As Mais Novas – A Banda de Joseph Tourton

Por Bruno Negaum em 10 de setembro de 2008

E aí, tudo certinho?!

Estamos de volta com mais “As Mais Novas“, a coluna do RecifeRock! que é totalmente voltada para as bandas mais novas da cidade! E eu vou logo agradecendo a recepção que tivemos essa semana e os e-mails que chegaram com indicação de algumas bandas. Valeu mesmo, pessoal!

Só pra relembrar, se você conhece ou toca em alguma banda legal, pode mandar sugestões no nosso e-mail, que é o reciferock@gmail.com! Pode ser que eu demore a responder, mas fiquem tranqüilos porque na seleção não tem panelinha, haha!

O destaque de hoje é uma inspirada banda de rock instrumental que teve o nome tirado de uma rua do bairro da Tamarineira. Conheçam agora A Banda de Joseph Tourton!

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O Tenente Aviador Joseph Tourton, filho do conde e baronesa de Tourton e Capibaribe pode ter sido um piloto da Segunda Guerra Mundial. Desapareceu durante uma missão de reconhecimento sobre a Grota do Angico, combatendo as volantes que perseguiam um contrabandista chinês chamado Volta Seca. Em 1904, os destroços do avião que pilotava foram achados a poucos quilômetros da costa da Bolívia. Seu corpo jamais foi imaginado…

NÃO! Não tem nada a ver com as palavras do lidas acima! Ou vai que tem, né? Sei lá, de repente pode até ser que sim… Mas eu, pelo menos, vejo este personagem como o ícone do projeto de cinco garotos (Diogo, Gabriel, Rafael, Antônio e Pedro) que acabaram de sair da adolescência, são muito talentosos e prometem ser um dos grandes nomes da música instrumental no estado, ao lado de bandas como Ahlev de Bossa, Rivotril e Monodecks, entre outras.

Mas por quê essa banda é tudo isso aí, hein?” é o que você deve se perguntar, né? Ah, velho, é tranquilo responder isso. Porque os meninos tocam desde guris (Diogo, por exemplo, que é um dos guitarristas, tocou na banda Psicopatas e passou pelos palcos de diversos eventos do estado, dos bizarros aos mais prestigiados) e ao invés de se entregar ao caminho mais fácil para arrancar aplausos e juras de amor aqui na cidade, que é montar uma banda de emocore, fazer um fotolog e pagar pra tocar nos shows underground sonhando em um dia serem contratados pelo Rick Bonadio; eles decidiram ser mais honestos, fazer uma música com sinceridade e quebrar barreiras ao transformar a soma de rock e música instrumental em uma coisa interessante e boa de se ouvir, sabe?

A banda tem apenas um ano e se apresentou ao público pouquíssimas vezes, mas já carrega nas costas um EP homônimo, lançado em maio, escalação no festival No Ar: Coquetel Molotov 2008 e alguns admiradores importantes como Domingos, do Monodecks:
Bem, cheguei até A Banda de Joseph Tourton quando tava de bobeira navegando por MySpaces alheios até deparar-me nos favoritos num sei de quem com aquele nome singular que emoldurava uma foto de um homem sem rosto. Sem pestanejar, cliquei no profile pra saber do que se tratava, levado acima de tudo pelo fato de ter passado minha infância em tal rua e, assim como ocorreu com os caras, pela curiosidade de saber que porra de figura era aquela que dava nome à rua.

Após entrar na página e entreter-me com o projeto gráfico e os textos – alguns de apresentação e outro totalmente delirante/fantástico sobre o tal Joseph Tourton -, já dava-me praticamente por satisfeito com a banda (até porque não pude escutá-los naquele momento por estar num PC sem som).

Daí ocorreu-me de baixar o EPzinho e colocá-lo no meu mp3 player. Fui pra casa escutando as músicas no busão com a paisagem sonora da cidade de fundo, me surpreendendo a cada mudança de acorde, com a fluidez da música – além de todo o vigor da ‘embalagem’, ainda por cima o “recheio” (de batera quebrada, pitadas de suíngue-funk, sopros, intervenções de ruídos) tinha – apesar de influências perceptíveis -, um sabor próprio, um sabor de jam (que nunca se repete).

Pouco depois, ao pegar-me pensando se eu teria a ‘neutralidade’ suficiente pra emitir algum juízo de valor com relação à banda que não fosse algo muito subjetivo, uma pá de gente também os “descobriu” e também curtiu o som – na verdade eles ‘fizeram por onde’ para serem descobertos. Pronto. Os caras agora tão bombando geral, evidenciando mais um outro talento: o de saber divulgar e gerir uma banda.

E aí? Ainda não está convencido que o som d´a Banda de Joseph Tourton é legal?

Ah, bicho! Comece a escutá-la agora, leia a entrevista abaixo e tire as suas próprias conclusões!!!

A Banda de Joseph Tourton – Número 3
[audio:http://www.reciferock.com.br/images/2008/09/tourton-3.mp3]

Como foi que a banda de Joseph Tourton nasceu? E quem danado é Joseph Tourton?
A banda surgiu das jam sessions que a gente fazia. Primeiramente Gabriel, Pedro, Laga e Antônio. Só que a gente tava sentindo falta de mais alguma coisa, sabe? Aí chamamos Diogo pra ver se ele nos ajudava. No início era só isso mesmo, tocar e tocar, sem compromisso. Só que começamos a gravar isso tudo e gostamos do resultado, aí decidimos fazer uma parada mais séria.

