Burburinho lotado como poucas vezes vi, oferecendo, no andar de cima da casa, uma ótima estrutura de som e luz para uma banda que está engajada na difícil missão de deixar para trás o passado cover e entrar no universo autoral.
Às vezes até nós, que cobrimos rock em Pernambuco, entramos na maré de pessimismo que volta e meia assola quem produz e consome o gênero por esses lados. Sexta-feira, no Burburinho, durante o show de lançamento do primeiro – e homônimo – disco do El Mocambo, voltamos a ter motivos para ficar otimista: Burburinho lotado como poucas vezes vi, oferecendo, no andar de cima da casa, uma ótima estrutura de som e luz para uma banda que está engajada na difícil missão de deixar para trás o passado cover e entrar no universo autoral.
Conhecida por fazer covers de blues e rock dos anos 60 e 70 desde 2003 na noite recifense, a El Mocambo gravou seu primeiro trabalho com composições próprias, produzido por Leo D, William P e Sérgio Kyrillos, do estúdio Mr. Mouse. Sexta-feira foi a vez de conferir o show de lançamento do álbum e o lado que poucos conheciam da banda, ou seja, o repertório que foi composto ao longo desses seis anos de estrada.
O que já se sabia sobre o grupo é que ele é formado por três excelentes músicos, Rodrigo “Morcegão” (guitarra), Jô Pinto (bateria) e Thiago Correia (baixo) que tocam com esmero clássicos do que de melhor se produziu na música americana das décadas de 60 e 70. Sem contar que Morcegão é, sem sombra de dúvida, um dos melhores guitarristas de sua geração, e dono de um vozeirão digno dos grandes mestres do blues.
A outra novidade da noite, pra mim, era o novo espaço a ser explorado, o andar de cima do Burburinho, que, para muitos dos presentes, lembrou o finado Dokas. O que livrou o local de uma das pragas em seus shows: as malfadas mesas, que simplesmente engessam o público em qualquer apresentação. O cuidado com o som – perfeito – e palco dá a acreditar que Recife tem uma nova casa para abrigar shows de médio porte (450 pessoas).
Enfim, após a meia-noite e já com casa lotada – e muita gente ainda querendo entrar -, a banda entra em cena. No tocante a parte instrumental, não há o que reclamar; são impecáveis. O problema é romper uma barreira que até para o Blues Etílicos é difícil: o idioma. Blues em português, por melhor que seja a letra, soa esquisito. E aí não é problema da banda, que faz tudo certo, mas que, talvez, devesse estudar com carinho a possibilidade de compor em inglês.
Outro obstáculo a ser superado por eles: como passaram anos tocando para público de barzinho, acabou angariando um público com o típico perfil dos frequentadores de bar, ou seja, gente que não está ali necessariamente por causa da música. Foi assim no show da El Mocambo sexta-feira. Ainda que lotado, apenas metade da plateia prestava atenção ao show. A outra metade estava dispersa, e parecia mais interessada em qualquer outra coisa, menos com a apresentação do El Mocambo. A banda, para estes, era apenas um detalhe a mais na decoração local.
Assim sendo, não é de estranhar que as melhores partes do show estivessem reservadas para as ótimas versões da banda para “Sol e Chuva”, de Alceu Valença, e “A Balada da Calma”, de Lula Côrtes, que deixou boa parte do público de fato concentrado. Embora as 12 faixas autorais apresentadas sejam realmente muito boas, soando estranhas apenas devido ao “fator idioma”.
A El Mocambo vive um momento crucial da carreira; o de deixar a imagem de banda cover para ganhar respaldo e respeito como grupo autoral. Como músicos, não precisam provar nada a ninguém. Resta saber se o público conquistado por eles – e público de banda cover costuma ser ingrato – vai se interessar pela nova proposta deles. De qualquer forma, é louvável e corajosa a atitude da banda. E, a julgar pelo que se viu sexta-feira, tem gente disposta a pagar – literalmente – para ver. Ainda bem.
ps. em breve… 2 vídeos e mais umas fotinhas :)
29 Comments
Show de Buddy Guy no HSBC, em Sampa: R$ 280,00
DVD Clapton & Winwood: R$ 100,00
Ver Morcegão solar sua Strato em Texas Flood: NÃO TEM PREÇO!
O imprtante é nunca desistir de nossos sonhos
e continuar sonhando sempre
se não foi da primeira vez não tem problema
devemos tentar outras vezes até nossos sonhos virarem realidade
os mocambos sabem o quanto é ruim tocar apenas na noite e eles
tem todo direito de sonhar
estamos juntos deles até nossos sonhos se realizarem
juntos Mocambos.
