Entrevista por Tárcio Fonseca
Escute: Monodecks – A Trapezista
[audio:http://media.trama.com.br/tramavirtual/mp3/m_52/263549.mp3]
O último show da Monodecks foi dentro da Mostra Play the Movie. Como foi tocar em um cinema?
A sensação de ilustrar um filme sonoramente é particularmente diferente de um show comum porque há essa troca de informações e sensações com a obra visual, um ritmo perante às imagens. O show foi ritmado e sincronizado com essa permutação de informações que levavam a um entendimento – cognição – do clima original do filme ou não, essa foi uma das idéias mais priorizadas para desenvolver a performance com as músicas originais da banda. Em questão do local, foi uma experiência muito boa, pois a estrutura formulada do ambiente de cinema cria esse meio de propagação acústica sem necessidade de um PA, como um show num teatro, um ambiente com uma boa acústica que faz com que haja menos equipamentos ligados entre o som original da banda e o público, o que torna uma reprodução mais fiel e sem reforços extraordinários que tornam um som muitas vezes confuso e sem a intenção original do espetáculo.
Recife tem visto cada vez mais o surgimento de bandas instrumentais/experimentais. Existe uma cena em formação?
Cena é meio complicado de afirmar, pois ainda não existe uma movimentação esquemática que a torne realmente concreta. A internet é que traz à tona sons que de outra forma permaneceriam submersos em porões… Mas tudo leva a crer que, agora mais do que nunca, existem bandas instrumentais com um acento experimental no Estado. Isso parece ter voltado a todo vapor através da porta para a toca do coelho que o pessoal do manguebit abriu nos anos 90 e que parecia estar fechada desde o final dos anos 70 (que nos legou discos experimentais fantásticos como o Satwa, de Lula/Laílson, o Paebirú, de Lula/Zé Ramalho e Marconi Notaro no Subreino dos Metazoários). Logo, de certa forma o que acontece hoje é uma remoldagem/recontextualização do som feito nessas épocas e, finalmente, o delineamento de um público (que não é formado simplesmente por integrantes de outras bandas).
Quais bandas destacaria?
Sãomer Swadomit, Alehv de Bossa, Chambaril, Angst, Areia Projeto, A Roda, Monstro Amor, Hronir, Rivotrill, Conceição Tchubas, A Banda de Joseph Tourton, Granola, Embuás, Gigantesco Narval Elétrico, Comuna, Grilowski, Nuclear Extreme e lá vai porrada.
Qual a expectativa para o show de quinta com o Elma?
Esse show vai ser a estréia de Luis, nosso baixista, em um show “convencional” da banda. Na verdade ele estreiou na Play The Movie, mas como foi uma apresentação voltada para o filme, nós não fizemos um set “normal”. Vamos tocar algumas coisas novas pela primeira vez e teremos também uma participação especialíssima de nosso amigo Zeca Viana. E logicamente vai ser um grande prazer dividir um palco com o Elma, certamente uma das melhores bandas do Brasil, e um dos shows mais foda que já vi.
Quais os próximos passos do Monodecks?
Estamos finalizando a edição e começando a mixagem das músicas que vão compor o Ep que vamos lançar em breve, se tudo der certo. A nossa intenção é de ter o Ep em mãos até o fim do ano. Fora isso estamos tentando viabilizar mais alguns shows ainda esse mês ou para o começo de Dezembro. Queremos tocar mais, e ir para lugares que ainda não fomos, aqui no Nordeste e quem sabe no Sul, Sudeste.
Se quiserem acrescentar algo o espaço é de vocês!
Cheguem lá no Burburinho quinta-feira, antes das 22h, de preferência. Vai ser bom à beça!
Serviço:
Elma (SP) e Monodecks no Burburinho
Quinta (13/11/2008) 22h
Burburinho (Rua da Tomazina – Recife/Antigo)
Preço: R$ 7,00 – Info: n/d
Elma (SP) e Monodecks
One Comment
este cd esta quase um chinese democracy (claro que com desculpas pela comparação a uma coisa tão baixa como o guns), só acredito qd eu tiver o cd no meu pc.