O que a gente descobriu sobre Joseph Turton foi que ele era um empresário aqui em Recife e foi presidente da FIEPE, mas o nome da banda surgiu um dia que a gente tava tocando na casa de Gabriel e queríamos pedir pizza, só que ninguém sabia o nome da rua. Quando a gente perguntou pro pai dele, ele respondeu “Joseph Turton”, aí todo mundo achou o nome massa e ficou chamando a banda de “A Banda de Joseph Tourton”, que era um nome provisório. Só que, por falta de um outro nome, ele se tornou definitivo.

Explica pra quem não conhece como é o som da banda. Que sons vocês curtem e quais são as suas influências?
A gente diz que faz rock instrumental, mas mesclando elementos de brega, samba, reggae, hardcore… As músicas são compostas quase que exclusivamente nas jam sessions; o que, pelo menos pra gente, dificulta muito ficar amarrado a um tipo de som. O pessoal da banda escuta muito Radiohead, Hurtmold, Nação Zumbi, Cidadão Instigado, Tortoise, Streetlight Manifesto, Eddie…

Como são os shows da Joseph Tourton? O que não pode faltar neles?
Nos shows, a nossa maior preocupação é fazer com que o público dance, se divirta. A gente também tem muito cuidado na hora de compor pra música não ficar “fritação” demais, já que nem todo mundo (nem nós) gosta de encheção de lingüiça. Procuramos estruturar as músicas de uma forma mais dinâmica pra conseguir prender a atenção do público sem ter que ficar mostrando virtuosidades no palco. A gente prefere swing a solos mirabolantes.

É difícil ser uma banda nova no Recife?
Ser uma banda não é difícil, difícil mesmo é fazer o projeto vingar devido à falta de espaço pra tocar. A gente têm visto sempre as mesmas bandas se repetindo nos shows da cidade, o que é triste pra cena independente. Até mesmo aqueles festivais só-toca-se-vender-ingresso estão ficando cada vez mais raros porque o público se acostumou a não pagar para ir aos shows, até mesmo os de grande porte.
Quais são os planos futuros da banda?
Continuar compondo, gravar um disco na calma, fazer mais shows, fechar algumas parcerias… Quem sabe?

Vocês foram escalados pra tocar no festival No Ar: Coquetel Molotov, né? Como é que está a expectativa pra essa apresentação e o que vocês estão preparando pro público?
É verdade! A gente enlouqueceu quando a produção do festival mandou um e-mail pedindo pra conversar com a banda sobre um show. O Coquetel é que vai ser a grande estréia da banda. A gente já testou o repertório em algumas apresentações menores e o retorno do público foi muito instigante! Uma galera veio parabenizar, pedir adesivo, cd, MySpace, contato… Foi massa! A gente está preparando não só o show, mas uns EPzinhos, camisas e adesivos pro pessoal que veio pedir e a gente ainda não tinha. Tudo indica que eles vão ser vendidos num estande lá no teatro da UFPE durante o festival juntamente com produtos de outras bandas aqui do Recife.

Quais são as melhores bandas pernambucanas na opinião de vocês?
Nação Zumbi, Chambaril e Treminhão.


Tem alguma banda nova legal na cidade? Indica aí pra gente!!!

Não é de Recife, mas é de pertinho… BURRO MORTO, de João Pessoa. Eles vão tocar no mesmo dia que a gente no Coquetel Molotov, lá na Sala Cine. Quem puder aparecer, não perca, porque a banda é massa!

Se quiserem acrescentar algo, o espaço é de vocês!!!
Fiquem de olho no nosso MySpace que a gente tá soltando material novo por lá sempre que possível. E entrem na nossa comunidade do Orkut! Lá tem uma porrada de coisa: agenda dos shows, texto sobre a Rua Joseph Turton, muita paquera e beijo na boca! Muito obrigado pela atenção e até o Coquetel!

Gostou d´a Banda de Joseph Tourton e quer saber mais sobre o projeto?
Acessa já o seu MySpace!

Até semana que vem!

7 Comments

  1. Beijo na boca
    Posted 11 de setembro de 2008 at 19h05 | Permalink

    eu quero vários, e de laga! :x

  2. Renata
    Posted 11 de setembro de 2008 at 19h52 | Permalink

    o show deles na concha acústica foi muito bom..
    tão de Parabéns! =)

  3. Joao
    Posted 11 de setembro de 2008 at 23h04 | Permalink

    digo ladrão, devolve minha camisa!
    e de preferencia com a estampa :D

  4. Joao
    Posted 11 de setembro de 2008 at 23h04 | Permalink

    digo DIOGO!

  5. raony
    Posted 14 de setembro de 2008 at 15h32 | Permalink

    bejo na boca? opaaa to dentro

  6. Posted 18 de setembro de 2008 at 14h50 | Permalink

    vale sentar no colo? o beijo é de língua?

  7. Ladir
    Posted 1 de outubro de 2008 at 8h24 | Permalink

    Legalzinha, mas não me interessou muito.

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