Monaliza,
Mona querida, “clássico” não é gênero musical. Música clássica é aquela que se torna perene, em função de sua qualidade e por expressar os valores e a cultura de uma época. Os Concertos Brandemburg, de J S Bach são um clássico do período barroco – música Barroca, aí está o gênero; mas Love in Vain, de Robert Johnson, são um clássico também – e aqui está o Blues!
Eric Clapton gravou dois CDs e um DVD dedicados a Robert Johnson.. Cover? Clapton ficou “menor” por isto?
Pra mim, El Mocambo JAMAIS foi cover! A característica mais marcante de Morcego, Jô e Bil (agora Thiago) sempre foi tocar Blues com a mais autêntica personalidade. Isto é o contrário de ser “cover”!
Veja o sanfoneiro Buckweat Zydeco, tocando Hey Joe – um CLÁSSICO de Jimmi Hendrix. Me diga se isto é “cover”: http://www.youtube.com/watch?v=xukfOWjqwM4
Viva a polêmica!
A propósito, tenho ouvido muito um tal Jabo, the Texas Prince of Zydeco… confira carregando no seu Real Player ou Winamp esta streaming radio aqui, ó:
http://yp.shoutcast.com/sbin/tunein-station.pls?id=143383
Acho que os ingleses quando mandavam em Pernambuco nos séculos dezoito e dezenove faziam rolar este som nas suas festas For All… For-ó… Forró… Pelo menos me digam se este som não parece demais com o Blues de Pernambuco?! Pois é assim que soa El Mocambo na minha memória e no meu coração: nada de cover, só som autêntico e original de uma mistura com nosso sotaque, que só os pernambucanos sabem fazer!
porque voces falam de blues se o disco nem de blues é? não entendi
Não vamos entrar no quesito ´´cover´´….porque em bandas de blues ,ou diretamente influenciadas por blues, é muito comum serem revisitados blues antigos com novas roupagens e arranjos….isso eu acho injusto chamar de cover….
a El Mocambo faz versões de bandas de rock´n´blues…e não vejo nada de negativo nisso, muito pelo contrário. Até porque, de certa forma, o blues é esse lance mesmo, são sequências clássicas que requer bastante conhecimento e aprofundamento, caso contrário os leigos têm essa idéia de repetição e clichets.
mas uma coisa eu concordo com os comentários, a El Mocambo é uma banda de rock´n´roll.
eu estou muito decepcionada com o disco e com as musicas. Não sei mais se a mocambo é uma banda de rock ou de blues, e infelizmente acho que só quem é amigo para gostar das musicas. Clapiton ficou conhecido por suas canções e não por tocar cover. Comparar uma banda de burburinho com Clapiton foi demais! Infelizmente tenho que dizer que essa banda só serve mesmo para animar festa de plaiboy cheio de manguassa. Na hora de falar sério faltou musica para a banda, sinto muito. Podem espernear que nada adianta, o trabalho é nível de banda de escolinha de música. Não tem um solo que preste e a última musica do disco envergonha qualquer um que aprecie blues. O cantor é lamentávelmente desinspirado, muito desafinado e voz feia.E vamos mudar de assunto porque esse já deu o que tinha que dar.
Galera…pelo amor da Natureza!!!
Os Beatles gravaram Coveres em 4 dos seus 5 primeiros discos.
O Quinteto Violado gravou seu primeiro disco autoral somente agora, após a partida física de Toinho Alves.
Lí muitos comentários medíocres. Alguns é que são mais sóbrios e merecem um filtro em sua interpretação.
Deixem os meninos cantarem no idioma que quiserem…
Não existem línguas na música.
Imagine!!!
Vocês que se dizem tão ecléticos, tão atualizados, tão antenados…
Tenho pena.
Por este e inúmeros outros fatores, prefiro os bastidores.
Um forte abraço aos leitores.
“Think for yourself ´cause i won´t be there with you.”
(Harrison)
“Roadie Always Rules”
acho que o que pega não é ser cover ou não e sim a qualidade das composições que é questionavel bem como a interpretação das mesmas, meio nivel do bar Burburinho e aquelas bandas que la se apresentam.
My God!
Quem tiver a curiosdidade confira no site do El Mocambo Tavern – palco para Stevie Ray, Stones e outros “pop stars de barzinho”. Veja aí:
http://www.elmocambo.ca/
Viu lá? Agora me diga qual o problema de uma banda tocar blues no Burburinho? Só por que é em Recife? A nossa cidade já se chamou Mauritztaad (muito chique rapá!) e foi o principal centro econômico e cultural da América – quem não sabe disto, vá visitar o Instituto Ricardo Brennand, lá na Várzea… e babe! Recife é demais… El Mocambo no Burburinho é tudo!
Cavern Club… El Mocambo Tavern… ora veja só: é tudo Burburinho!
