindo esse assunto.

  24. Posted 13 de setembro de 2008 at 16h09 | Permalink

    Posto pra registrar minha prenseça neste “recinto” e na opnião(humilde como um rock de três acordes), que este tem sido um dos fóruns mais legais que vi por aqui.

  25. andre intruso
    Posted 16 de setembro de 2008 at 15h21 | Permalink

    Por falar em queda de bandas inscritas….

    Faz muito pouco tempo que absurdos como o assombroso
    Pe no Rock, seguido de outros festivais furados resignaram muitos da cena rock da cidade.
    O ” mais do mesmo ” prevalece, fazendo com que qualquer evento a ser produzido ja seja de cara visto com maus olhos.
    É evidente que se não há uma panela existe entao uma especie de ” cumplicidade ” entre os que escolhem e os escolhidos.
    Todo mundo sabe que sera sempre assim e , entao, acho realmente que os caminhos a serem seguidos devem ser outros e deixar com que o mar da mesmice sempre aporte com suas barcaças batidas e que nunca sairão do porto comum. No mais é rock and roll!
    Lembrem-se do Pe no Rock e entendam a descrença!

  26. Posted 16 de setembro de 2008 at 23h38 | Permalink

    dedicado a muitos que postaram aqui, eu os convido: lumocoletivo@gmail.com
    vamos trocar algumas idéias!!! vamos trabalhar!!!!

    http://lumocoletivo.blogspot.com

    abraços.

  27. Vera
    Posted 18 de setembro de 2008 at 15h03 | Permalink

    Existe uma falta de coerência que acontece com os organizadores dos festivais do nosso estado (Abril Pro Rock, Rec-Beat,etc..)

    Tem muitas bandas aqui fazendo um som de QUALIDADE e não tem espaço nesses festivais como ex:
    TERCEIRA EDIÇÃO, RELLES, DUQUE DE ARAKE, SANGUE DE BARRO, NOVANGUARDA, SOBREVIVENTES DO I.D.R. ETC..

    e já vimos em edições passadas do APR, bandas muito abaixo da qualidade dessas bandas citadas por exemplo.

    É uma tremenda falta de respeito com quem investe e leva a música à sério.

    ….

One Trackback

  1. By DoSol » Blog Archive » DIRETO DA BLOGOSFERA… on 9 de setembro de 2008 at 11h04

    […] HUGO MONTARROYS PUXA ORELHA DAS BANDAS DE RECIFE […]

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