Saiu uma série de textos sobre os cachês pagos pela Prefeitura e Governo no Diario de Pernambuco. Os textos são Luce Pereira na coluna Diario Urbano. Ela lista os maiores cachês e compara os valores dos últimos anos…
Os valores dos cachês são publicados pela Prefeitura do Recife no site da Secretaria de Finanças e pelo governo no Portal da Transparência (É preciso muita paciência pra achar as infos…)
Diario Urbano – Diario de Pernambuco
Luce Pereira
Cachês (17.02.2009)
Caviar garantido // Até agora, no ranking dos cachês pagos pela prefeitura às estrelas do carnaval, o cantor Lenine continua na frente, com R$ 120 mil embolsados por duas apresentações. Antonio Nóbrega aparece em segundo, levando R$ 80 mil por um par de shows, e Mundo Livre S/A, R$ 66 mil também por duas apresentações.
Contando dinheiro // Da folia, devem sair muito bem obrigada as finanças do cantor Alceu Valença, que deixou o Baile Municipal com R$ 50 mil na conta. Mas o artista ainda canta no carnaval do Recife e em pólos do governo do estado. Bem mais modesto, porém longe de ser mal pago, Nando Cordel se despede da folia contando R$ 18 mil.
fonte: http://www.diariodepernambuco.com.br/2009/02/17/urbana2_0.asp
Cachês: capítulo final (19.02.2009)
Não é mau negócio mesmo para artistas que brilham em palcos e telas do Brasil vir passar o carnaval no Recife. Aqui, são tratados como majestades, alguns até com exigências que não combinam em nada com o velho discurso do ex-prefeito João Paulo de que vivemos numa cidade com 1,5 milhão de pessoas cujas finanças não permitem gasto maior do que algo em torno de R$ 5 por dia. Do outro lado do discurso, só para citar quatro abençoados, estão Lenine (que recebeu R$ 144 mil em 2008 e agora caiu de preço, com R$ 120 mil por duas apresentações na festa); Alceu Valença (R$ 180 mil no ano passado e neste, R$ 50 mil só pelo show no Baile Municipal); Banda Mundo Livre S/A, de Fred Zero Quatro (que pulou de R$ 40 mil para R$ 66 mil) e Antonio Nóbrega (R$ 80 mil, por dois shows de R$ 40 mil). Na edição 2008, só Elba Ramalho e Paralamas, que nem são a cara do carnaval do Recife, ficaram com R$ 300 mil. Alguns poucos exemplos reunidos dão mostras do quanto em oito anos de governo de João Paulo a prefeitura foi pródiga, especialmente com as áreas de Cultura e Turismo. E continua. Mesmo eventos privados e fechados que faturam alto com bilheteria e venda de mesas e camarotes são ungidos com verba do município, como é o caso do Guaiamum Treloso (R$ 35 mil em 2008 e R$ 20 mil em 2009) e do Siri Pirata, que no ano passado melhorou a receita com outros R$ 30 mil. Isso sem falar em Almir Rouche, a quem coube R$ 22 mil por uma apresentação no Bal Masqué, mesmo a festa não pertencendo à programação da prefeitura. Até a Skol saiu do acordo de patrocinadora-mor da folia no centro com R$ 100 mil para torrar em sua casa VIP. Ao que se sabe, a AmBev está acima da “linha de riqueza” muito mais do que possam supor os contribuintes que deixam seus sacrificados milhões nos cofres da prefeitura. O prefeito João da Costa talvez resolva pensar duas vezes antes de permitir que o próximo carnaval seja igual àqueles que passaram.