Claro que eu – apaixonado por El Mocambo Blues Band – preferia ter visto a banda se desenvolver em outra direção, se aperfeiçoando e não mudando de rumo… Mas esta é uma aposta que os meninos fizeram e eu respeito. Não vamos partir para a esculhambação por causa disso, pois viver de arte já é dificil o suficiente!
Nair…
´´Clapiton´´ é meu pau!!!
cada um pode tocar blues cover ou não em qualquer barzinho que quiser.
Pena que um milhao de bandas já tiveram essa idéia, só que com isso nenhuma delas foi além de seu própiro barzinho. E que se continue tocando covers em barzinhos por todo o mundo mas vai ficar nisso ai e lamba os beiços. Quem é bom faz seu próprio material e trilha outros caminhos. )))))))))))))))))))))))))))))))))))))))Quem não tem esse talento pede aos amigos para elogiarem a banda no recife rock. Voces confundem amizade com talento é muito estranho essse gueto de blues de barzinho ai de voces.
também não curto esses caras
acho mais papo que som!
intolerância total
todos tem direito a gostar da banda ou não gostar e respeitar isso e não levar para um lado pessoal senão fica uma relação estranha entre todos e a musica fica de lado que é o que agente gosta de ouvir só isso.
Quem é a bela garota na foto de pulseria vermelha e um copo na mão????????????????
de boa, pensei que seria mais coerente eles lançarem um trabalho de blues, pelo tempo tocando covers de blues e pelo discussos defendendo o estilo. Mas na verdade parece que as poucas bandas que se dedicaram ao gênero em Recife apenas usaram o rótulo, como uma coisa excêntrica, diferente, atraindo algumas dezenas de curiosos que somente interessados num point de azaração e encontro, curtir um som diferente e descolar um paquera com uma bandinha simpatica tocando clássicos do blues ao fundo, nada mais que isso. Sentiram tanto orgulho da situação que acabaram presos nela, não conseguem alçar vôos para longe do Burburinho.
O Blues não se desenvolveu por aqui e ficamos muito tristes com isso, acho que faltou talento mesmo ficou claro para todos.
Como não gosto de pop rock e a banda carece de uma musicalidade mais séria, o disco da El Mocambo entra na galeria dos grandes fiascos de todos os tempos entre as bandas indie de Pernambuco. Melhor ficar no Burburinho enquanto não fecha.
Porque o Blues não vingou por aqui?
Poucas bandas, poucos bons exemplos, músicos medíocres e muita politicagem no lugar de musica. Fecharam-se em seus guetos e acharam que se bastariam por si só. A arrogância e presunção deram resultados pífios!!
UPTOWN BAND – escondeu-se por muito tempo atrás do nome de artistas do sul e esqueceu de fazer o seu. Seu disco autoral foi completamente ignorado e a banda dependeu por muito tempo de patrocinio de uma empresa de telefonia. Com a crise, o patrocinio foi suspenso e a banda parou, vivendo hoje de notas plantadas em jornal como se ainda estivessa na ativa. Some-se a isso, seu líder é uma das mais odiadas figuras da musica recifense e completamente incapaz de angariar respeito e simpatia do respeitável público e companheiros de profissão.
EL MOCAMBO – saiu do nada e pouco fez em sua trajetória. Seu líder nada de importante fez com musico no passado e no presente. Perdeu muito tempo em covers e o lançamento de algo autoral deve-se somente ao quase fechamento do único lugar em que tocaram por todo este tempo, Mais um ato de desespero que idealismo e crença no próprio trabalho. Manipularam a mídia para si em troca de espaço para jornalistas musicos e passado todos esses anos, o maior orgulho que tiveram foi tocar no Burburinho. São bons para bêbados mas não funcionam em outro lugar que não o Burburinho.
As duas bandas juntam-se a uma nova classe de músicos de internet como China, Otto, Fred Andrade, que surgiram nos novos tempos, que se colocam como lutadores, coitadinhos e irmãos de qualquer um que possa lhe trazer algum benefício. Andam, andam, ficam amigos de todos e voltam para o mesmo lugar, falam mal dos companheiros de profissão entre eles e seus poucos seguidores, mas nunca ultrapassando os próprios currais que criaram.
de fato fazer um disco qualquer um faz mas fazer um de qualidade é para poucos. Esse morcego é uma versão moderna de
Xandinho, musico de bar cover até a alma nunca fizeram nada que preste só tomar cachaça na noite, coitadinhos. Morcego ta muito puto porque ele provou ser mesmo é POP STAR de barzinho de carteirinha e seu pop rock pega bebo da playboyzada descolada!
as musicas de morcego parecem Joel Santana falando ingles!
APÖs a crise – aguardem a sensacional volta da banda de blues MONNAGIGIO em breve!
