“Vamos celebrar os 25 anos, chamando algumas figuras que fazem parte da nossa trajetória. Vai ter muita coisa do ‘Combat Samba’, mas não vai ser aquela coisa repetitiva. Vamos fazer umas releituras e tocar duas inéditas”
Mundo Livre S/A toca 25 anos de história com show especial no Abril
Thiago Corrêa
Folha de Pernambuco
Quando a Mundo Livre S/A subir ao palco do Abril Pro Rock, sábado, o público que comparecer ao Chevrolet Hall terá a mesma emoção de uma reunião de veteranos de guerrilha. Depois de encarar batalhas contra instituições como a Ordem dos Músicos, as rádios e o Movimento Armorial; a trupe do comandante Fred 04 pode se orgulhar por estar completando 25 anos de coerência política e musical refletida em entrevistas, discursos, shows e nos álbuns de estúdio lançados pela banda.
A trajetória da Mundo Livre S/A durante esse quarto de século remonta o desenvolvimento da própria música local, passando do impacto causado pelo movimento punk de São Paulo à criação e consolidação do Manguebeat como um marco na cena cultural do Recife. De uma primeira experiência com o Trapaça (grupo formado por garotos que se reuniam para tocar Neil Young e Rolling Stones na praia de Candeias) e, na onda do punk paulista, depois de curtas passagens pelas bandas Serviço Sujo e Câmbio Negro HC, Fred 04 resolveu criar a Mundo Livre S/A.
“Em 1984, era o auge da Guerra Fria. Tinha aquela paranóia do botão vermelho e da guerra nuclear. Nessa época eu não conseguia parar decompor e montei a Mundo Livre, que tinha outro conceito. A gente continuava com anarquia nas letras, mas superava as amarras do hard core misturando new wave com samba, fazendo um pós-punk que incorporava elementos brasileiros”, lembra Fred 04. Mas a banda só veio engrenar mesmo após quase cinco anos, após temporada do vocalista em São Paulo.
“O pessoal estava instigado e eu voltei cheio de ideias, mas era uma coisa muito amadora ainda. Até que a gente conheceu Chico Science e a sacada do Manguebeat. Aí veio a ideia de fazer um evento no Espaço Oásis, que ia ser no mesmo dia do show do Ira. Chico conseguiu levar os caras do Ira para lá e eles piraram, subiram no palco, tocaram com a gente e disseram que a gente estava se perdendo aqui”, recorda Fred 04. As palavras da banda paulista serviram de incentivo à Mundo Livre S/A, que manteve só conseguiu lançar seu primeiro álbum – “Samba esquema noise” – em 1994.
De lá para cá vieram mais quatro discos de estúdio, um EP, diversas participações em compilações e a coletânea oficial “Combat samba: e se a gente sequestrasse o trem das 11?”, lançada ano passado. O show da Mundo Livre S/A na noite de sábado vai recuperar um pouco dessa história musical e já vai apontar os novos rumos da banda. “Vamos celebrar os 25 anos, chamando algumas figuras que fazem parte da nossa trajetória. Vai ter muita coisa do ‘Combat Samba’, mas não vai ser aquela coisa repetitiva. Vamos fazer umas releituras e tocar duas inéditas”, adianta Fred 04.
As músicas novas vão integrar o próximo álbum da Mundo Livre S/A, que planeja entrar em estúdio logo após o Abril Pro Rock. “Já estamos com o repertório completo. O disco vai ter algumas das melhores coisas que já compomos, ficou acima do que esperávamos. Só estamos esperando a resposta de um produtor de São Paulo”, avalia. Entre os convidados está confirmada a participação de Fábio Goró, que foi um dos fundadores do grupo.
7 Comments
Parabéns a rapaziada pela carreira, pelos discos…
Gostava quando a inspiração era Clash com Jorje Ben, quando Tom Zé passou a ocupar o lugar do segundo ficou, como não podia deixar de ser, bem chato.
Tomara que o novo venha legal como antes.
Pô, Jorge, claro!
Bem que o Fred 04 podia chamar o grande Vinicius Enter e seu Dedo Indicador!
André, vc gosta do som desse cara?!?!
Baixei um cd dele quando ele lançou e… putzzzzzzzzzz, é muito ruim!
Ouvi com a melhor das boas vontades, mas não rolou.
Jose henriqie
O cara é meu camarada ! rsrs O disco é para algo tipo trilha sonora .
Não e nada demais …
Nem de menos.
O cara deve ser gente boa, mas a bolachinha é insossa demais.
Não é uma vitarela. ehehehe
preciso saber o nome destas destas músicas novas, afé, bom