fonte: http://www.diariodepernambuco.com.br/2009/02/19/urbana2_0.asp
Os critérios da “bolsa” (20.02.2009)
Comparar é sempre uma tarefa difícil, porque se pode alegar o uso de critérios subjetivos na eleição disto ou daquilo, mas existe o bom senso para atenuar qualquer pecado. Na confecção da grade do carnaval do Recife, a banda mangue Eddie leva R$ 12 mil de vantagem sobre a excelente Sá Grama, que não conseguiu passar dos R$ 6 mil, ambas bem distantes dos R$ 48 mil pagos a Reginaldo Rossi, esse em franca ascensão: no ano passado, o cachê dele não ultrapassou R$ 22 mil. A explicação para o fato de o rei do brega pernambucano ter o passe tão valorizado na bolsa do carnaval do Recife parece a mesma com que se pode justificar o cachê de R$ 58 mil pago ao cantor Silvério Pessoa por três apresentações. Ou seja, nenhuma. No ano passado, a empresa de Pessoa recebeu 79 mil, independentemente de o show ter a participação de três outros artistas – Manu Chao, Paulo Miklos e Fernando Aniteli. Até onde se sabe, participantes não recebem cachê ou, se recebem, o valor deveria estar no Diário Oficial e eles perderem o tratamento de “convidados”. Critérios pouco compreensíveis fizeram, por exemplo, Siba (e sua Fuloresta) ter o trabalho, no carnaval de 2008, remunerado com a bagatela de R$ 90 mil e nesse, caído para R$ 15 mil (mesmo valor pago pela Fundarpe). Se Zeca Baleiro, que teve participação no show, não recebeu nada, exatamente por ser convidado, o mistério sobre a atual desvalorização do passe de Siba persiste. Caso alguém consiga esclarecê-lo, talvez possa, também, dizer o que leva Geraldo Azevedo a continuar ganhando R$ 75 mil por duas apresentações, enquanto (apesar do equívoco de cantar no carnaval e no Marco Zero) a paulista Mônica Salmaso precisou se contentar com R$ 10 mil – o que, no entanto, diante da realidade desse mercado em nível nacional, está longe de se configurar como mau negócio. Pode ser que alguma luz seja lançada sobre essas questões quando (outro) fevereiro chegar.
A dever // A um dia do início da folia, a Prefeitura do Recife não publicou no seu Diário Oficial as informações que faltam sobre outros contratados. E está fazendo escola: a Fundarpe só disponibilizou até ontem, no D.O do estado, dados de algumas contratações, entre elas a da Velha Guarda da Mangueira, agraciada com R$ 50 mil. A Mangueira, a propósito, não tem mais motivo nenhum para querer ficar longe de Pernambuco.
Fartura // E a Fundarpe pagar R$ 120 mil para Marcelo D2 só pode ser uma prova de que, no terreno da Cultura, Pernambuco pode até emprestar “algum” para o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tirar o país do atoleiro. Raciocínio que também serve para justificar o cachê de R$ 47 mil ofertado ao DJ Dolores, que no ano passado, na folia recifense, se apresentou por R$ 15 mil.
Discurso ameaçado // A prefeitura e o governo do estado (Fundarpe) devem ter mais afinidades, além da que se vê na forma de remunerar artistas, mas a primeira dá de mil a zero no segundo quando o assunto é Diário Oficial. A versão eletrônica que mostra como anda a caneta do governo bate no usuário de forma tão ruim que pode ameaçar qualquer discurso sobre empenho por transparência.
fonte: http://www.diariodepernambuco.com.br/2009/02/20/urbana2_0.asp
23 Comments
Eugene tá tocando de graça? GSAUSHASUAHSOAUHSOA
Pois é galera, enquanto isso, os artistas daqui ficam ganhando miséria e a prefeitura pagando 300mil a alguns artistas. Atirar com a pólvora dos outros é muito bom (o dinheiro do contribuinte, no caso).
Sem falar que ainda rola as panelinhas e as politicagens.
Planeta Terra, cidade Recife.
é de fato uma QUADRILHA que tomou de assalto as verbas de cultura a cidade.
