Hoje tem Angra no Clube Internacional. Olha a matéria que saiu no JC:

Angra na capa do Caderno C do JC - foto fodona do Alexandre Severo.
Clipping:
Do Jornal do Comercio – Sábado (20/11/2010) por Ricardo Novelino
Tempestade metaleira
Banda Angra lança hoje, no Clube Internacional, o álbum Acqua, baseado na obra A tempestade, de Shakespeare
Por Ricardo Novelino
Traição, vingança, perdão, conspirações e arrependimento. Figuras míticas e mágicas numa ilha marcada por uma tempestade de amor e sentimentos contraditórios. Nada mais heavy metal do que esta obra de William Shakespeare, encenada pela primeira vez em Londres (Inglaterra), em 1611. Nada era mais pesado do que o clima vivido pelos integrantes do Angra, antes de lançar Acqua, o último álbum da banda, principal inspiração para a turnê brasileira que passa hoje pelo Recife.
Quando subirem ao palco do Clube Internacional, na Zona Oeste, a partir das 22h, os músicos darão novo passo para o retorno ao posto de grupo mais bem sucedido do gênero no País, nos últimos anos. Lugar perdido por causa do afastamento do cenário por quase três anos, em virtude de brigas internas e com empresários pelo direito de uso do nome e até ameaça do fim prematuro. Foi justamente com Acqua, baseado na obra A tempestade, do mestre Shakespeare, que Rafael Bittencourt e Kiko Loureiro guitarristas e principais compositores do quinteto paulista, conseguiram superar as adversidades e se reconciliar com os bons ventos do sucesso.
No show de lançamento de Acqua, o Angra traz para o Recife a turnê que está passando por vários Estados nordestinos e já foi engatilhada para circular pela Europa e Japão, nos próximos meses. Para os discos e shows, voltou para a bateria Ricardo Confessori, que há pouco mais de dez anos havia deixado a banda para montar a Shaman com os ex-Angra Andre Matos e Luiz Mariutti. Com ele, retornaram boas doses de experimentalismos regionais e as levadas mais suingadas, marcas registradas da época do clássico Holly Land, sobre a descoberta do Brasil, gravado em 1995. Edu Falaschi, criticado ao assumir os vocais no Rebirth (2000), teve tudo pra mostrar sua capacidade e qualidade. O cara evoluiu muito e aprimorou o perfil mais grave de sua voz. Além disso, passou a evitar os exageros nos agudos, como faz em seu projeto solo Almah, bastante elogiado. Felipe Andreolli se tornou uma efervescência no metal brasileiro entre os baixistas e arriscou fraseados pouco comuns ao gênero e deixou com sotaque próprio um estilo do metal já esgotado e trucidado pela mesmice e repetição no mundo afora. Para garantir a nova fase de sucesso, o Angra apostou alto no tema do disco e, nesse momento crucial de retorno, escolheu um assunto instigante e interessante, com a marca de um autor universal e eterno. “Os sentimentos que estão na peça têm muito a ver com o que passou com gente”, sintetizou Edu, em entrevista à revista Roadie Crew deste mês.
Como Acqua já foi lançado oficialmente, no show da semana passada em São Paulo, a apresentação de hoje, no Recife, deve ser bem diferente da última passagem do Angra pela capital pernambucana, no ano passado, quando a banda dividiu o palco do Clube Português com o Sepultura.
Na época, os caras estavam voltando da inatividade e do período conturbado. Era um dos primeiros espetáculos depois da volta de Confessori, que ainda tentava se readaptar ao estilo de antes e pegar o jeito de executar as linhas de bateria extremamente rápidas de Aquiles Priester, que gravou três álbuns com os paulistas. Agora, com mais entrosamento sem a pressão do recomeço, tá tudo dominado e o público poderá apreciar toda a sonoridade e todas as camadas diferentes de Acqua, considerado um mix de várias influências e marcas do Angra o longo da carreira.
As canções rápidas e certeiras como Arising thunder e Awake from darkness, que possui um dos grandes riffs do álbum, têm tudo para fazer parte do repertório. Lease of life, primeiro clipe para Acqua, é a grande expectativa. Balada levada no piano, tem uma das melhores interpretações de Edu e belos solos de Kiko. Vale esperar por Weakness of a man, com refrão pegajoso e uma levada que lembra ritmos nordestinos, e Hollow, a mais pesada, quase thrash metal.
No mais, show do Angra não vale sem Carry on, do primeiro álbum, Angels cry (1993), Nothing to say, do Holly Land, e as mais pedidas da formação atual, Nova era e Rebirth, do Rebirth. A apresentação ainda deve resgatar canções do Temple of shadows (2004), CD épico e conceitual sobre cavaleiros medievais e a luta para não perder a fé no cristianismo, e Aurora consurgens (2006), baseado em São Tomáz de Aquino e seus escritos, do século 15, sobre sonhos e perturbações mentais usados em terapias por Carl Jung, no século 20. E isso aí. Angra também é cultura.
Resta aguardar a presença dos bangers recifenses, que decepcionaram no show do Death Angel, no mesmo espaço, no fim de outubro. É preciso colocar gente no Internacional para depois poder pleitear mais apresentações de bandas internacionais, como Iron Maiden, Megadeth e tantas outras.”
fonte: jc.com.br
Serviço:
Angra no Recife
Sábado (20/11/2010) 22h
Clube Internacional (Rua Benfica, 505 – Madalena)
R$25 (meia) e R$30 (social) – Info: 3221.2091 (Blackout Discos)
Angra (SP) e Caravellus
One Comment
Muito bom o show. Os caras detonaram tudo e ainda mandaram um cover do Heaven and Hell e Metallica, com os músicos trocando de instrumentos. Memorável!!!!!