Wado lança Atlântico Negro no Recife

Por Guilherme Moura em 20 de outubro de 2009

Atlântico Negro é o quinto CD da carreira do artista, que celebra a relação entre África e Américas a partir do Oceano Atlântico.

Wado (divulgação)
Baixe o disco “Atlântico Negro” de Wado no site www.wado.com.br ou

tangowado

release:
Show de Wado e DJ 440 na discotecagem da autêntica música brasileira

Muito estilo e agito marcam a décima edição da Tangolomango

A festa onde até o nome é uma mistura, Tangolomango, tem sua décima edição anunciada para o próximo dia 24 de outubro. A partir das 23h, o bar e comedoria Burburinho será palco dessa versatilidade musical brasileira. O DJ 440 comanda esse mix com seu jeito singular, conseguindo tocar de Nação Zumbi a Elis Regina.

Uma balada bem diferenciada que promete difundir a boa música nacional, passeando pelo passado e a vanguarda, do imperecível às novidades. O agito é democrático e agrega do samba ao Carimbó, divulgando a autêntica discotecagem  brasileira.
O produtor cultural, pesquisador musical, DJ Juniani Marzani, mais conhecido por  DJ 440, esquenta a pista com suas performances mostrando o que há de mais descolado na música das antigas e da nova geração. No balanço do melhor som, a moçada não vai deixar a pista vazia por um minuto.

Uma festa para “dançar dançando” que conta ainda com a presença do Wado, que na ocasião lançará o Cd “Atlântico Negro”, o quinto CD da carreira do artista, que celebra a relação entre África e Américas a partir do Oceano Atlântico.

Wado chega retomando o flerte com a música festiva do terceiro mundo, impulsionado pelo conceito do sociólogo Paul Gilroy, do que ele chama de Atlântico Negro. O termo refere-se metaforicamente a um sistema de trocas culturais, num complexo entrelaçamento, deixando de lado a procura da “raiz original”. Essa teoria foi utilizada por Wado em seu trabalho através de ritmos e assuntos referentes à música criada no trânsito entre África e América, iniciado com os navios negreiros e em curso até hoje, como o samba, o afoxé, o funk e o reggaeton.
O álbum, que é formado por 11 músicas, das quais 8 inéditas,dá continuidade à aproximação de Wado com a música da periferia, iniciada desde seu primeiro trabalho e acentuada em seu último disco, “Terceiro Mundo Festivo”. No rol de parceiros, nomes conceituados da área musical como Curumin (SP), Rômulo Fróes e o guitarrista, cantor e principal compositor do grupo Mopho, João Paulo. Surpresas boas aguardam os ouvidos curiosos, que encontrarão, inclusive, sotaques de além-mar e referências literárias e cultura popular.

Mixado por Kassin, Daniel Carvalho e Beto Machado, a realização do disco foi também uma oportunidade de agregar profissionais da indústria cultural do eixo Rio-São Paulo e Alagoas. Beto Machado, que já trabalhou com grandes nomes da música brasileira, como Jorge Ben, Ultramen e Los Hermanos, finalizou cinco músicas do “Atlântico Negro”. Kassin – músico e produtor, componente do trio Kassin+Moreno+Domenico – mixou com Daniel a outra metade do álbum. Ele também tem uma bagagem extensa: já produziu CDs do Los Hermanos, Vanessa da Mata e Lenine. A produção é assinada por Pedro Ivo Euzébio.

Concretizando a mistura que rege a herança cultural com que trabalha, Wado efetivou uma parceria que, além de importante, se torna simbólica: duas de suas músicas foram feitas com a colaboração do escritor moçambicano Mia Couto.

Fã assumido do escritor, que conta histórias de seu povo utilizando palavras híbridas de dialetos tribais e português – língua oficial do país -, Wado compôs “Estrada”, música de abertura do CD, e “Hercílio Luz”, utilizando trechos de seus livros. Depois, enviou-os a Mia e recebeu uma resposta positiva à assinatura conjunta da autoria.

Serviço:
Local: Bar e Comedoria Burburinho
Dia: 24 de outubro
Horário: A partir das 23h
Rua Tomazina, no Recife Antigo
Entrada: R$ 12 / com lista amiga no Orkut R$ 10
Informações: 91267220

One Comment

  1. Posted 23 de outubro de 2009 at 21h47 | Permalink

    Música, cultura, inteligência, bailado..

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