Um elogiando o outro e tentando passar uma aura de sucesso que não existe com estas bandas inventadas por Roger, Paulo andre e Renato L.
Nunca veremos resultados com essa turma e quando abrirmos os olhos e a onda do PT passar esses todos ganharam muita grana encima de nós otários. Uma verdadeira quadrilha montada por essa turma!
– No sábado de Carnaval o palco do Marco Zero caiu e não houve show de Silverio e sua gangue e seus caches milionários, caiu o palco. O Recbeat vazio.
A Bandeirantes fez uma chamada de Recife e a repórter sem graça chamou o carnaval da Bahia pois não havia o que mostrar no Recife Antigo.
E ainda dizem que o carnaval dagente é o melhor do mundo.
Quem acha isso ou é essa turma citada na matéria do site, ou artistas de fora tipo Pedro Luis que vive por aqui babando o ovo do esperto Lenine, ou algum produtor cultural espertíssimo.
Todos esses ganham muita grana do povo e só estes falam bem de nosso Carnaval. Inventam uma realidade que não existe para incitar um orgulho besta em nós enquanto eles se dão bem!
Nota zero para a prefeitura de Recife.
Começou mal Renato L!
leiam o blog de Jamildo, falando sobre os absurdos em nosso Carnaval!
acorda Recife!
http://jc.uol.com.br/blogs/blogjamildo/canais/noticias/2009/02/21/no_carnaval_do_recife_nem_toda_cerveja_desce_redonda_41562.php
http://jc.uol.com.br/blogs/blogjamildo/canais/noticias/index.php
gostei da coragem de voces e dos esclarecimentos, mandaram bem tá meio foda essa farra na cultura!
A turma do Marco Zero manda no Carnaval e na Cultura. Lenine, Lula Queiroga, silverio, Roger e Renato L recrutam os artistas que farão parte do seleto grupo que viajará ao exterior, tocará no MArco Zero e uma infinidade de acontecimentos altamente rentáveis.
O resto da cafuzada fica com o resto, tocar no Pátio de São Pedro, Guararapes, Santo Amaro, Casa Amarela e shows intermediários.
Os grandes caches ficam com a diretoria!
Alem disso tudo, ninguem fica vedadeiramente a par das contratações obscuras de mini-trios e bandas, que são intermediadas pela Federação Carnavalesca de Pernambuco através do seu presidente Manoel Mendes.
Políticos e dirigentes de agremiações, associações, e funcionários da prefeitura ditam as condições, cachet e quantidades de festas para determinada banda e ou trio que comparecem numa especie de pregão no “Sitio da trindade” logo ao raiar dos dias de momo, esperando serem contempladas com alguma saida de bloco. Alguns perdem o dia todo ouvindo a desculpa de que não tem festa, e na sua cara veem a banda tal ser designada para 3 eventos em 3 pontos diferentes da cidade. É duro ver os colegas passando tal humilhação, sem falar nas despesas com comida e transporte de pessoal.
Nosso mercado musical tá um nojo só!!!
Dtesto o carnaval e sempre soude que tudo isso é apenas para alienar a população, enqunato ele bebem os outrasenchem os bolsos.Este carnaval não é e numca foi multcultural é um carnaval multinstitucional só vemos o marketing institucional e o marketing de “celebridades” que só lembram de nosso estado quando o resto do país não dá bola pra eles.Não se dá valor aos eventos espontâneos do povo e estes polos nos bairros foram feitos para que os menos favorecidos não migrem para o marco zero que hoje virou carnaval elitezado.
pagar 22 mil pra almir rouche é o cumulo do absurdo, no demais…todo mundo ja sabe como funciona..
zero 4 ate hj nao aprendeu a tocar e o dj dolores e um artista mediocre.
esses caras sao tratados como indios fora daqui e na epoca do carnaval aparecem com pinta de estrelas. Quem la sabe o que e eddie ou dj dolores fora de recife…sobrevivem as custas do governo ha varios anos pq suas musicas sao ruins e nao funcionam.
eu posso estar enganada, mas em meio a muito blá blá blá o carnaval de Recife se resumiu esse ano ao Marco Zero. Não vi multiculturalidade assim como falam. Os plos ficaram vazios, exceção quando alguem de fora estava tocando no dia. Olinda foi um fracasso no sábado e domingo, as TVs nem transmitiram.