O Morcego é um dos grandes guitarristas do nosso Estado, quem já assistiu o show da mã companhia, sabe bem disso, todavia, o mercado local para o blues, jazz, metal, só para citar alguns exemplos, é restrito, tendo o blues ficado adstrito no nosso Estado à eventos em pequenas boates e barzinhos e esporadicamente um festival de blues anual em recife ou garanhuns,então, não venham dizer que se a El Mocambo não vai mais alem do que isso é por incompetencia ou mã qualidade musical, pois existem varios outros musicos,como Alexandre Bicudo, marcos Cabral, destre outros que não têm destaque por ausencia de espaço para apresentações. Tudo bem, que a El Mocambo passou muito tempo preferindo ganhar dinheiro tocado em casas tipo Burburinho, então fica a pergunta se isso foi um erro ou se é a melhor forma para sobreviver de musica?
Quanto ao disco, não tenho opinião formada,pois não ouvi nada a seu respeito, todavia,concordo parcialmente com um dos comentarios acima que diz ser mais coerente gravar um disco de blues, pois alem desse genero a bando poderia explorar tambem no seu trabalho autoral um rock de influencia sessentista ou setentista.
cada um deve ter sua opinião a cada hora e discordo muito de João acho que morcego nunca fez nada que mostrasse algum talento como guitarrista agora ele é bom de muganga e sabe fingir muito bem e para ser sincero nunca ouvi nada dele que justificasse algum elogio. Existem muitos melhores mas que não são tão marketeiros quanto ele. Mas para falar a verdade não gosto muito da vibe de guitarra sou mais um bom fiff e uma boa letra e por isso presto mais atenção em bandas como AMP e Candeias Rock City e curto muito a Vanguart de MT que fazem um som bem mais interessante.
gente perder tempo com essas bandinhas pop de playboy não vale a pena!
http://www.bandasdegaragem.com.br/intrusos
remember revival!
e agora Salabin?essa foi muito boa!
guardar energia pois tem muita social para fazer muitos amigos a conquistar!
tenho certeza que a carreira da El mocambo decolará de vez com a parceria da banda com o empresário Serginho Leão, um dos produtores culturais mais descolados e antenados da Prefeitura, com um trabalho memorável em festivais e shows públicos e bem relacionado com toda a cena política da cidade. Sabemos que o grande orgulho da banda é tocar no Burburinho e nós entendemos pois lá é o melhor lugar da cidade em som, ambiente e caches mas é chegada a hora de novos vôos etílicos pelo mundo e com Serginho na retaguarda o mundo será pequeno para os Mocambos!
“cada um deve ter sua opinião a cada hora” já disse o grande pensador Bruno, que por sua vez tem um gosto musical que justifica não gostar do Morcego como guitarista, o que é natural. Agora, como ele(morcego) tem uma postura juvenil ao tocar seu instrumento musical(atitude tipica de muitos roqueiros, desde varias decadas atras) isso desagrada alguns que chamam ele de “marqueteiro” ou “home cheio de muganga”, bem, deixa isso pra lá, pois sempre vão existir opiniões distintas sobre esses musicos.
Agora, com relação a Giovani Papaleo, que alguns criticaram, ele tem o merito de espandir o blues na cidade, tudo bem que ele almeja o lucro pessoal, mas quem é que trabalha na area e não pensa em ganhar dinheiro, seja fazendo musica ou produzindo-a? então vamos pensar que graças tambem a ele que houveram muitos shows interessantes de blues na cidade e a criação de um festival em garanhuns durante o carnaval, alem da possibilidade desse festival ser extendido á caruaru, acho que isso tudo mereçe registro.
adoro essas divergencias musicais q permeiam a cena rock, seja ela onde for, mas como não de pernambuco , muito menos de recife, queria apresentar algo aos debatedores da cena e convidar-lhes a conferir minha banda, a demode(em breve mudara o nome para fuzileiros nasais!)… que com certeza considero ao menos átipico aos moldes de bandas “indies” q
adoro essas divergencias musicais q permeiam a cena rock, seja ela onde for, mas como não de pernambuco , muito menos de recife, queria apresentar algo aos debatedores da cena e convidar-lhes a conferir minha banda, a demode(em breve mudara o nome para fuzileiros nasais!)… que com certeza considero ao menos átipico aos moldes de bandas “indies” que se dissiminam principalmente pela internet. Como um amigo meu mora ai, cogitou a possibilidade de uma apresentação no estabelecimento, então confiram e podem se deleitar a nossa musica, que alem das proprias, temos covers revisitadas q vai desde os sonics nos anos 60, passando por dr. feelgood e jhonny thunders nos 70 e chegando ao tupiniquim jupiter maça, é só acessar bandademode.wordpress.com. E outra , sabem o q a mulher de einsten disse a ele quando estavam nus na cama?-“aaaiiiii… que fisico!!! good by guys!!!