A 2ª edição do Ecoando trouxe para a capital pernambucana o som cult do momento, Mallu Magalhães, mas o público foi muito reduzido
Um ótimo show para poucos
A 2ª edição do Ecoando trouxe para a capital pernambucana o som cult do momento, Mallu Magalhães, mas o público foi muito reduzido
Jornal do Commercio
Publicado em 18.05.2009
Por Marcos Toledo
Os fãs da música indie têm muito o que aprender com os camisas-pretas do heavy metal. Enquanto estes aproveitam eventos no Recife (vide os recentes shows de Iron Maiden e Motörhead) como motivo para cultuar a música que curtem, tornado-a cada vez mais popular, os indies ficam devendo em matéria de fidelidade e comprometem o que pode ser um bom começo para um filão de shows do gênero na cidade. Foi o que comprovou a noite do último sábado, quando ocorreu, no Clube Líbano, no Pina, a 2ª edição do Ecoando, projeto bem-organizado que trouxe para a capital pernambucana o som cult do momento, Mallu Magalhães. A cantora e banda foram uma das atrações de um festival que teve ainda a ascendente Volver, além da revelação Bon Vivant e a atração surpresa, Rádio de Outono, todas de Pernambuco.
Mallu é o som hype atual e, muito em função disso, sofre preconceito de quem não ouviu e não gostou. Mas, conforme já foi comprovado em seu especial para o canal pago Multishow, já disponível em DVD, a jovem cantora corresponde a um dos sons mais expressivos da atualidade. Uma garota criativa e bem aparada por músicos com referências que são a própria essência do rock and roll. Para a mídia média (sic), Mallu é uma cantora cult que compõe músicas bacanas inspirada em Johnny Cash e Bob Dylan. É folk, dizem os simplistas. Porém, um quarteto que paralelamente atende pelo codinome de PHS Blue (www.myspace.com/phsblue) é a alma de Mallu.
O grupo, de postura led-zeppeliniana e cuja presença no palco nos remete imediatamente aos Spencer Davies Group, Cream, Big Brother Holding Company, Jefferson Airplane e Experience (de Jimi Hendrix), apenas para citar alguns, deixa sua band-leader bem à vontade para destilar belas composições em bons inglês e português. Canções que rolam soltas, espontâneas, com a artista revezando a voz com violão, gaita, banjo e até um kazoo (instrumento de sopro da raiz do blues). Com uma hora e meia de show – certamente seria mais se houvesse maior procura –, Mallu não decepcionou as poucas centenas de fãs presentes no Líbano.
Outra banda que esteve longe de frustrar foi a Volver. Em sua “turnê” de despedida (de mudança para Sampa, faz amanhã o último show no Recife, no UK Pub), mostrou que tem carreira sólida local. Em uma hora e 15 minutos tocou uma seleção dos dois primeiros álbuns, só hits em potencial, conquistando desde o início os fãs que, provocados por riffs inquietantes e pela postura de palco dos músicos, cantaram junto o tempo todo.
Revelação de anos atrás, a Rádio de Outono, que não tocava há cerca de um ano, apresentou o novo guitarrista e mostrou suas canções em ínfima meia hora com jeitão de grupo veterano da cena. Por fim, já após as três da manhã, coube à Bon Vivant encerrar o evento tentando segurar os gatos pingados que se seguravam sentados nas cadeiras de plástico disponíveis.
14 Comments
O ingresso tava caro. A explicação é essa.
Ela chorou de novo?
Desculpa, Guilherme, mas dessa vez tive de me manifestar. Vamos estabelecer comparações coerentes, né? Comparar um show de Mallu Magalhães a clássicos do rock como Motörhead e Iron Maiden é um absurdo.
Abraço
Também achei viagem demais :P
o recife nao esta na viagem dela e isso é fato. resumindo, ela diverge totalmento as tendencias da cidade que esta num momento de coisas mais ousadas, undergrounds e classicas.
Hmm.. Não fui pro show. Esse texto é do Marcos Toledo do Jornal do Commercio.
Bruno Negaum é que foi pro show, ficou de escrever um textinho.
Eu também discordo de umas partes do texto. O show que vi no MADA 2008, a banda estava num pique totalmente diferente de Mallu Magalhães. Parecia que tinha uma disputa na banda pra aparecer mais… Achei que a banda atrapalhou mais que ajudou. Isso pode ter mudado com mais shows.
Ah.. sobre a falta a público:
a) Preço
b) Local
c) Provas do fim do semestre
d) Jonas Brothers
e) mais ?
Sim, agora eu li direito, Guilherme. Eu dei uma vista rápida e não vi quem tinha escrevido, me desculpe.
Sobre a falta de público, ele esqueceu de levantar um mérito: não se tem público em shows mal divulgados. hahaha
Todo mundo quer mamar no peito mas não sabe ou não quer abrir a boca.
Jonas Brothers?!
os musicos ai em Pernambuco fazem parceria com políticos ao invés de fazer com o distinto público. Resultado: em troca de participação em algumas festas cheia de gente que entrou de graça durante o ano, toda uma classe fica paralizada e oprimida pela mão do estado. Cale sua boca senão voce se queima com a prefeitura!
Perde-se o poder da crítica, as coisas não evoluem e a saída é o aeroporto dos guararapes.
A parceria músico político é boa para os políticos e os que orbitam em torno, mas para os músicos tenho minhas dúvidas.
Ou seja, sinto muito informar mas essa parceria é boa para os políticos. Não são criticados, melhora a imagem e muitas outras. Parceria boa para músico é parceria com os espectadores. se juntar com ao pior gênero humano não parece um grande negócio.
Uma coisa anula a outra. É escolher, aliás já escolhemos, Então não chore mais baybe!!
Se o som fosse bom garanto que independente do preço o público não seria tão reduzido. Mas fazer o quê? Geraçãozinha MTV fogo de palha. Daqui a pouco ninguém mais vai ouvir falar dessa garota. E Volver? Não voltem nunca mais.
Homero,
opsss.. Leia-se MCFLY :P
sempre misturo essas duas bandas :(((
g!
mC FLY!!!!!
Acho que a chance da Mallu com o pernambucanos era no Coquetel Molotov, umas 2 mil pessoas assistindo ao show dela. Ela foi lá e decepcionou, fazendo um show bem morno.