Li uma materia com o novo secretário Renato L (será que ele é?) dizendo que “O Galo da Madrugada convida quem quiser e a Prefeitura patrocina quem quem”. Ou seja, ou o Galo faz o que a Prefeitura quer ou cortam a verba.
Por que será que esse povo da prefeitura só respeita o gosto popular na hora da eleição? Quando o povo escolhe seus artistas a Prefeitura quer moldar o gosto popular. Assim é foda!
Renato L bota suas manguinhas de fora e aos poucos vamos ver o que um xiíta radical frustrado pode fazer a frente de uma secretaria de cultura!
”L” de ladrao
Aew Guilherme Moura, você sabe dizer quanto foi o cachê do João do Morro, pra tocar no RecBeat?
Se alguém souber informa aew.
é uma vergonha e ficou por isso mesmo. A culpa não é nem desses caras(eles tão na deles, roubando) mas de toda a sociedade artistica de Pernambuco que não faz nada contra isso, pelo contrário, ainda aplaude essa galerinha do mal!
Caraca… a mesma Fundarpe que paga 120 mil a D2 deixa de pagar a um monte de funcionários durante meses, mantém a casa com metade do pessoal sem contratação, não paga aos fornecedores e ainda a Presidente sai na mídia como a pessoa que tá revolucionando a cultura no estado??? Fazendo campanha a custa das necessidades alheias!!
Concordo que alguns caches sao muito altos…
mas 10 mil nao eh um bom cache… qd for pagar musicos, instrumentos, ensaios, gastos com alimentacao, figurino e muitas outras coisas que sao importantes, nao sobra quase nada.
discordo qd o autor fala que esse eh um cache bom… nao eh… eh muito pouco…
tambem entendo que 300 mil realmente eh muito pra um cache… mas parte da culpa eh da população que idolatra alguns artistas. qd isso acontece os caches sobem automaticamente.
natyroots cobrava 30 mil pra tocar… depois do sucesso “raggae power” passou a cobrar 150 mil…
qual a logica nisso?? 120 mil a mais por causa de uma musica? enquanto isso, os artistas locais devem cobrar algo que nao paga nem os ensaios!!!
é claro que os cachês de várias bandas são altos como foi vários casos de vários festivais como o abril pro rock que não pode trazer o Titãs por isso,povo reclema demais acho que capital nenhuma do Nordeste tem o tanto de show de graça que pessoas pobres podem ver sem precisar pagar é em Recife
Isso ai dos cachês é só uma comparação que estão fazendo com os cachês de uns de outros
Realmente eu concordo com amiguinha ai de cima que está falando que os artistas locais não pagam nem os ensaios com o cachê que recebe
Mais nessa feira da música teve bandas que iam vim com seu próprio recusso tendo apenas uma ajuda de custo
Ano novo, Tudo de novo !
o ano é outro mas a cultura tá na mesmo..mais uma vez o secretário rei do mangue contratou e pagou…O link abaixo é da matéria do diário de PE sobre o mesmo assunto
http://www.pernambuco.com/diversao/nota.asp?materia=20110314174040&assunto=137&onde=Viver
é um escândalo atrás do outro e fica tudo por isso mesmo. Lembro dos discussos de Renato, falava pelos cotovelos, tinha solução para tudo. entrou no sistema e continua as mesmas práticas que tanto condenava, e fica a lição: que todos que estão de fora da festa sempre tem um discusso bonito, mas a intenção é entrar na farra e se fazer =)D.